Quando se descobre o porquê de os Tigres-da-Tasmânia terem sido extintos, a reação mais comum é a descrença.
O que se sabe sobre isso é que eles ganharam a fama (para muitos injusta) de verdadeiros flagelos para as criações de gado e de ovelhas em meados do séc. XIX na Austrália e Nova Guiné, e por isso foram alvos de um impiedosa perseguição, até que, em setembro de 1936, a espécie fosse oficialmente declarada extinta.
O Thylacinus cynocephalus foi um enorme marsupial – aliás, o maior marsupial carnívoro da era contemporânea – originário do continente australiano.
Essa espécie chegou a ser considerada uma das mais singulares já registradas, muito por conta das suas características físicas, com um corpo típico de um cão, uma cabeça semelhante à de uma raposa, listras em seu dorso semelhantes às dos tigres – e ainda se não bastassem, as fêmeas possuíam uma bolsa semelhante à dos cangurus!
Para muitos, estava ali, de forma inquestionável, um perfeito exemplar de um “elo perdido” que, também de forma inquestionável, comprovava as incríveis teorias aceitas pelos simpatizantes do Evolucionismo!
Quanto aos seus hábitos, podemos dizer que os tigres-da-tasmânia eram espécies solitárias, e que costumavam caçar, também solitárias, as suas presas favoritas. Entre elas, algumas espécies de possuns, pequenos cangurus, emus, aves, e demais roedores que eles encontravam naquelas misteriosas paragens que dominavam o interior do continente australiano.
Porém em setembro de 1936 já não havia mais qualquer vestígio desses animais, e ninguém sabia ainda ao certo o porquê de os tigres-da-tasmânia terem sido extintos. A resposta só viria mais tarde, quando foi comprovada a participação do homem e do desmatamento do seu habitat.
Tigres da Tasmânia e o Porquê da sua Extinção
Como dissemos, nunca se soube, com total certeza, o porquê de os tigres-da-tasmânia terem sido extintos. Razões naturais mesclavam-se com a caça predatória, que por sua vez davam lugar à possíveis doenças – ou até mesmo o “sobrenatural” (para os mais supersticiosos) poderia estar por trás do completo desaparecimento dessa espécie.
O zoológico de Hobart , em Queens Domain, na Ilha da Tasmânia, Austrália, foi o “fim da linha” para os tigres-da-tasmânia, apesar de muitos jurarem que já avistaram um exemplar dessa espécie a correr solto por regiões desoladas do continente australiano.
De acordo com a história, o singularíssimo Thylacinus cynocephalus era uma espécie bastante comum no continente até o início do séc. XIX, quando os colonizadores ingleses iniciaram a colonização da atua Ilha da Tasmânia.
O problema é que não demorou muito para que eles começassem a suspeitar de que os tigres-da-tasmânia eram os principais responsáveis pelo sumiço de inúmeros exemplares do gado da região – o que seria, sem dúvida, uma verdadeira sentença de morte para esses animais, que não tiveram como opor a menor resistência a uma verdadeira campanha para a sua extinção do solo australiano.
Durante muito tempo tentou-se atribuir a extinção desses animais a um tipo de doença específica, que seria capaz de dizimar um espécie inteira. Mas foi aí que entrou em ação uma equipe de pesquisadores da Universidade de Adelaide, chefiada pelo cientista Thomas Prowse, que decidiram que era a vez deles tentarem destrinchar esse intrigante mistério.
A Ciência Tenta Responder o Porquê da Extinção dos Tigres-da-Tasmânia
Agora ficaria a cargo da ciência responder a esse suposto enigma do desaparecimento dos tigres-da-tasmânia. E ela faria isso por meio de uma espécie de simulação das causas dessa extinção, especialmente entre os anos de 1840 e 1905.
Será mesmo que um tipo de “cinomose” (doença típica dos cães), associada à introdução de novas culturas e espécies animais, culminando com a queda acentuada (percebida no final do séc. XIX) da quantidade das principais presas dos tigres-da-tasmânia, seriam suficientes para que eles fossem totalmente dizimados?
Ou será que uma simples seleção natural, ajudada pelo caráter singular dessa espécie (quase como um “elo perdido”), estaria por trás disso?
A resposta dada pelos especialistas foi a de que, mesmo que todas essas causas jamais tivessem existido, a simples ação humana (implacável e devastadora) seria suficiente para que chegássemos aos nossos dias sem mais nenhum exemplar dessa espécie.
E que ela jamais conseguiria se reproduzir com a mesma velocidade com que era dizimada pela desenfreada campanha de caça por recompensa posta em prática a partir de meados do séc. XIX.
Os tigres-da-tasmânia foram extintos porque ousaram cruzar o caminho do homem! Eles supostamente representavam uma ameaça à sua sobrevivência!
E quando junta-se a isso o total desconhecimento que se tinha à época dos efeitos negativos da extinção de animais silvestres, temos um cenário perfeito para a degradação do meio ambiente – felizmente freada a partir de meados do séc. XX na região.
Ainda há Esperanças de Que a Espécie Tenha Sobrevivido
Mas parece que o desejo de recuperar essa espécie à natureza tem feito com que muitos jurassem ter avistado um exemplar dos tigres-da-tasmânia perambulando por algumas regiões mais afastadas do interior da Austrália, como na Península de Cape York, por exemplo.
E é tal a esperança de que isso seja verdade, que já existem inúmeras áreas de monitoramento assentadas nos locais onde supostamente os animais foram avistados, para que não haja a menor possibilidade de que eles sejam perdidos de vista.
Uma delas pertence ao professor da Universidade James Cook, em Queensland, Bill Laurence, que já fez inúmeras entrevistas com pessoas que dizem ter avistado um exemplar dessa espécie no local.
O que mais chama a atenção, segundo o professor, é que praticamente todos os entrevistados afirmam ter se deparado com o animal a não mais do que 6m de distância, e que ele não possuía nenhuma das características das espécies que existem naturalmente na região
Tais relatos incentivaram, inclusive, a instalação de câmeras 24 horas nos locais dos avistamentos que, segundo a pesquisadora Sandra Abell, têm se multiplicado a cada dia, à medida que as pessoas vão perdendo o receio de serem tachadas de loucas.
Mas caso as suspeitas da sobrevivência dos tigres-da-tasmânia não se confirmem, a ciência já possui, segundo ela, uma espécie de “plano B” para esse caso. E ele seria uma espécie de “desextinção” desses animais por meio de sofisticadas técnicas de manipulação genética.
Pelo menos essa é a intenção de uma equipe de pesquisadores da Universidade de New South Wales, em Sydney, Astrália. Os cientistas garantem que já existem condições suficientes para “trazer de volta à vida” o exótico marsupial extinto há mais de 80 anos.
Segundo eles, isso ocorreria a partir da extração do DNA de alguns exemplares de tigres-da-tasmânia, que encontram-se empalhados em museus dos EUA e da Austrália, e a sua introdução em células de ratos com DNA compatível.
Mas somente nos próximos anos serão divulgados maiores detalhes sobre os avanços desses testes. Que poderão representar mais um passo gigantesco da ciência como desbravadora dos limites que separam o homem da natureza.
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