A um conjunto de espécies florais, na forma de pequeno arbustos, e membros dos gêneros Pelargonium e Geranium, costuma-se atribuir o apelido de “Gerânios”.
Dessa forma, fica evidente que essa é na verdade um termo não taxonômico, que designa mais de 300 espécies diferentes, todas elas apreciadíssimas como plantas ornamentais ou para a extração de tinturas e demais substâncias das quais elas se constituem.
Também conhecidos como “Sardinheiras”, os membros dessa comunidade dos gerânios chamam a atenção pela exuberância das suas tonalidades, em que destacam-se os seus chamativos tons de vermelho, rosa, laranja, salmão, entre outras variações não menos exuberantes.
Nesse artigo onde tratamentos sobre tudo o que diz respeito a essa flor, o gerânio, com os seus diversos nomes científicos, características e demais peculiaridades, daremos um lugar de relevo a uma variedade em especial: a Pelargonium hortorum.
Pois essa é a espécie mais popular dentro desse gênero; um membro ilustre da flora do continente africano – especificamente da África do Sul.
E cujo nome lhe foi dado em uma alusão à aparência do seu fruto, semelhante ao bico de uma cegonha (“pelargo”, em grego); e que é apenas uma das inúmeras curiosidades que chamam a atenção nessa comunidade de plantas.
Tudo Sobre a Flor Gerânio: Características, Origens, Nome Científico, Entre Outras Peculiaridades
Eis aqui uma espécie das mais singulares dentro dessa não menos singular flora brasileira!
Uma espécie aparentemente delicada, mas que nessa delicadeza esconde uma força e resistência que costumam surpreender, especialmente aqueles que não são assim tão familiarizados com os representantes da flora do planeta.
Uma das principais característica do gerânio é o seu apreço por uma boa jornada de sol – de sol pleno! E é somente assim que eles conseguem desenvolver-se com todas essas suas características tão marcantes.
Em especial a exuberância das suas colorações intensas, chamativas e vistosas como poucas na natureza. Além das suas incontáveis propriedades farmacológicas que o colocam entre os principais agentes antimicrobianos e bactericidas naturais do planeta.
O gerânio é uma espécie ornamental por excelência! E essa característica pode ser notada até mesmo no formato da sua folhagem, tão original quanto as suas inflorescências, e da qual ainda pode ser extraído um óleo essencial dos mais apreciados na indústria de cosméticos.
Aliás, sobre esses óleos essenciais dos gerânios, cabe também um espaço aqui para ressaltar as suas excelentes qualidades farmacológicas.
Em especial as suas características antissépticas, bactericidas, cicatrizantes, antimicrobianas, entre outras ações que, em combinação com o suave perfume que exala da planta, fazem desse gênero um dos que melhor se prestam como matéria-prima para esse fim.
E foi-se o tempo em que os gerânios eram apenas aquelas espécies preferidas pelos mais “antigos”, e com os quais os nossos avós perfumavam e enfeitavam as suas casas para causar uma impressão sem igual nos visitantes. Agora já se sabe que os gerânios possuem o status de uma “espécie ornamental” por natureza!
Ele hoje é disputado por paisagistas e decoradores que utilizam-se da sua exuberância e resistência para compor fachadas, muros, renques, jardins, jardineiras, e todo e qualquer espaço onde se queira criar um aspecto suave, mágico, delicado e vivo; como só espécies como os gerânios são capazes de produzir.
A Espécie
Daqui para frente o objetivo é falarmos sobre tudo o que diz respeito à flor gerânio: seu nome centífico, características, singularidades e origens.
E devemos lembrar, também, que daremos preferência à espécie Pelargonium hortorum – o “gerânio-de-jardim” – , a variedade mais comum e mais apreciada dentro dessa comunidade; e que é o resultado de um meticuloso processo de hibridização entre as espécies Pelargonium inquinans e Pelargonium zonale.
Um processo de cruzamento do qual resultou uma variedade com belas inflorescências na forma de um robusto botão floral, com coloração que vária do branco ao vermelho intenso, e bastante apreciada para um cultivo em vasos, canteiros, jardineiras; para dar vida a uma fachada, beirais, janelas e onde quer que se deseje produzir um aspecto harmonioso, vivo, delicado, suave e intenso.
O termo Pelargonium hortorum é uma denominação em Latim para “pelargo” = cegonha, em grego + “hortorum” = jardim ou horta.
O que logo nos leva a supor que estamos falando aqui de uma espécie que em tempos imemoriais já chamava a atenção por ser uma variedade apreciada para um cultivo em jardins; e ainda com o curioso aspecto de um bico de cegonha.
E esse foi, digamos, um presente do botânico americano Liberty Hyde Bailey, que em 1914 concluiu que essa espécie era o resultado de séculos de hibridização e cruzamentos das variedade citadas acima, que acabaram resultando no melhoramento da planta, especialmente em seus aspectos genéticos e biológicos.
Além disso, o que houve foi uma separação definitiva entre os gêneros Pelargonium e Geranium; com o primeiro sendo responsável por abrigar a maioria das espécies que conhecemos, as mais populares, além de famosas no mundo todo. Em uma dessas curiosidades que somente no seio da natureza podemos encontrar.
Tudo Sobre a História, Nome Científico E Características Da Flor Gerânio
As origens dos gerânios, ou do Pelargonium hortorum, estão não África do Sul. É lá que estão as raízes dessa espécie, que tem como ancestral mais distante o Geranium africanum, que foi quem deu origem às subespécies inquinans e zonale.
Mas foi somente no séc. XVIII que essa planta foi descrita e categorizada definitivamente pelo botânico e naturalista sueco Linnaeus, que ainda descobriu algumas peculiaridades cromossômicas dos gerânios que ajudaram a torná-lo uma das espécies preferidas para a prática de cruzamentos e hibridizações – cruzamentos e hibridizações que resultaram em uma verdadeira tradição entre os especialistas nesse tipo de atividade.
As enigmáticas e misteriosas paragens da província de Cabo, na África do Sul, é o berço dessa planta. E foi lá que no final do séc. XVII um exemplar dela foi coletado e levado até a Europa para ser descrito inicialmente pelo botânico e cientista holandês Jan Commelijn.
O resultado foi que não demorou para que os gerânios fossem incorporados à cultura da aristocracia inglesa dessa época. E nos jardins da Duquesa de Beaufort (Inglaterra) os gerânios adquiriram um status de quase celebridade.
Conta-se que eles até tentavam competir a todo o custo (mas sem tanto êxito assim) com as rosas, orquídeas, helicônias, entre outras espécies exóticas, pela preferência dos nobres da europa a partir desse período.
E quando alguns botânicos alemães, como Joachim Sprengel e Kurty Polycarp, por volta do final do séc. XVIII, colocaram os olhos sobre esse aspecto encantador do Pelargonium hortorum, não demorou para que os gerânios se tornassem um dos alvos preferidos para a exibição dos seus talentos na arte de hibridização.
Como especialistas nas mais elaboradas técnicas de cruzamentos de espécies florais, eles acabaram, então, fazendo dos gerânios algumas das suas mais caras cobaias; e a partir das quais diversas outras espécies puderam surgir para aumentar ainda mais o prestígio dessa planta em quase todos os continentes.
O Sucesso Dessa Espécie
Ao final do séc. XVIII os gerânios já chamavam a atenção pelas suas características genéticas e biológicas. E essas características foram fundamentais para que essa variedade de plantas passasse a ser uma espécie de alvo dos especialistas nos processos de cruzamentos e hibridizações de gêneros florais.
E tais características, combinadas com os seus aspectos singulares e harmoniosos, fizeram com que rapidamente a nobreza europeia – especialmente a inglesa – , adotasse os gerânios como uma das espécies florais mais apreciadas para a ornamentação dos seus belos jardins e para a composição da decoração dos seus riquíssimos bailes, eventos, casamentos, entre outras manifestações típicas daquela cultura.
No Palácio de Fulham, na Inglaterra, por exemplo, os gerânios conseguiram a proeza de competir com as rosas pelo posto de espécie floral mais apreciada (apesar de perder nesse embate).
Mas até mesmo a gente comum se tornaria admiradora desse gênero floral, que mais tarde passou a ser considerado quase como um componente fundamental na paisagem de casas simples, de populações interioranas, porém admiradoras do aspecto harmonioso que um jardim ou um canteiro com gerânios são capazes de demonstrar.
Os gerânios também tornaram-se um dos temas prediletos dos pintores do “Século das Luzes”. E tal preferência era em muito estimulada pelo apreço que nesse período se tinha pelas propriedades farmacológicas e medicinais das plantas.
E se uma espécie encantasse pelas suas propriedades quase da mesma forma que por sua beleza e exuberância, aí o que se tinha era uma combinação imbatível!, e que somente espécies como o Pelargonium hortorum podiam apresentar.
E tudo o mais que se possa dizer sobre essa flor gerânio, à parte os seus vários nomes científicos, propriedades, características e peculiaridades, diz respeito ao fato de que a Inglaterra foi quem seguiu manipulando e cruzando, de forma sucessiva, os membros desse gênero.
Na verdade os europeus tinham os direitos exclusivos de manipular espécies florais como os gerânios, as rosas, as azaleias, entre outras variedades das quais outras foram sendo produzidas com características totalmente únicas.
E o curioso era que, na maioria das vezes, elas eram apelidadas simplesmente de gerânios, apesar de poderem facilmente ser consideradas subespécies à parte dentro desse singular e incomum gênero Pelargonium.
Descrição
Ao final do séc. XIX já tínhamos uma verdadeira comunidade de gerânios obtida por meio dos mais elaborados processos de cruzamentos e hibridizações de espécies florais.
E a Inglatera e a França seguiam como as principais referências na produção de gerânios, que surgiam cada vez mais harmoniosos e belos entre os franceses; e mais vigorosos, resistentes e exóticos entre os ingleses.
Agora os gerânios juntavam-se a diversas outras espécies como os “queridinhos” dos inúmeros concursos e exposições de flores que se tornaram tão famosos na Europa do séc. XIX.
E o que se se dizia era que a facilidade com a qual eles eram cultivados, as suas poucas exigências e a abundância com que se desenvolviam, faziam desse exemplar Pelargonium hortorum uma espécie à parte dentro dessa comunidade.
Mas o destino dos gerânios era mais ousado! Era o de espalhar-se por toda a Europa, sempre com a característica de ser um dos que melhor se prestam aos processos de hibridizações e de cruzamentos.
Já com relação às características físicas dos gerânios, chama a atenção a sua constituição na forma de um arbusto ereto, com caule relativamente resistente, ramificado, com folhagem exuberante e folhas alternadas.
Essas folhas ainda são pecioladas, meio redondas, com bordas serrilhadas, textura agradável ao toque, com nervuras em suas superfícies, além de algumas manchas meio amarronzadas ou ferruginosas, que lhes conferem um aspecto ainda mais singular.
E tudo o mais que se possa dizer sobre as características físicas dos gerânios, independentemente do nome científico ao qual estivermos nos reportando, é que as suas flores desenvolvem-se como imensas bolas simples, a partir de ramos bastante longos e vistosos.
As suas colorações básicas são o branco, vermelho, rosa, laranja e rubro; colorações que surgem, esplendidamente, a partir de setembro, para despedirem-se a partir do mês de abril, deixando apenas a lembrança do seu delicioso aroma, forte e bastante destacado.
Uma Comunidade Bastante Original
As flores do gerânio chamam a atenção pela intensidade das suas cores. Elas distribuem como uma vigorosa “esfera” pentâmera (com cinco pétalas), às vezes em duas unidades por ramos, que destacam-se curiosamente das ramagens como a buscar os raios revigorantes do sol – que eles tanto apreciam.
Já as folhas da Pelargonium hortorum possuem cerca de 6 a 8 cm, margens foliares, alguns trechos mais escuros nas suas superfícies, além de todas as características de uma planta rústica e ornamental, a despeito do seu aspecto aparentemente delicado e sensível, que esconde um vigor e resistência poucas vezes observados em uma espécie floral.
E tal exuberância, obviamente, não poderia passar despercebida por uma comunidade incrível de pássaros, vespas, abelhas, mariposas, entre diversas outras variedades que na primavera correm em busca do seu delicioso néctar; reunindo-se em bandos para ajudar a espalhar, por meio do eficientíssimo processo de polinização, a planta num raio de algumas dezenas de quilômetros.
A borboleta Lampides boeticus, por exemplo, é uma dessas que encontram nos gerânios um verdadeiro “parque de diversões” encantado! Mas a Polybia paulista (um tipo de vespa do Brasil) também não faz por menos, e vem de todos os cantos, ansiosa, para provar do seu delicioso néctar.
Só que ela também terá que disputar esse espaço com o Chlorostilbon lucidus (um beja-flor) e com a Ascalapha odorata (um tipo de mariposa).
Entre inúmeras e incontáveis outras espécies, que da mesma forma encontram nos gerânios um formidável abrigo e a garantia das suas sobrevivências nesse tão surpreendente, misterioso e cada vez mais enigmático universo das espécies florais do planeta.
Tudo Sobre O Cultivo, Nome Científico E Características Da Flor Gerânio
Sem dúvida, uma das principais características do gerânio é a sua facilidade de cultivo. Tanto é assim que a planta já era conhecida em épocas remotíssimas, como na Grécia do séc. VI a.C., ou no Egito Antigo, ou mesmo no quase lendário Império Romano de Otávio Augusto.
Aliás, durante o Império Romano, por volta do séc. III d.C, os gerânios já eram bastante apreciados (e recomendados) para a extração dos seus preciosos óleos essenciais, com os quais era possível, de acordo com a crença popular, combater qualquer tipo de moléstia.
Isso sem contar a sua capacidade de redobrar o ânimo, facilitar a memorização, e até mesmo tornar os jovens apaixonados menos reféns dos seus ímpetos.
E quem quer que pretenda usufruir desses tão formidáveis predicados deverá saber que a Pelargonium hortorum aprecia temperaturas medianas, apesar de comportar-se bem sob variações climáticas.
Ele só exige mesmo a moderação (ou suspensão) nas regas durante o período de chuvas; ou a intensificação delas em regiões cujas temperaturas sejam muito elevadas – como em alguns estados da região Nordeste do país.
Tais preocupações são importantes, já que as temperaturas extremas são terrivelmente danosas para esse tipo de espécie, que é bastante sensível à Podridão radicular, à ferrugem, ao oídio, entre diversos outros parasitas que costumam atacar espécies florais.
Mas, à parte isso, o que temos aqui é uma espécie das mais fáceis de serem cultivadas na natureza; uma planta apreciadora de uma boa jornada de luminosidade e de sol pleno.
E ainda facilmente cultivada em jardineiras, vasos, ou mesmo em canteiros onde os raios do sol possam visitá-las durante a maior parte do dia – além de espaço suficiente para que possa desenvolver-se sem comprometer a correta oxigenação de todas as suas partes constituintes.
As Peculiaridades Do Seu Cultivo
Tudo o que puder ser dito aqui sobre as características de cultivo dos gerânios, independentemente do nome científico ao qual estivermos nos referindo, deverá levar em consideração o fato de que essa é uma espécie originária das exóticas, rústicas e controversas paragens da África do Sul.
E por isso mesmo, originalmente, ele está adaptado a viver sob um clima tropical ou mediterrêneo, no qual possa receber quantidades razoáveis de chuvas, sol em abundância, verões quentes, invernos chuvosos, entre outras características climáticas que tanto aprecia.
Já o solo para o cultivo dos gerânios deverá conter partes iguais de uma boa terra vegetal misturada com esterco (ou, no lugar do esterco, húmus de minhoca).
Após o plantio, a planta deverá receber de 2 a 3 regas semanais, a depender do clima da região, do vaso ou canteiro onde forem plantados; entre outras condições que possam fazer com que desidratem rapidamente ou conservem a água de forma adequada.
Porém, a luminosidade é o fator principal para o crescimento adequado dos gerânios; somente com uma boa jornada diária é que você poderá garantir o seu florescimento por quase todos os 12 meses do ano.
E garantir o seu aspecto vistoso e bastante chamativo. Com todas as suas excelentes propriedades farmacológicas, medicinais e alimentícias. Além de outras características que o fazem ser considerado uma excelente matéria-prima para a produção de um eficientíssimo creme adstringente para a pele.
Sem esquecer, obviamente, que tendo os gerânios como matéria-prima, é possível produzir também uma singular espécie de geleia caseira, um tipo de vinagre, um óleo essencial com formidável ação antisséptica e antimicrobiana, entre outros inúmeros produtos que já não são nenhuma novidade em se tratando das espécies florais que podem ser encontradas no Brasil.
Como Garantir a Saúde Da Planta
A Pelargonium hortorum, como dissemos, é uma espécie típica dos climas tropicais e subtropicais. O exemplar de um gerânio, quando cultivado corretamente, pode atingir uma altura que varia entre os 30 e 60 cm.
Essa espécie é perene (ela não perde a sua folhagem no outono), costuma exalar um perfume agradabilíssimo dos seus buquês; e, por suas características de rusticidade, presta-se bem para a formação de renques, maciços e para compor as margens de um jardim.
Mas, sem dúvida, eles dão um show de exuberância mesmo é quando plantados em vasos e jardineiras. Pois é quando então desenvolvem-se ainda mais vistosos, principalmente se encontrarem espaço suficiente para que não se desenvolvam na forma de touceiras sem qualquer oxigenação.
O solo que receberá esses gerânios também deve ser bem drenável, profundo, permeável, e de preferência com um pH que oscile entre 6 e 7 – que poderá ser corrigido com a administração de cal ou hidróxido de cálcio; e ainda de acordo com as melhores recomendações para o cultivo de espécies florais.
Como dissemos, o solo ideal para o cultivo de gerânios deve ser rico em matéria orgânica; ou então adequadamente nutrido com uma mistura que poderá conter esterco (ou húmus de minhoca), torta de mamona, farinha de osso, uma adubação NPK 4-14-8, além de areia para garantir uma boa drenagem desse substrato.
Já com relação à propagação inicial dos gerânios (antes de levá-los para o vaso, canteiro, jardineira, etc), recomenda-se a técnica da estaquia.
E para realizá-la basta retirar um ramo ou galho da planta com cerca de 8 a 10 cm, retirar toda a sua folhagem até a metade dessa galho e fixá-lo em um bom substrato.
Lembrando que um bom subtrato é aquele facilmente drenável, que permite uma boa aeração, é leve e ao mesmo tempo consistente.
E é o caso, por exemplo, de uma mistura composta por cascas de arroz carbonizada, areia e vermiculita. Pois esse é um tipo clássico de substrato, e que pode ser utilizado em praticamente todas as espécies florais conhecidas.
Como complemento a esse procedimento, cubra toda a planta com um saco plástico a fim de garantir que ela permaneça constantemente hidratada. Mas não esqueça de proceder a regas diárias, até que a planta apresente um tamanho suficiente para ser transplantada para um local definitivo.
Tudo O Mais Sobre as Características De Cultivo Do Gerânio
Como pudemos perceber até aqui, os gerânios estão longe de ser daquelas variedades que costumam desafiar até mesmo os mais experientes em cultivo de espécies florais.
Atendidas as suas necessidades básicas, a planta irá desenvolver-se a contento; eles irão espalhar-se com uma abundância impressionante, durante quase todos os 12 meses do ano; mas desde que esse cultivo sugerido acima seja preferencialmente levado a cabo durante o período outono/inverno.
Mas é importante também ressaltar a necessidade de que esses vasos onde os exemplares serão plantados sejam bastante drenáveis.
E a solução para isso é ter sempre o cuidado de colocar ao fundo algumas pedras, cascalhos, ou mesmo britas e pedriscos; isso será o suficiente para garantir que a planta não encharque e retenha água de forma exagerada.
O próximo passo será a retirada de uma estaca verdadeiramente saudável. E no vaso já preparado com os cascalhos e pedriscos coloque uma primeira camada de substrato e fixe levemente a estaca cuidando para não danificá-la.
Logo após, acrescente o restante do substrato, aperte levemente o material em volta da planta, leve esse vaso para um local fresco, seco e com uma incidência de luz direta (mas sem sol). E se tudo for feito corretamente, sem dúvida, irá garantir, em não mais do que 15 dias, uma muda de gerânio forte, saudável e resistente.
E só terá agora que transplantá-la para um local definitivo (um vaso, jardineira, canteiro, jardim, etc), com um espaçamento de pelo menos 0,4 m, em um local com incidência direta de sol durante boa parte do dia e não sujeito a geadas, temperaturas extremas ou chuvas exageradas.
Além de outras intempéries que certamente irão comprometer o desenvolvimento ulterior da planta.
Os Cuidados Com a Pelargonium Hortorum
Apesar de serem surpreendentemente resistentes a certas condições adversas, como qualquer tipo de planta o gerânio também possui algumas características que fazem com que a sua manutenção tenha que ser da mesma forma diferenciada.
É preciso saber, por exemplo, que o período para que essa estaca “pegue” dificilmente ultrapassa os 21 dias. Após esse período, caso não tenha obtido qualquer resultado, dificilmente irá obtê-lo posteriormente – e o recomendado, portanto, é desistir dessa tentativa.
Também é preciso certificar-se de que toda a folhagem da estaca (inclusive as suas brácteas) foi totalmente removida, pois essa é uma das razões pelas quais a empreitada do cultivo de gerânios acaba indo por água abaixo.
Cuide também para que a temperatura durante o plantio das estacas varie entre os 15 e 19 graus centígrados e certifique-se de que o material utilizado (terra vegetal, substrato, etc.) foi obtido em um estabelecimento confiável, pois isso é o que garante que não irá receber também grandes quantidades de parasitas e demais micro-organismos escondidos na terra e no substrato.
E tudo o mais que se possa falar sobre o plantio e cuidados com os gerânios (além dos seus nomes científicos, características e peculiaridades), dizem respeito à necessidade de manter a planta sob uma exposição quase que total à luminosidade e ao sol direto.
Não devemos esquecer que estamos falando aqui de uma planta típica dos climas mediterrâneos, subtropicais e tropicais da África do Sul; e que por isso mesmo não tolera um clima extremamente úmido e nem regas exageradas.
2 ou 3 regas semanais serão suficientes, principalmente se a planta é mantida dentro de casa. E, no caso das plantas cultivadas em praças e jardins, sob um duro regime de sol intenso, recomenda-se regas diárias (pela manhã ou à noite), além de podas regulares que garantam que essa espécie realmente desenvolva-se com as características tão exuberantes que conhecemos.
As Particularidades Do Cultivo Do Gerânio
Tudo o que se pode dizer sobre as características do cultivo de gerânios, independentemente do nome científico ao qual estivermos nos referindo, é que este é um processo dos menos complicados entre as espécies florais conhecidas.
Basta saber, por exemplo, que essa planta não resiste ao exagero de água; e curiosamente é mais facilmente adaptável à falta desta; como uma das principais singularidades dessa espécie.
Logo, em regiões com regime abundante de chuvas recomenda-se dar preferência ao cultivo de gerânio em vasos – que poderão ser retirados do local.
Outra coisa importante a saber acerca do cultivo do Pelargonium hortorum (seu nome científico), é que ambos os extremos de temperaturas são danosos para essa espécie.
Temperaturas que ultrapassem os 30 graus centígrados serão fatais ao longo do tempo; por isso, caso tenha-os plantado em vasos, cuide para que eles seja transportados para um local com sombra durante esses períodos mais ensolarados.
Outra coisa interessante é que as jardineiras parecem ser escolhas ideais para o cultivo de gerânios. Isso porque ali elas ficarão expostas como uma espécie de “jardim suspenso” – com a possibilidade de recolhê-las e preservá-las de possíveis intempéries, a depender da região onde morar.
Também no caso dos gerânios as podas funcionam quase como ferramentas mágicas capazes de realizar verdadeiros “milagres” no crescimento dessa planta. E, aqui, o recomendado é uma poda total durante o inverno – logo após ele parar de florescer.
Essa poda irá retirar galhos mortos, ramos adoecidos, entre outras partes que certamente comprometerão o crescimento da planta, além de limitar a sua oxigenação e servir como um excelente esconderijo mara micro-organismos patológicos que se desenvolverão silenciosamente.
De resto, basta realizar podas superficiais durante o ano sempre que perceber que a planta já pede uma limpeza; o que ao menos irá garantir o seu aspecto sempre saudável e exuberante.
Lembrando sempre que os principais responsáveis por danos a variedades florais como os gerânios são a deficiência de raios de sol durante o dia, pouca oferta de luminosidade e excesso de água.
Em todos esses casos, o resultado certamente irá surgir na forma de danos à estrutura da planta, muitas vezes causados por fungos, vírus, bactérias e demais parasitas que aproveitam-se dessas condições.
Enquanto isso, a deficiência de luz solar fará com que a planta morra debilitada, frágil e enfraquecida, até que nada mais possa ser feito para reverter esse quadro.
Curiosidades Sobre Os Gerânios
É cientificamente comprovado o efeito benéfico da ureia sobre todas as variedades de gerânios. E o curioso é que no tempo das nossas avós era a urina que tratava de fornecer o suprimento necessário dessa substância à planta.
Para os menos familiarizados com esse hábito, a cena certamente deveria ser no mínimo sui generis. E toda a noite ela se repetia, e os gerânios recebiam quantidades generosas de urina, que já ficava sempre ali, disponível, em espécies de urinóis que eram comuns naquele tempo.
O tempo passou, muita coisa mudou, e agora já não se recomenda tal expediente. Mas o que ainda se recomenda é o uso da ureia (comprada em bons estabelecimentos), acrescida de farinha de osso, torta de mamona, uma colherzinha de borra de café e cascas de ovos moídas.
E tudo isso enterrado ao redor da planta para que ela possa receber toda essa carga de nutrientes sem prejuízo das suas partes aéreas.
Outra curiosidade sobre os gerânios diz respeito a alguns dos usos mais singulares que se pode fazer dessa planta. Como no caso da produção de um tipo de geleia bastante original, ou até mesmo um singular vinagre caseiro, além de cremes para acnes, óleos essenciais adstringentes, entre diversos outros usos que se pode fazer da sua famosa composição à base de substâncias antissépticas, antimicrobianas, bactericidas, entre diversas outras.
Mas e se você pudesse ter em casa, em vez de um pequeno canteiro ou jardineira, um verdeiro “pé de gerânio?” Pois bem, você pode! Basta adquirir a variedade Geranium arboreum, uma exuberância capaz de atingir assustadores 4 metros de comprimento!
Na verdade o Geranium arboreum é um espécie raríssima, originária da Ilha de Maui, no Havaí; e que, ao que tudo indica, caminha a passos largos para a completa extinção.
Mas também pode ser que, em vez disso, você prefira produzir um gramado em sua casa utilizado apenas gerânios. Mas será que isso é possível? Totalmente! Em se tratando da flora do planeta quase nada é impossível!
E aqui é a variedade Geranium sylvaticum que se presta bem a esse fim, especialmente pelo fato de ser uma erva rasteira, bela, resistente e visualmente agradável, como só os gerânios podem ser.
A Lenda Do Gerânio
As origens desse gênero de plantas, como dissemos, estão nas distantes e, para nós, quase insondáveis paragens do território da África do Sul. E foi somente a partir do séc. XV que os Europeus descobririam-no; e por meio de vários e elaborados processos de hibridização espalharam os gerânios por praticamente todos os quatro cantos do planeta.
E dentre as inúmeras singularidades dessa espécie, eis aqui uma outra que nos conta que, certa vez, o profeta Maomé, de volta de um desses seus retiros que fazia para orações, acabou por jogar as suas vestes sobre uma flor de gerânio.
E qual não foi a sua surpresa quando, ao apanhá-las, descobriu que a flor havia esticado os seus ramos em direção ao sol para que as vestes dos profeta secassem mais rapidamente.
Na verdade o que diz a lenda é que até então os gerânios em nada se assemelhavam às espécies que conhecemos nos dias atuais. Eles, nem de longe, exibiam as belas inflorescências e o perfume delicioso e inconfundível com os quais nos acostumamos.
Foi justamente em retribuição a esse auxílio (de ajudar a secar as suas roupas) que o profeta dignou-se em prover a planta com todos esses seus formidáveis atributos incomparáveis e inconfundíveis entre as espécies florais conhecidas no planeta.
E, por fim, ainda de acordo com a sabedoria popular, não há nada melhor para manter cobras e demais espécies venenosas bem longe de uma casa do que cercá-la com um jardim composto por gerânios.
E o curioso é que, mesmo sendo um excelente chamariz para diversas espécies de pássaros, borboletas, vespas, mariposas, entre outras espécies que surgem em bandos para apreciar o seu néctar, os gerânios conseguem a proeza de funcionar como um eficientíssimo repelente de moscas e de pernilongos de praticamente todas as espécies.
Alguns Usos Que Se Pode Fazer Da Planta
Engana-se quem pensa que os atributos dos gerânios só se prestam mesmo é para tornar esse gênero uma comunidade essencialmente ornamental.
Não que eles não correspondam a contento a essa expectativa. Na verdade os gerânios possuem as características que toda espécie ornamental que se preze deve ter.
Eles possuem beleza, exuberância, crescimento vigoroso, resistência a pragas, capacidade para suportar o assédio de micro-organismos patológicos, facilidade de cultivo, entre outras características quem deve possuir uma autêntica variedade ornamental.
Mas hoje já se sabe, também, que antigos povos do continente americano há muito conheciam as propriedades adstringentes do gerânio.
E era com elas que esses indígenas davam fim a sangramentos, curavam feridas, combatiam inflamações, espantavam maus espíritos – e muitos desses usos a partir dos óleos essenciais do gerânio aplicados topicamente.
Úlceras estomacais, hemorroidas, dor de garganta, contusões, arranhaduras, ferimentos… Há quem diga que o céu é o limite para aqueles que apreciam toda a sabedoria contida nas espécies vegetais que nos são oferecidas gratuitamente pela natureza.
E essa “mãe natureza” tem nas diversas espécies dos gêneros Pelargonium e Geranium algumas das suas mais caras representantes; representantes belíssimas; e ainda exuberantes, vigorosas, resistentes e repletas de curiosidades como só as espécies florais do planeta podem ser.
E tudo o mais que se possa falar sobre os gerânios, à parte os seus nomes científicos, características genéticas, ecologia, entre outras peculiaridades, dizem respeito às propriedades curativas dessa espécie.
Pois ele ainda pode ser utilizado eficazmente para o combate às hemorragias pós-parto, diarreias, excesso de muco, dor de cabeça, gastrite, entre outras inúmeras afecções; nenhuma delas capazes de fazer frente às poderosas substâncias bactericidas, antimicrobianas, cicatrizantes e adstringentes dos gerânios.
Uma das preciosidades da natureza! E que no Brasil ainda merece ser verdadeiramente descoberta em todas as suas infinitas e exuberantes possibilidades. Em diversos usos e atributos. Atributos que só mesmo as espécies vegetais do planeta podem apresentar.
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Fontes:
https://minhasplantas.com.br/plantas/geranio/
https://www.jardineiro.net/plantas/geranio-pelargonium-hortorum.html
https://www.fazfacil.com.br/jardim/flor-perene-geranio/
https://iloveflores.com/geranios/
http://homeopatiaparamulheres.blogspot.com/2012/02/geranium-maculatum-geranio.html
https://www.ceapdesign.com.br/familias_botanicas/geraniaceae.html