Hoje vamos falar mais um pouco sobre a árvore do Ipê Roxo, uma espécie ornamental que faz muito sucesso em todo lugar, então se você quer saber um pouco mais sobre essa planta fique com a gente até o final para não perder nenhuma informação.
Tudo Sobre a Flor Ipê Roxo
Nome Científico
Conhecida cientificamente como Handroanthus impetiginosus.
Essa é uma espécie da nossa América do Sul, pode ser conhecida popularmente por inúmeros outros nomes como:
- Piúna Roxa;
- Piúna;
- Ipê Una,
- Piúva;
- Ipê Roxo de bola;
- Ipê Roxo grande,
- Pau D’arco;
- Ipê de minas,
- Pau D’arco roxo;
- Piúna roxa.
Alguns pesquisadores classificam o Ipê Roxo sendo a mesma espécie chamada Handroanthus impetiginosus ou ainda Handroanthus avellanedae, mas no Brasil os estudiosos discordam dessa informação.
Algumas espécies famosas como o Ipê Rosa, o Ipê Roxo de sete folhas e o próprio Ipê Roxo, possuem suas flores de cor similar, cor de rosa, fazem parte da espécie Handroanthus heptaphyllus, mas inconfundíveis por conta de suas folhas compostas por 5 a 7 pínulas.
É uma árvore fora da lista de espécies em risco de extinção atualmente.
Ocorrência Geográfica
É uma árvore nativa da Mata Atlântica do nosso país, pode ser vista em florestas tropicais e também em florestas estacionais semideciduais. Pode ser encontrada eventualmente no cerrado. É nativa de alguns estados do nosso país como AC, PA, MA, PI, CE, RN, PB, PE, BA, MS, MG, GO,RJ e SP.
Pode ser avistada também em outros países da América do Sul e em alguns países da América do Norte.
Gosta de viver em vegetação florestal que segue rios de grande e médio porte do Cerrado, geralmente estará sempre próxima de rios.
Características da Flor do Ipê Roxo
É uma árvore que em determinado período do ano perde as suas folhas, crescem rapidamente, chegam a medir em média de 8 a 12 m de altura, dentro de mata fechada ela pode alcançar 30 m de altura. Dentro da floresta primitiva ocupa as copas superiores.
Suas folhas possuem cerca de 5 pínulas grandes, assim como a maior parte dessa espécie. Essas folhas podem ter aspecto similar ao couro, ou mais rígida.
Essa é uma árvore com efeito decorativo, ela deve florescer no período mais seco do ano que vai de maio a agosto, então é nesse período que perde as suas folhas.
O conjunto de flores dessa árvore se dão em cachos floridos, as cores podem ser rosa ou lilás e infelizmente não duram muito tempo atraem insetos polinizadores como por exemplo as abelhas, também o abelhão, e algumas aves.
Utilização do Ipê Roxo
É muito comum ver essa árvore enfeita avenidas nas grandes cidades, principalmente no sudeste e centro oeste do nosso país.
A madeira dessa árvore tem muito boa durabilidade e é muito resistente contra organismos que podem se alimentar dela, por conta dessa dureza é bem complicado de pregar qualquer coisa ou serrar o tronco. Por esse motivo também é muito utilizada para acabamentos, fazer instrumento musical, bola de boliche e muito útil na construção civil.
Da casca dessa árvore são retirados alguns ácidos, sais alcalinos e até corantes utilizados para o tingimento de seda e algodão.
Uso Medicinal do Ipê Roxo
Há anos já é utilizado como remédio natural, inclusive por tribos bem antigas. O seu nome vem do Tupi que tem como significado árvore cascuda, muitos indígenas já faziam uso desse produto da natureza, inclusive era utilizado para fabricar armas, como é o exemplo do arco e flecha, daí também o nome pau d’arco. Outra utilização era através da maceração e cozimento da casca, para extrair um óleo muito utilizado para cicatrizar feridas na pele, entre outros benefícios.
Na América Andina era conhecida pelo nome “tahebo”, utilizado pelos médicos do Império Inca, acontecia principalmente na tribo dos Kallawaya, curandeiros itinerantes dos Andes. Inclusive no ano de 2003 a cultura desse povo foi recebida pela Unesco como Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade.
Foi compilada uma farmacopeia da cultura Kallawaya, nela está escrito que o famoso pau d’arco é conhecido como Tajibo e alguns outros nomes, ali é descrito que essa árvore é utilizada na forma da casca macerada e em mate, para tratar aterosclerose, diabetes e úlceras cancerígenas, utilizar junto com mel para manter homens fortes e saudáveis (vide página 338).
No Brasil
Em nosso país é muito utilizado para fazer chás e também em banhos, o cozimento das cascas e caules são utilizados comumente em garrafadas, indicados para tratar gripe, alergias como bronquite e sinusite, infecções como impetigo, úlceras sifilíticas e gonorréia, útil também no tratamento de cervicite e cervicovaginite, no tratamento de anemias, um excelente diurético para quem tem cistite, tratamento de hipercoagulabilidade, ação calmante, alivia em casos de ouvido inflamado, tem ação anti reumática, eficaz em picadas de cobra, na cicatrização de afta, no tratamento de gastrite, vermes, diarréia e até câncer.
No estado do MT a árvore do Ipê roxo é muito utilizada na medicina natural para tratar o diabetes mellitus.
Já existem algumas comprovações científicas acerca da eficácia dessa planta, atualmente são reconhecidas as suas ações antioxidantes, antibiótica, bactericida, antiviral, antifúngica e cicatrizante.
Apesar do seu efeito em destruir células malignas não ser um consenso e nem comprovado cientificamente ainda assim na cultura popular o ipê roxo continua sendo usado para combater de câncer a pequenas inflamações, eles acreditam que ela possa inibir o crescimento de tumores malignos, também utilizam para amenizar a dor.
Da parte mais interna da casca do ipê roxo e o durame da madeira possuem uma substância de cor amarela chamada naftoquinonas, derivados dela formam a vitamina K, por exemplo o Lapachol entre outras.
Foram realizados testes no extrato de pau d’arco e do lapachol para identificar se o composto possui atividade biológica, foi descoberto então que são contrários a vitamina K, particularmente a vitamina K1, o que poderia inibir alterações de coagulação e formação de coágulos estimulados por algum tipo de neoplasia.
Mas cientistas dizem que é necessário sinergia entre as substâncias que tem nessa planta relacionadas a diversas manifestações dessa doença. Importante ressaltar a sua ação para estimular o sistema imune e especialmente na redução de dores oncológicas.