De forma semelhante ao que ocorre em nosso organismo, os vegetais, como as bananeiras, também costumam demonstrar o seu estado de saúde por meio de manifestações físicas evidentes.
E uma delas é o que se conhece no setor da agricultura como “sintoma do azul da bananeira”– um estado que caracteriza-se, basicamente, pela coloração azul do pecíolo – que é aquela espécie de espinha dorsal que cruza a folha, de fora a fora, como se sustentasse a sua estrutura.
O problema é que a banana, como se sabe, é um dos vegetais mais ricos em potássio que existem. No entanto, é preciso que os níveis de magnésio também estejam adequados na fruta, caso contrário, surgem transtornos como esses, que podem levar à necrose das suas fibras, entre outros danos à estrutura da planta.
E para dificultar, ainda mais, o tratamento precoce desse transtorno, o sintoma do azul da bananeira só ocorre quando entre 20 e 25% da sua estrutura já está totalmente comprometida. Por isso, o recomendado é a vigilância constante do estado do vegetal, a fim de que essa deficiência de nutrientes seja corrigida enquanto ainda houver tempo.
Formas de Evitar o Sintoma do Azul da Bananeira?
A bananeira é um vegetal com características bastante singulares. O fato de ela não ser uma árvore, e sim uma erva gigantesca (por incrível que pareça), já diz bastante sobre as suas incríveis singularidades.
Mas uma outra curiosidade sobre essa espécie, é o fato de que ela não é um vegetal assim tão sensível às condições climáticas. O problema maior é que, devido à sua singular estrutura, ela caracteriza-se por absorver uma quantidade de nutrientes do solo bem maior do que a maioria das outras espécies frutíferas.
Isso significa dizer que, durante o seu desenvolvimento, é possível que haja um desequilíbrio ou interação problemática entre os diversos nutrientes que compõem a sua estrutura.
Temos, então, uma planta que sintetiza níveis monumentais de potássio, mas que, no entanto, necessita de um nível correspondente de magnésio, sem o qual, sintomas como o do “azul da bananeira”, por exemplo, indicarão um visível processo de degradação das suas estruturas.
Logo, para que uma bananeira desenvolva-se de forma saudável, é preciso que haja condições como:
- Uma temperatura que oscile entre 16 °C e 33 °C;
- Chuvas regulares, com precipitações anual entre 1700mm e 1800mm;
- Ventos que não ultrapassem os 50km/h. Acima disso, os transtornos podem ser fatais a uma estrutura reconhecidamente frágil e com pouca sustentação;
- Quanto à umidade, o ideal é que o local escolhido para a cultura apresente uma umidade relativa do ar entre 70% e 80%. Dessa forma, as folhas desenvolvem-se mais rapidamente, suas cores serão mais vivas e brilhantes, entre outros benefícios;
- Também o ideal é que o solo escolhido seja rico em material orgânico, como os de aluvião, por exemplo. Esse tipo de solo também permite um melhor escoamento das águas durante as chuvas, porém acumula o necessário para o desenvolvimento do vegetal;
- O solo que deverá receber a cultura da bananeira deve ter entre 70cm e 80cm de profundidade. Mesmo considerando o fato de que a bananeira caracteriza-se por apresentar suas raízes acima do solo, o seu desenvolvimento até a fase adulta também dependerá desse fator;
- Porém, de nada adiantará tais preocupações se o solo for deficiente em oxigênio, pois é ele que favorece o desenvolvimento de um caule vigoroso, raízes robustas e a absorção de nutrientes que, entre outras coisas, impedem a formação do temido sintoma do azul da bananeira.
Relação Entre o Magnésio e o Sintoma do Azul da Bananeira?
A clorofila é o pigmento responsável por dar a coloração verde característica de determinados vegetais. Por meio de um processo altamente sofisticado, ela capta os raios solares em suas variações de amarelo e azul e os transforma (ou reflete) na cor verde típica de vegetais como a bananeira.
O problema é que um dos componentes da clorofila é justamente o magnésio. Mas ele não é apenas um simples componente.
Na verdade, o magnésio trabalha ativamente para que determinadas enzimas possam atuar na recepção adequada dos comprimentos de ondas dos raios solares, colaborem com a ocorrência da fotossíntese, criem as condições necessárias para que o vegetal respire, entre outras inúmeras funções.
E o que acontece é que, quando esse nível de magnésio cai, na mesma proporção que aumentam os níveis (já elevados) de potássio, surgem sintomas como a clorose (amarelecimento) das folhas, nervura do segmento central, pecíolos em um tom azulado, além da consequente necrose das folhas e dos frutos.
A solução (ou prevenção) desse tipo de transtorno só poderá ocorrer por meio da investigação precoce do estado do vegetal. É preciso certificar-se, com a ajuda de um técnico em agronomia, sobre a correta adubação do solo onde encontra-se a cultura da banana, os seus níveis de oxigênio, nutrientes, água, entre outras necessidades que são típicas de vegetais como as bananas.
Como vimos, o sintoma do azul da bananeira é, na verdade, um efeito retardado. Isso significa dizer que quando ele surge já é um sinal de que pelo menos ¼ da planta já está comprometida.
E os resultados disso ocorrerão na forma de baixa produtividade, pouco crescimento dos frutos , produção com baixa qualidade, entre outros transtornos que podem comprometer boa parte da safra.
No entanto, por meio da chamada “diagnose foliar”, é possível conhecer (ao menos em parte) o real estado do solo onde encontra-se a cultura.
Para tal, será necessário que um técnico separe as folhas corretas, no período correto e observe fatores como: gravidade do sintoma do azul da bananeira, como esse sintoma espalha-se pela planta, nível de degradação da sua estrutura, a geometria das manchas, etc. E, com base no seu estado, determinar que tipo de nutriente o solo exige no momento.
Como Corrigir essa Deficiência
A prevenção de transtornos como o sintoma do azul da bananeira passa, necessariamente, pela correta adubação do solo.
Para tal, é necessário que antes se faça uma análise profunda das suas características, a fim de que se possa administrar o adubo específico e na quantidade exigida pelo terreno.
O adubo orgânico à base de esterco de bois, cavalos, galinhas, frangos, cabras, ovelhas e demais caprinos e ovinos, ainda é a melhor solução. Ele geralmente é utilizado duas ou três vezes ao ano, ou de acordo com as recomendações do técnico agrícola.
Mas também é necessário certificar-se de que não aplicará uma quantidade maior do que 6kg para cada bananeira, além de deixar o adubo passar por uma espécie de envelhecimento prévio.
Isso será necessário por causa da sua composição. Ele geralmente contém produtos que fermentam com facilidade após serem aplicados rente à plantas, e o resultado será a sua destruição por excesso de calor.
Enfim, com os cuidados necessários, as chances de que o vegetal adquira esse curioso sintoma do azul da bananeira, são mínimas.
A saúde de uma cultura depende, em boa medida, do estado do solo. E com a adubação correta e o respeito às características da planta, as chances de sucesso são infinitas nesse setor.
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