Vamos começar com uma curiosidade: o caju não é uma fruta. Conhecido como fruto do cajueiro, na verdade, o caju é um pseudofruto.
O caju, na verdade, se divide em dois: a castanha, que essa sim é considerada uma fruta, e o pedúnculo floral, que é um corpo de cor amarelada, rosada ou avermelhada, essa sendo o pseudofruto.
Originário da língua tupi, a palavra acaiu, ou caju, quer dizer “noz que se produz”.
Rico em ferro e vitamina C, com o caju, é possível preparar mel, sucos, doces, rapaduras, entre outros. Como o suco do suco possui uma fermentação rápida, também é possível preparar destilados, como cauim ou aguardente. Bebidas sem álcool também são fabricadas, como é o caso da cajuína.
Características do Caju
O nome científico do caju é: Anacardium occidentale (Franz Köhler, 1887). Sua classificação é:
- Reino: Plantae
- Filo: Tracheophyta
- Classe: Magnoliopsida
- Ordem: Sapindales
- Família: Anacardiaceae
- Gênero: Anacardium
- Espécie: A. occidentale
A fruta, propriamente dita, tem uma textura gelatinosa e dura, sendo popularmente conhecida como “castanha do caju”, e depois que o fruto é assado se come a semente.
Por a castanha possuir uma toxina em sua casca contendo o Urushiol (como na hera venenosa), a casca deve ser removida, pois a toxina é alérgica ocasionando uma irritação na pele.
O cajueiro possui diversos usos através dele, como: purgante (raiz), curtume (folha), redes de pesca (folha), medicinal (folha), chá (cascas), tintura (cascas cozidas), entre outros.
Caju no Brasil
Antes mesmo do descobrimento do Brasil, e ainda anterior à chegada dos portugueses, a população que habitava no Brasil, já tinha o caju como parte da alimentação diária e básica. O povo Tremembé, por exemplo, já sabia fazer a fermentação do caju, e consumia o seu suco, conhecido como mocororó, que durante as celebrações do Torém, era servido.
A descrição mais antiga de forma escrita do fruto foi feita por André Thevet, no ano de 1558, e ele comparou o caju como um ovo de pata. Mais tarde, Maurício de Nassau, através de um decreto, protegeu os cajueiros, onde uma multa seria aplicada por cada cajueiro que fosse derrubado, e os doces começaram a chegar em todas as mesas e famílias da Europa.
O Brasil, hoje, é considerado um dos maiores exportadores de amêndoa de castanha no mundo, junto com a Índia e Vietnã. No Ceará, há o município de Cascavel, que é um dos melhores produtores de caju no estado.
No Brasil, o cajueiro é encontrado principalmente em regiões do nordeste e da Amazonas. Foi a partir da Amazônia que as variadas espécies de caju se originaram e viajaram para o mundo inteiro.
Os principais estados que produzem caju são: Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. O que configurar como uma grande importância econômica na região nordeste.
Caju No Mundo
Em praticamente todas regiões que possuem um clima úmido e quente, a castanha-de-caju é um dos produtos bases. Presente em mais de 31 países, só no ano de 2006, foram produzidos cerca de 3 milhões de toneladas.
A história do Caju pelo mundo começa nos navios portugueses, que após desembarcarem em Moçambique, Quénia e Angola, na África, e na Índia, em Goa, o caju se disseminou pelas principais regiões tropicais da Terra.
Os cajueiros, nessas regiões, crescem em terrenos pedregosos e secos, e no local que antes não havia nada, passou a ter uma nova alimentação, além, é claro, de sacudir a economia local.
Com um altíssimo nível de rentabilidade, a Índia, hoje, é o principal país produtor e exportador de produtos como o óleo de castanha, que é usado por milhares de pessoas para fins diversos, desde medicinais até de emagrecimento.
Tipos e Variedades
Hoje no Brasil existem 14 clones/cultivares diferentes de cajueiro para o comércio de acordo com o Registro Nacional de Cultivares (RNC/Mapa), pertencente ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Entre os 14 clones, 12 fazem parte de um programa que visa melhorar a genética do cajueiro, cujo programa faz parte da Embrapa.
Essas variedades de caju têm características que diferenciam nas questões sobre: tolerância e resistência a doenças; região de adaptação; forma, cor, peso, qualidade e tamanho da planta; peso e tamanho da amêndoa e da castanha; e também outros fatores que os produtores possam achar importantes para a produção e plantio.
Principais tipos de cajueiros são:
Cajueiro CCP 06
Conhecido como CCP 06, o cajueiro-anão, foi produzido a partir de uma seleção fenotípica. Tem coloração amarelada, peso médio e a planta possui porte baixo.
A sementes produzidas a partir do CCP 06 são direcionadas para a criação de porta-enxerto, pois as sementes contêm alta concentração germinativa, além de possuir uma grande compatibilidade com os tipos copa e poder ser plantada em campos.
Cajueiro CCP 76
Outro clone do cajueiro-anão, o CCP 76 também apresenta planta com um porte abaixo da média, e o caju é de cor laranja/avermelhada. Com um maior teor de sólidos e acidez, faz com que esse caju se torne muito saboroso.
O tipo CCP 76 é um dos principais cultivados no Brasil, e o mesmo é direcionado para o mercado de sucos e frutas frescas. Há um aproveitamento também para o mercado de amêndoa quando este caju é direcionado para a indústria.
Dentre todos os clones, esse é que possui a melhor capacidade para se adaptar a variados tipos de ambientes, o que faz com que ele ocupe o maior número de plantações pelo Brasil.
Por possuir uma enorme variedade de clones, o caju é um produto altamente rentável, e que pode ser usado de diferentes formas, tanto para alimentação, como para a produção de bebidas, óleos, castanhas, entre outros.
Sendo uma planta altamente adaptável, o cajueiro consegue suportar condições diversas, e como ele cultivado de forma natural, há também a possibilidade de a planta conviver muito bem com outras espécies de plantas, vegetais e animais. Assim, um estado, família ou produtor que vive do cajueiro, não irá encontrar muitas dificuldades para encontrar o tipo certo para sua região.
O cajueiro possui uma enorme reputação nacional e internacional, e em todos os sistemas de agronegócio, o cajueiro continua tendo um grande potencial para o desenvolvimento, produção, alimentação e exportação.