O mamão é um doce representante da família Caricaceae, com mais de 30 espécies divididas em 6 gêneros: Vasconcella e Jacaratia (cerca de 28 espécies que espalham-se por toda a vastidão da América do Sul), o Jarilla (que só é encontrado mesmo no México) e o Carica (que é na América Central que desenvolve-se esplendidamente).
Além do Cylicomorpha (que não se sabe por que cargas d’água foi parar tão longe – no distante continente africano) e o Horovitzia (encontrado na Guatemala, mas também em algumas regiões do México).
O mamão que nós brasileiros conhecemos com maior propriedade, pertence ao gênero Carica, o Carica papaya L.; planta tipicamente tropical, distribuída com maior abundância na Bacia Amazônica Superior, mas com não menos vigor em praticamente todo o país – o que torna o Brasil o 2º maior produtor mundial da fruta.
São mais de 1,5 milhão de toneladas/ano, em uma área superior a 30 mil hectares, que só perde mesmo para as estonteantes 5 milhões de toneladas da Índia, que é quem compete com o Brasil no segmento de exportação de mamão para o mundo – em especial, para a Europa e os Estados Unidos.
Os tipos mais comuns de mamões brasileiros são os popularmente conhecidos mamão “papaya” e mamão “formosa”; enquanto as variedades de mamões que espalham-se pelo mundo (América do Sul e Central, basicamente) possuem as suas próprias características – que na verdade não as diferenciam tanto assim biologicamente.
Fotos, Descrições, Tipos de Mamões do Brasil e as Suas Diferenças em Relação às Variedades de Outras Partes do Mudo.
Ceará, Bahia e Espírito Santo são os “reis” da produção de mamão no Brasil! É lá que são cultivados cerca de 90% do fruto, e de onde ele espalha-se pelo Brasil e resto do mundo.
Aqui, mais uma vez, a lentidão com que seguem as pesquisas genéticas para o melhoramento das frutas brasileiras, também atinge, diretamente, essa espécie. E por isso as variedades que se podem considerar como brasileiras são pouquíssimas, reduzidas aos tipos “papaya” (Havaí ou Amazônia) e “formosa”.
As primeiras, são as nossas “meninas-dos-olhos”; as mais exportadas; principalmente pela sua textura, polpa doce e rosada e um peso que geralmente oscila entre 300 e 600g.
Mas as do tipo Formosa também não deixam nada a desejar às dos demais grupos! Elas, na verdade, chamam a atenção por serem capazes de nos presentear com exemplares que beiram os 1000 g – isso pelo fato de serem híbridas de várias outras espécies produzidas para fins comerciais.
No entanto, a papaya, por ser considerada uma variedade “pura” (não manipulada geneticamente) e autofecundada, ainda é a mais comercialmente aceita fora do país, principalmente em suas variedades Sunrise Solo, Golden, Higgins, Baixinho-de-Santa-Amália, entre outras variedades.
Enquanto a Formosa, com os seus híbridos Tainung e Calimosa, passa por um processo de conquista dos mercados externos.
A Tainuig é produzida geneticamente na Ilha de Formosa, enquanto a Calimosa é um dos sucessos alcançados pelo setor de hibridização de frutas no país.
Somam-se a essas variedades, outras, tipicamente brasileiras, como o mamão-bahia, o mamão-macho, o mamão-fêmea, entre outras denominações que elas recebem por esse imenso Brasil afora.
Imagens, Descrições e Fotos das Variedades de Mamões de Algumas Regiões do Mundo em Comparação Com os Tipos de Mamões do Brasil
Uma das variedades de mamões que se espalham pelo exterior, e que em nada assemelha-se (ao menos fisicamente) aos tipos de mamões brasileiros, é a singular “mamão-caudata”.
O seu nome científico é Jarilla caudata, mas ela é conhecida mesmo é pela sua raridade, exoticidade e extravagância, que quase a tornam uma espécie típica de colecionadores.
A árvore do mamão caudata é perene, com os seus frutos da mesma forma adocicados, suculentos, próprios para serem consumidos in natura ou em vitaminas; e que nascem em florestas secas mexicanas (xerófitas), encostas de montanhas, florestas decíduas – e geralmente em altitudes superiores a 1700 m.
Uma outra variedade (também do gênero Carica) que faz parte de uma comunidade que também espalha-se pelo mundo (apesar das suas similaridades com os tipos de mamões do Brasil) é a variedade Sunrise Solo.
Ela é produzida geneticamente pela Estação Experimental do Havaí (Estados Unidos) – mas logo incorporou-se às nossas tão conhecidas cultivares nacionais.
Existem, também, as do gênero Cylicomorpha (só encontradas no continente africano), a singular Horovtzia, da Guatemala, entre várias outras espécies da mesma forma exóticas – cada uma com as suas sutilezas e singularidades.
Porém com características que acabam as unindo, como por exemplo: altos níveis de ácido fólico, ácido pantotênico, vitaminas do complexo B e C, antioxidantes, carotenoides, flavonoides; e tudo o mais que possa ser sinônimo de saúde, bem estar e vitalidade.
A Produção de Mamão no Brasil
O Brasil pode, sim, ser considerado uma referência quando o assunto é a produção e exportação do fruto. Os vários tipos de mamões brasileiros não deixam nada a desejar às demais variedades que espalham-se pelo planeta – como vemos nessas fotos; e ainda com a vantagem de oferecer um produto genuinamente brasileiro e autofecundado através dos séculos de forma natural e espontânea.
São cerca de 1,5 milhão de toneladas produzidas anualmente, e espalhadas pelos quatro cantos do mundo – em especial na Europa e Estados Unidos.
Por isso, o Brasil só compete mesmo é com os assustadores 5 milhões de toneladas produzidas pela Índia, que, dessa forma, estabelece-se como o maior exportador de mamão do planeta.
Fica a cargo do Espírito Santo abastecer alguns centros europeus, como Portugal, Espanha, Itália e Inglaterra (além dos Estados Unidos).
E o estado abastece!, com as suas belas e exuberante variedades “Formosa” (a mais requisitada devido ao seu tamanho e sabor característico).
Mas o curioso é que apenas 6% da produção do estado são consumidos dentro do Brasil. O que mostra, por um lado, a força do mercado interno brasileiro, e por outro, o declínio dos números da exportação do fruto nos no período 2017/2019.
Mas é o extremo sul da Bahia a “menina dos olhos” da produção de mamão no país atualmente. São cerca de 45% de toda a produção brasileira, o que coloca o estado como o maior produtor e o segundo maior exportador – atrás apenas do estado do Espírito Santo.
Apesar das dificuldades dos últimos anos, o produtor continua otimista com relação à manutenção (e crescimento) desses números nos próximos. Principalmente em tempos de aperfeiçoamento genético, que, de acordo com pesquisadores da EMBRAPA, só tende a fazer aumentar, ainda mais, a importância desse setor para o país.
Esse artigo foi útil? Tirou as suas dúvidas? Deixe a resposta na forma de um comentário. E aguarde as próximas publicações do blog.