A Seleção Natural
Sabe-se, conforme descrito em qualquer conteúdo de aulas de biologia para o ensino médio, que a seleção natural é um importante mecanismo evolutivo que proporcionou elevada variação das espécies de seres vivos.
Verificada a partir de estudos descritivos envolvendo zoologia, paleontologia e anatomia comparada, primeiramente pelo britânico Charles Darwin no século XIX, também pelo britânico Alfred Wallace (assim chamada de Teoria de Darwin-Wallace), a seleção natural é um processo que ocorre em uma macro dimensão ecológica (populações e comunidades), onde o ambiente – e seus componentes: como recursos alimentares, adversidades físicas e climáticas, assim como a própria interação entre demais seres vivos presentes em todo este contexto – irá selecionar as espécies mais aptas.
Atenção: não é a espécie mais “forte” como usualmente o senso comum declama, mesmo porque os dinossauros eram muitíssimos fortes – a espécie dominante em sua respectiva comunidade ecológica – e por isso foram os primeiros a desaparecerem quando ocorreu a queda do meteoro no Golfo do México há aproximadamente 60 milhões de anos atrás, que trouxe consigo um longo período de “inverno global”, cujo os efeitos diminuíram drasticamente a produção de fotossíntese e matéria orgânica, devido ao bloqueio dos raios solares.
Esse ambiente trouxe muito prejuízo para a espécie mais forte, mas permitiu a ascensão de outras espécies até então mais fracas e menores, como alguns mamíferos, pois estes não demandavam uma elevada quantidade de energia e alimento para respectivas sobrevivências.
Por assim, a seleção natural é o mecanismo que seleciona as espécies mais aptas conforme o cenário ambiental e os respectivos componentes que o configuram, considerando que os seres vivos não são fixos, alteram-se constantemente devido as próprias características da molécula da vida, o DNA: primeiro pelas mutações aleatórias presentes quando a molécula se replica; segundo por outras estratégias de reprodução, como a fecundação cruzada (recombinação genética que se iniciou a partir de animais e vegetais dioicos, que necessitam trocar gametas sexuais para a geração de um novo descendente).
A Seleção Artificial
Se a seleção natural é todo um processo lento e vagaroso, que ocorreu (e ocorre) no planeta há pelo menos 3,5 bilhões de anos, ou seja, desde que surgiu a vida, a seleção artificial é um mecanismo oposto: desencadeada pelas mãos humanas, ela ocorre há pouquíssimo tempo, entretanto cada vez mais modifica o mundo como o conhecemos.
A seleção artificial abrange todas as espécies e variedades de organismos que foram “selecionados” pelo homem, a atual espécie dominante no planeta Terra.
Ela, por exemplo, produziu gordas e suculentas maças vermelhas que podem ser saboreadas em diferentes partes do mundo, uma variante de fruta muito mais nutritiva que a maça primitiva, presente nas florestas primárias antes da ascensão do homem, frutas estas que eram de tamanho menor, e com uma menor carga de açúcares.
Também pela seleção artificial que se verificou novas raças de cachorros, a produção de gados com mais peso, e grãos e cereais mais nutritivos, enfim, toda uma gama de tecnologias que são utilizados constantemente em nossas rotinas.
O processo de seleção natural é antigo: os egípcios já possuíam laboratórios por onde faziam estudos sistemáticos para identificar os melhores cruzamentos para diferentes variáveis de cevada, em busca de espécies melhoradas, seja para produzirem mais matéria orgânica ou ainda com maior resistência as condições hídricas dos mananciais da bacia hidrográfica do rio Nilo.
Atualmente, as tecnologias saíram de apenas investir em cruzamentos entre diferentes variedades de plantas e animais, alcançando novos métodos desde defensivos agrícolas até engenharia e edição do DNA.
As Espécies Herbáceas Selecionadas Artificialmente
Dentre as diferentes funções que a seleção artificial apresenta, as plantas utilizadas para paisagismo foram sempre muito averiguadas, primeiro devido a facilidade que é gerar plantas de pequeno porte e vida curta, como as herbáceas; e também por serem um importante mercado de prestação de serviço.
Desde rosas e outros tipos de flores até as trepadeiras, a seleção artificial produziu uma gama de vegetais utilizados para paisagismo, aumentando possibilidades de catálogos de plantas disponíveis para esse tipo de função.
Abordando diferentes características da planta, como colorações vibrantes de suas pétalas ou as fragrâncias e perfumes liberados, tais espécies de vegetais utilizadas em paisagismos e práticas de jardinagem são selecionadas não apenas por suas características morfológicas, mas também por sua adaptabilidade no jardim, como horas de luz solar exposta, quantidade de água e outras necessidades fundamentais para suas manutenções.
Algumas plantas precisam estar expostas à luz solar por períodos maiores que outras plantas, assim como algumas espécies apenas exalam seus perfumes nos períodos noturnos.
A seleção artificial fez que com novas variantes de plantas surgissem, dessas muitas com uso sólido em cultivos para fins de jardinagem profissional ou ainda recreativa.
Tagetes Anão e a Belíssima Arte da Jardinagem
Tagetes é um gênero de plantas herbáceas pertencentes a família do girassol (Asteraceae), espécies de plantas de pequeno porte bastante utilizadas em produtos de jardinagem e paisagismo, descritas primeiramente nas Américas (do Norte e do Sul), apesar de ser atualmente verificada sua distribuição em outros continentes do globo.
Apesar de algumas espécies do gênero poderem apresentar comportamento daninho (ou seja, pode assumir características de espécies invasoras quando presentes em comunidades que não possuem predadores naturais), representantes dos Tagetes apresentam altura entre 0,1 à mais 2 metro, com suas pétalas podendo manifestar diferentes cores como vermelho, laranja, amarelo, dourado e branco, mostrando assim sua relevância para paisagismo.
Muito comum o seu uso em horticulturas, essas plantas costumam ser largamente utilizadas nesse mercado, não apenas pela beleza que elas apresentam, mas também por conseguirem crescer em solos não muito ricos em nutrientes, também não depender de elevada quantidade de água, entretanto muitas vezes faz necessário algum tratamento de fertilização ou enriquecimento, conforme o tamanho do jardim que se deseja cultivar e as espécies de Tagetes.
Os Tagetes anão (Tagetes patula) são uma bela variedade selecionada por processos de jardinagem, compreendendo plantas de pequenino porte, que produzem flores ao longo de um ano, apresentando tolerância à climas frios.
Também são reconhecidas algumas propriedades medicinais dessas plantas, conjecturando que seu chá apresenta boas propriedades diuréticas, digestiva e com poder de sedativo, apesar de não ser recomendado o consumo sem uma indicação de dose limite, assim como possíveis efeitos colaterais.