Dominando a Natureza: A Seleção Artificial
Quando vemos a nossa civilização humana alcançando o topo da cadeia trófica e o domínio completo do planeta Terra, muitas vezes não paramos para pensar qual foi o longo caminho percorrido até alcançarmos o topo desta pirâmide, que é configurada basicamente pela troca de matéria e energia.
Se até 15.000 anos atrás éramos nada mais que macacos modernos – ou macacos sem cauda – vivendo em bandos e dependendo da caça e da pesca, e da coleta de frutos selvagens em árvores perdidas por longas florestas, o salto ocorrido nesses meros 0,00033% de todo o tempo acumulado desde o surgimento do planeta Terra (considerando a idade aproximada de 4,5 bilhões de anos) foi o que nos definiu como espécie alfa, a grande responsável por não só guiar o próprio rumo, mas de também guiar o das outras espécies coexistentes no nosso tempo e espaço.
A chamada Revolução Agrícola foi o fenômeno sócio-ecológico que emergiu como resultado das inovações comportamental que a nossa espécie assumiu a partir daquilo que se chamaria de conhecimento empírico (ou em outra palavra: ciência).
Com esta revolução, a espécie passou a dominar tecnologias para aumento de produção de alimentos, como agricultura e pecuária, sendo este o ponto de partida para todas as demais revoluções científicas e tecnológicas.
O fenômeno de conseguir replicar a natureza ao seu favor foi a “energia de ativação” (pegando emprestado esse termo da Química) que a nossa espécie precisou para se lançar ao atual estágio tecnológico: se atualmente temos o poder de dominar a energia nuclear, a molécula de DNA e até obter imagens de buracos negros nos confins do universo, tudo isso se deve aos nossos antepassados, que plantavam grãos e criavam carneiros, porcos e vacas em pequenos currais primitivos.
Plantas E Animais: Dos Selvagens Aos Domesticados
A Revolução Agrícola (que também é chamada de Revolução Neolítica, já que o homem neolítico é aquele que conseguiu produzir ferramentas para a sua sobrevivência, precedendo o homem paleolítico, que possuía ferramentas menos complexas, apenas para caça e pesca e coleta de frutos), nada mais foi do que a mão artificial do ser humano selecionando espécies de animais e vegetais, gerando recursos para serem usufruídos.
Se a seleção natural consiste na natureza triando espécies mais aptas em relação às menos aptas – sendo essa seleção definida conforme as condições, recursos e interações ecológicas de um determinado ambiente no decorrer de um período – a seleção artificial possui mecânica semelhante, mas em um tempo muito menor, e com desfechos bem diferentes.
Por exemplo: uma espécie de ruminante (vaca, ovelha, cabra ou búfalo) que seja mais magra e necessite de menos acumulo de gordura em seu organismo pode sobreviver melhor em uma savana, onde a água e alimentos são mais escassos, podemos observar que a seleção natural selecionou espécies com um perfil menos gordo; já o ser humano por sua vez, ao tirar o animal selvagem e levar para a sua criação, em um processo de alimentação e cruzamento entre variantes, produzirá uma população de ruminantes bem mais gorda, com mais carne e gordura para ser consumida, assim com mais vantagens pra aqueles que se fazem uso do animal como alimento.
As plantas também partem desse mesmo princípio, por exemplo se alguma espécie pode ser “feia” fisionomicamente, sem produzir frutos para consumo aparente, como as que vivem em áreas mais áridas e com menos acesso a água e clima úmido, esta mesma espécie de planta pode ser selecionada pelo homem e passar tanto a produzir produtos alimentícios, como o seu uso em paisagismo e jardinagem: a agave-azul, planta que é matéria prima tanto para a bebida alcóolica tequila como fármacos e remédios produzidos pelas industrias farmacêuticas é um bom exemplo de seleção artificial.
Como se observa, o homem a partir do domínio dos mecanismos naturais conseguiu desenhar o seu próprio ambiente artificial, claro: muitas vezes sem pensar nas consequências que poderiam surgir no longo prazo, desde o aquecimento global (usado como arma política) até a contaminação generalizada por agrotóxicos e bioacumuladores, estes fortemente associados a autismo, mimetizadores e sequestradores hormonais, e outros agentes perturbadores que estão levando-nos para um apocalipse ecológico-hormonal global.
Vegetais Não São Apenas Alimentos
Na adrenalina que o homem passou a modificar o seu ambiente para benefício próprio (sem pensar no custo inerente desse processo), não apenas para alimento foi o destino dos animais e das plantas, especialmente o último: paisagismo e jardinagem foram muito importantes como objetivos de seleção artificial, atualmente tendo um mercado bastante sólido, envolvendo melhoramento genético e outros mecanismos que produzem plantas com flores mais chamativas, coloridas, perfumadas, e com belíssimas fisionomias.
Quando pensamos em jardinagem, por exemplo, lembramos que o pai da genética clássica – o monge austríaco Gregor Mendel – estabeleceu o arcabouço dos estudos do DNA (esta molécula na época por ele chamado de fatores) apenas aplicando o seu ofício de jardineiro, plantando e cruzando ervilhas de diferentes variantes, anotando as características que eram dominantes e recessivas, de acordo com a geração parental e respectivas gerações f1, f2, etc..
Atualmente, o mercado de jardinagem e paisagismo é bastante requisitado, principalmente em grandes centros urbanos, onde o concreto e o cimento deram espaço ao verde e outros organismos orgânicos, fazendo assim que plantas emergissem como um equilibrador ambiental, seja a samambaia pendurada na sala de estar, seja um pé de goiaba no fundo da residência (desde que tenha uma terra ao invés de piso).
Dentro da grande variedade de plantas disponíveis para o comercio voltado para jardinagem e paisagismo, as bromélias são aquelas que possuíam bastante apelo, pois além de produzirem excelentes exemplares de beleza, algumas espécies são de fácil manutenção, principalmente para serem postas em apartamentos de pequeno espaço.
As Principais Espécies De Bromélias De Jardim
Bromélias, juntos de orquídeas, são plantas bastante visadas para compor presentes duradouros, seja para ser plantada diretamente na terra, ou em vasos mais apropriados, conforme o tamanho da espécie.
A bromélia demanda cuidados com água, devido compor o grupo de plantas de origens tropicais, sendo que muitas destas que são vendidas e comercializadas podem ter sido retiradas de biomas remanescentes, sendo assim importante aqui lembrar: cuidado ao consumir essas plantas de pessoas ou lojas sem alguma licença do tipo, pois podem ser oriundas de biopirataria e contrabando, este um importante perturbador das florestas brasileiras.
A Neoregelia é uma espécie bastante visada, já que por conseguir reter grande quantidade de água em suas plantas não demanda muita atenção, além de gostar bastante de luz do Sol, isto podendo determinar as cores das suas pétalas (entretanto por concentrar grande quantidade de água essa espécie pode ser criadouro para mosquitos).
A Bromélia-imperial também acumula bastante quantidade de água em seu interior, devido a grande tamanho que elas podem apresentar (por isso o nome), chegando a mais de 1 m de diâmetro quando plenamente desenvolvida.
Bastante chamativa devida suas belas pétalas com fortes cores, a Tillandsia tem um pelo poder de adaptação em diferentes habitats, podendo assim ser criada desde o frio do Sul até a umidade da Região Amazônica.
Também com cores vibrantes, muitas vezes assumindo bicolaridade, as Vriésias são bromélias que gostam de sombra, possuem tamanho pequeno, e demandam atenção em sua hidratação.
Já o Abacaxi-ornamental é outra espécie de bromélia bastante chamativa, já que as suas folhagens lembram o fruto: também com cores diversas, possui estatura pequena, apesar de serem bem chamativos quando usada em paisagismo.