A mandioca, que recebe o nome cientifico de Manihot, está presente na alimentação dos índios sul-americanos por muito tempo, tendo sua origem mais precisamente no oeste da Amazônia, antes da chegada dos próprios europeus, elas já eram cultivadas em parte do território amazônico, onde tinha extensão até o México; principalmente nos séculos XVI e XIX elas eram a principal fonte de alimentação das regiões Norte e Nordeste, sendo fundamental para a dieta destes povos.
Ao chegarem, os europeus conheceram esta curiosa raiz, e passaram também a cultiva-la, levando ramas à Europa, pois logo perceberam suas qualidades: a facilidade que era seu cultivo, além de regenerar-se rapidamente, e a adaptabilidade que ela possuía em se manter em diferentes tipos de solos e climas. Hoje ela é cultivada em quase todos os continentes do mundo. No Brasil ela sempre foi cultivada, e não param de crescer o numero de produtores interessados nesta cultura.
Mandioca: Você Conhece?
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a área plantada em território nacional é de cerca de 2 milhões de hectares e ainda a produção das raízes frescas chegou a 27 milhões de toneladas (os dados podem variar conforme os anos), a maior produtora é a região Nordeste, onde merecem destaque os estados de Sergipe, da Bahia e de Alagoas, que produzem cerca de 35% da produção brasileira, outras regiões que produzem a mandioca em grande quantidade são o Sudeste, no estado de São Paulo e o Sul, nos estados de Paraná e Santa Catarina.
A mandioca é plantada por grande dos agricultores familiares, não por grandes fazendeiros; então, estes pequenos agricultores dependem muito da cultura da mandioca para sua subsistência. Cultivam em pequenas áreas, não muito extensas, que não tem a ajuda de meios tecnológicos, não os utilizam ou utilizam apenas em casos específicos, e o melhor de tudo, não usam agrotóxicos.
Você sabia que o Brasil é o segundo maior produtor de mandioca do mundo? Fica apenas atrás da Nigéria; mas em contraponto, é o maior consumidor da raiz. Conhecida também como aipim, macaxeira, castelinha, uaipi, em cada canto do Brasil ela recebe um nome, pois é muito cultivada por aqui. Ela era fundamental na alimentação dos povos antigos, e ainda é atualmente na dieta dos brasileiros, desde farinhas de mandiocas, biju, entre outras receitas deliciosas.
O plantio de mandioca, com o passar dos anos, cresceu tanto que as espécies foram sofrendo varias mutações, existem muitas variedades de mandiocas, apenas no Brasil, catalogadas, estão cerca de 4 mil variedades.
Características Gerais da Mandioca
A Mandioca pertence à família das Euphorbiaceae, onde também estão presentes cerca de 290 gêneros e 7500 espécies; está família é composta por espécies arbustivas, arbóreas, ervas e pequenos arbustos. Fazem parte desta família a mamona e a seringueira, entre inúmeras outras.
Em 100 gramas de mandioca comum estão presentes 160 calorias, um índice bastante elevado se comparado a outros vegetais, legumes e raízes; possui apenas 1,36 gramas de proteínas, um índice bastante baixo, já o índice de carboidratos atinge 38,6 gramas, um grau bastante elevado; ainda contém 1,8 gramas de fibras; 20,6 miligramas de vitamina C, 16 miligramas de cálcio e ainda apenas 1,36 de lipídeos.
Quando falamos em índices proteicos, as diferentes variedades de mandioca deixam a desejar; elas possuem poucas proteínas, porém são riquíssimas em carboidratos, possuindo então um alto índice energético,
Como reconhecer alguns tipos de mandioca? As variedades mais conhecidas são:
Vassourinha: esta é pequena e possui o miolo totalmente branco e é fina; Amarela: sua casca é grossa e expeça e seu miolo é amarelo, quando cozida tende a ter uma coloração mais escura, seu tempo de cozimento é rápido. Cuvelinha: esta é muito fácil de ser cultivado, é bastante cultivada no Brasil, sendo uma das variedades que mais caiu no gosto dos produtores. Manteiga: ela é pequena e grossa, deliciosa quando consumida cozida.
Variedades e Experimentos: Mandioca Amarela
Ao passar dos anos e com desenvolvimento de experimentos genéticos e mutações entre a mandioca, as raízes que antes eram brancas, sofreram mutações e a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) agregou aos cultivadores e ao mercado uma variedade da mandioca de coloração amarelada; segundo a própria Embrapa, as mandiocas de cor amarela deram tão certo, que hoje são consumidas 80% pelo mercado, praticamente substitui a outra variedade de mandioca branca.
Estudos realizados na Universidade de Brasília (UnB), mais especificadamente pelo Laboratório de Melhoramento Genético da Mandioca, descobriram a variedade amarela, uma variedade mais nutritiva que a branca, tem 50 vezes mais caroteno; os pesquisadores estudaram mais de 30 raízes tuberosas de várias regiões do país, buscando avaliar a que mais possuía quantidades de caroteno, e as escolhidas foram a do Amapá, denominada de Amarela 1 e a de Minas Gerais, denominada Amarela 5. A mandioca comum, em 1 kg possui apenas 0,4 miligramas de caroteno, já a amarela apresenta incríveis 26 miligramas da mesma substancia.
A pesquisa foi realizada pelo professor Nagib Nassar, este que afirma: “os cultivares indígenas são muito mais ricos em diversas características. Eles são como tesouros nacionais, mas ainda precisam ser explorados e aproveitados”. Após estes estudos, os pesquisadores levaram aos produtores da região para que pudessem plantar a nova variedade e conhece-la. E eles afirmam, a mandioca amarela chegou pra ficar, praticamente não existe mais mercado para a mandioca comum. Neste mesmo laboratório de melhorias genéticas, estão presentes ainda outras 25 variedades de mandiocas para cruzamento com as mandiocas comum, esta que é feita a partir do enxerto, ou seja, para cruza-las é preciso unir as ramas das espécies para então realizar o plantio.
A mandioca amarela possui uma quantidade muito maior de vitamina A.
Ainda que o caroteno, essa substancia que tem em grande quantidade na mandioca amarela, quando chega ao nosso fígado é “transformado” em vitamina A, que esbanja benefícios, principalmente quando falamos da saúde dos olhos e da formação de tecidos responsável pela excreção e secreção, formação da pele e constituição dos ossos. Ainda as mandiocas amarelas, diferentes das brancas possuem 5% de proteínas, a branca possui apenas 1 %.
Variedades de Mandioca Amarela
Uirapuru: Esta variedade possui a polpa amarela e um rápido cozimento sendo ideal para quem busca uma mandioca amarela para consumo
Ajubá: Outro que é de coloração amarelada e seu cozimento é bem ligeiro, ela pode ser cultivada em regiões com temperaturas mais amenas ( Santa Catarina, Rio Grande do Sul) e regiões mais quentes (Norte, Nordeste)
IAC 576-70: Esta variedade ainda conta com a polpa amarelada, como as outras, e possui também um rápido cozimento e alta produtividade, seus ramos podem ser encontrados com facilidade na internet.
Japonesinha: Potencial produtivo bem elevado, sua polpa após o cozimento fica amarelada, é bem fácil seu cultivo e sua colheita.