No sistema convencional de cultivo do arroz, as sementes são lançadas por máquinas, enquanto no plantio por mudas estas pedem um espaçamento entre 13 e 23 cm entre as covas e 25 a 30 cm entre as linhas para o plantio de 4 a 10 mudas por cova.
O solo deverá ser trabalhado com arados que possam descompactar camadas de terras mais difíceis, desfazer torrões, retirar a cobertura formada por restos de vegetação; e, logo após, segue um trabalho mais superficial de preparação do solo.
Manejo, Plantio, Espaçamento e Demais Características do Cultivo de Arroz
Essa preparação tem como objetivo nivelar, aplainar, retirar possíveis ervas daninhas em seus estágios iniciais, realizar um trabalho de quebra de torrões, aplicar agroquímicos, desfazer camadas de terras e, com isso, criar condições para o próximo passo, que será o do lançamento das sementes – agora em um ambiente de fácil germinação.
Apesar de necessários, esses procedimentos costumam ser bastante agressivos para a estrutura do solo, já que são utilizadas máquinas pesadas, com grande capacidade de penetração nas estruturas do terreno; o que não raro resulta na modificação excessiva da sua conformação – isso quando não o torna vulnerável à ação das chuvas.
O solo também deverá estar suficientemente úmido. Isso é importante por dois motivos: o primeiro, para o menor esforço e desgaste das máquinas, enquanto o segundo motivo tem a ver com oferecer condições para que estas executem o seu trabalho corretamente, sem o risco de que torrões, blocos compactos e demais imperfeições ou deformações passem despercebidos durante a preparação do terreno.
Plantio, Manejo e Demais Características do Sistema de Cultivo do Arroz Pré-Germinado
Esse é o sistema no qual as sementes de arroz são lançadas já com algum nível de germinação. E essa germinação é obtida por meio de um processo de hidratação, que consiste em armazenar as sementes em sacos de polietileno com água por no máximo 24 horas.
Após esse período, elas ainda deverão passar por um processo de incubação. E nesse caso, serão mais 36 horas à sombra, até que a semente germinada atinja cerca de 3 mm.
Agora temos as sementes devidamente pré-germinadas e prontas para serem lançadas. Por isso mesmo, esse espaçamento das sementes será medido de acordo com a regulagem da máquina.
Lembrando que a primeira fase de preparo do solo nesse tipo de sistema geralmente ocorre com o terreno seco. Essa é a forma mais correta de garantir o seu nivelamento adequado, além da eliminação de imperfeições e torrões, de forma a criar as condições ideais para que o terreno seja devidamente alagado para a formação de lodo.
No sistema de cultivo do arroz pré-germinado, ainda são utilizadas enxadas rotativas (já com o solo alagado), aração com eliminação de torrões, gradações, além do aplainamento já com bastante lodo formado. Ao final, operações com grandes pranchas de madeira deverão ser realizadas, a fim de que se obtenha um maior alisamento superficial.
Essas ações é o que garantem as melhores condições de germinação para a planta, e ainda, de quebra, facilitam a remoção de ervas daninhas (ou mesmo o seu desenvolvimento), como o famigerado arroz-vermelho, que tem no cultivo por germinação um ambiente favorável para a sua proliferação.
Outros Sistemas Para o Cultivo do Arroz com os Respectivos Espaçamentos Para o Plantio
Entre os diversos tipos de sistemas de cultivo do arroz, também temos o conhecido “transplante de mudas”. Esse é um tipo que exige um espaçamento entre 14 e 23 cm entre as covas, com 3 a 11 mudas por cova e pelo menos 25 ou 30 cm entre as linhas.
Mas, antes disso, é preciso produzir essas mudas, e um dos objetivos dessa produção é justamente a obtenção de sementes com alto rendimento, bastante vigorosas, produtivas e saudáveis.
Para a produção inicial, recomenda-se a utilização de caixas vazadas, com dimensões 70 cm (comprimento) x 40 cm (largura) x 6 cm (de altura). Essa caixa irá receber um solo de preferência franco arenoso, com baixo teor orgânico, sem resíduos e peneirado.
Esta areia deverá ser introduzida na caixa até no máximo 3 cm. As sementes (pré-germinadas) são introduzidas entre 250 e 300 g por caixa, cobertas com 1,5 cm de areia, regadas e protegidas com um material plástico por um período de 3 a 5 dias.
É necessário apenas o cuidado para que as caixas com as sementes sejam reservadas em um local onde não sofram com o ataques de pássaros, insetos e roedores. Passados os 3 ou 5 dias, já é hora de realizar regas diárias, a fim de que, de uma simples plântula, elas tornem-se mudas fortes e exuberantes – em cerca de 15 ou 19 dias após esse processo.
Mudas desenvolvidas, é hora de fazer o transplante. Mas certifique-se de que elas já possuem um tamanho entre 10 e 13 cm; e certifique-se também de que, ao iniciar o transplante, as caixas contendo as mudas não estão secas; elas devem estar devidamente umedecidas, como forma de garantir que a operação ocorra de forma adequada.
Coloque entre 3 e 11 mudas por cova, e evite encharcar a transplantadeira pelos próximos 3 dias, a fim de que as mudas tenham tempo para se fortalecer adequadamente.
Logo após, proceda ao manejo como indicado para o sistema de cultivo de arroz pré-germinado, com todas os cuidados relativos ao controle de pragas, inundação do terreno, nivelamento, entre outras operações.
O Negócio do Arroz no Brasil
Os números da produção do arroz no Brasil não são assim tão animadores. Com relação ao mesmo período de 2017, calcula-se que a retração do volume produzido no país gire em torno de 700 mil toneladas, o que equivaleria a um recuo de cerca de 6,1%, para totalizar uma produção de pouco mais de 10 milhões de toneladas.
Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e também acusaram um recuo no total da área plantada e colhida de mais ou menos 3%. E são números bastante reveladores, obtidos com base na realidade da produção de arroz no sul do Brasil, mais especificamente no estado do Rio Grande do Sul – o maior produtor brasileiro.
Um conjunto de fatores vêm contribuindo para essa realidade, digamos, delicada da orizicultura brasileira, e entre os principais estão a dura (para não dizer brutal) concorrência com os demais produtores dos países do Mercosul, além do excesso de chuvas dos últimos anos.
E é justamente por esses e outros motivos que o pleno conhecimento dos diversos tipos de sistemas de cultivo do arroz, com as suas características de manejo, irrigação, espaçamento para o plantio, preparo do solo, entre outras observações, pode fazer toda a diferença para a manutenção nas melhores condições possíveis desse negócio do arroz no Brasil.
Um negócio no qual o país ostenta o troféu de um dos 10 maiores produtores do mundo, em um agronegócio que é considerado referência em todo o planeta.
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