A Grande Mudança da Nossa Espécie
Os seres humanos, conhecidos cientificamente como Homo sapiens, é sabidamente (apesar de algumas manifestações contrárias) um primata, que conseguiu através de suas características biológicas, se organizar em sociedades que, com cada indivíduo assumindo uma função de trabalho, nos levou ao posto de organismo dominante no planeta nos últimos anos.
Mas antes de chegarmos ao atual estágio das coisas, houve toda uma grande caminhada evolutiva, afinal assim como nossos primos de outras espécies de primatas, nós também vivemos por muito tempo em bandos, apenas caçando animais e coletando frutos, continuamente buscando sempre uma nova fonte alimentar, isso dependendo diretamente para a sobrevivência do pequeno grupo de humanos.
Essa dificuldade obrigava os nossos ancestrais a viverem em constante mudança de local, pois quando se esgotava os recursos da região, era necessário buscar um novo recurso abundante, para assim ser consumido novamente, repetindo constantemente o ciclo.
Em um dado momento, ao observarem que muitas sementes podiam gerar uma nova planta, e essa planta poderia produzir boas colheitas quando suprida suas necessidades de água e nutrientes do solo (mais o gás carbono e a luz solar, o então fenômeno da fotossíntese que só viria ser descrito muito tempo depois no século XVIII), foi a base para descobrirem que era possível assim manejar a natureza para benefício próprio.
Não apenas com os vegetais, mas também com os animais, pois muitas espécies selvagens foram domesticadas, continuando assim o processo de usar a própria natureza para geração de recursos e sustento.
Esta parte da história evolutiva da nossa espécie é chamada de Revolução Agrícola, e corresponde a uma das etapas mais importante da história evolutiva humana, permitindo assim que nossos ancestrais não precisassem buscar uma nova fonte de alimento, podendo reproduzir e multiplicar esses recursos, desde que com ferramentas e condições necessárias.
O Avanço da Tecnologia Agrícola
Desde o início da Revolução Agrícola que a tecnologia para agricultura se torna cada vez mais avançada, as vezes para rumos não muito benéficos (como teria de ser o seu objetivo fundamental): é sabido que a atual produção de alimentos do mundo está, em muitos casos, vulneráveis a medidas que podem trazer prejuízo em um médio e longo prazo.
Um exemplo clássico (que ainda é alvo de muitas paixões), são as questões dos agrotóxicos; ou defensivos agrícolas como chamados pelos seus produtores.
Os defensores dos defensivos agrícolas dizem que é o meio mais satisfatório e completo para o manejo de grandes plantações, permitindo que a nossa produção alcançasse o elevado status de commoditie, com cada vez mais alta nas toneladas produzidas, gerando riqueza para o nosso país e para a nossa balança comercial, ao mesmo tempo que alimenta grande parte da população do mundo.
Não há como negar a importância desta ferramenta química como tecnologia, que trouxe (pelo menos até o momento) a segurança alimentar para milhões de pessoas; entretanto, como a própria designação permite, esses defensivos são apenas uma ferramenta, e como o caso de todas as ferramentas, é necessária saber usá-la (como outro exemplo clássico com o poder da energia nuclear: podemos utilizá-la para curar câncer e em outras área médicas, mas também pode-se construir uma das bombas mais mortais já inventadas e lançadas).
A Necessidade do Resgate da Tecnologia Agrícolas Clássica
Desde que foi estabelecido o paradigma químico no pós-guerra, na primeira metade do século XX, existe uma glorificação dos produtos químicos, como se eles resolveriam todos os problemas humanos.
Não é coincidência que foi nesse período do pós-guerra que surgiu os dois principais fármacos que trouxe elevado avanço para a civilização: o antibiótico e o DDT.
Enquanto o primeiro se mostrou um importante remédio no combate as doenças bacterianas (até então sem nenhum produto específicos e com a mesma eficiência), o segundo representou uma arma contra não apenas os mosquitos, mas também outras pragas que atingem nossa produção agrícola.
Por assim, imagine quanto que foi utilizado esses dois produtos, sem controle, sem discernimento, sem qualquer estudo prevendo os possíveis efeitos a médio e longo prazo.
O resultado a nossa geração já está observando: o surgimento das superbactérias com resistência aos usuais antibióticos.
Já o DDT (e não apenas ele, mas muitos outros químicos de diferentes famílias e propriedades) se revelou um potente agente cancerígeno, e não apenas isso.
Também foi observado que ele alcança os indivíduos quando estes estão muito mais vulneráveis: em período de gestação no útero de suas mães, sendo que o elemento químico artificial pode funcionar como um perturbador do sistema hormonal, prejudicando muitas etapas do desenvolvimento fetal.
Foi já publicado há tempos as propriedades do DDT como perturbador hormonal, mas mesmo assim o seu uso foi contínuo, sendo proibido na maioria dos países industrializados apenas depois de muita utilização: nos EUA foi banido em 1972; no Brasil, apenas em 2009 sua comercialização foi proibida.
Se estamos nesse estágio de degradação ecológica, construindo o nosso próprio apocalipse, sem se importar com as gerações futuras que caminharão por aqui, faz necessário resgatar técnicas milenares de nossos ancestrais, os quais não demandavam tanta perturbação da ordem natural.
Plantando Cravos Utilizando Estacas em Seu Próprio Jardim
Construir um jardim próprio passa a ser uma obrigação quando se tem a oportunidade, não apenas por ser uma excelente higiene mental para a correria de hoje em dia, mas até para uma produção própria, fazendo desse trabalho até um complemento alimentar ou mesmo paisagístico.
Uma boa parte dos defensivos agrícolas atualmente são destinados ao mercado de flores (claro, nada comparado ao que é utilizado nas safras de milho e soja brasileira).
Que tal começar a treinar a arte milenar da agricultura, plantando cravos utilizando estacas?
O processo é muito simples, prazeroso, e pode virar um excelente programa familiar ou mesmo em outras locais (escolas, hospitais, etc).
Faz necessário, obviamente, um espaço com terra, ou mesmo vasos, além dos instrumentos básicos como uma pequena pá e uma tesoura.
Com o ambiente preparado, vem aqui a grande curiosidade: é possível “clonar” algumas plantas (e até alguns animais, como a planária) caso corte a gema apical ou axial, ponto onde a planta pode se multiplicar e se desenvolver em um novo indivíduo.
Conhecido como plantação por estaca (ou estaquia) é simplesmente cortar uma planta original (ou planta mãe) na região do caule ou algum ramo, replantar esse pedaço para o surgimento de um novo organismo, este com as mesmas características biológicas da planta original (por isso o processo pode ser chamado de “clonagem”).
É bem comum realizar este processo em cravos, pois além de serem plantas bem chamativa para embelezar o ambiente, o processo é simples de ser feito, trazendo resultados efetivos.