As orquídeas são preciosidades, repletas de significados místicos e esotéricos, saídas do seio dessa tão original família Orchidaceae.
Essa é uma família que abriga espécies que caracterizam-se pelas suas impressionantes variedades de formas (não igualadas na natureza), e que ainda podem ser encontradas em praticamente todos os continentes, com exceção, obviamente, da misteriosa e quase inalcançável Antártida.
Bastante afeitas ao clima tropical, elas costumam ser apreciadas como flores ornamentais – são retiradas dos seus habitats naturais (as superfícies das árvores, onde crescem sem parasitá-las) para compor a paisagem de belíssimos jardins, singulares canteiros de flores ou mesmo para dar um toque de originalidade à decoração de casas e apartamentos.
Mas o que também chama bastante a atenção nas orquídeas são os seus significados místicos e esotéricos. Significados como o adotado na Grécia Antiga, por exemplo, que afirmava que as orquídeas teriam fantásticos poderes afrodisíacos, graças à estranha semelhança encontrada entre algumas espécies e os testículos humanos.
Não por outro motivo, elas passaram a ser usadas como enfeites pelas moças à procura do seu amado, mas também pelas mais experimentadas na vida, que agora utilizavam-se das suas belas formas e cores para expressar a segurança da mulher madura, próspera, rica e independente.
Isso sem contar a curiosa crença dos astecas de que uma mistura de orquídeas com chocolate lhes daria poder e virilidade. Ou a dos chineses e mongóis, para os quais um bom prato de orquídeas poderia livrá-los de toda e qualquer enfermidade que acometesse as vias respiratórias.
Mas as orquídeas chegaram até os nossos dias com um forte significado de sexualidade feminina, beleza, sensualidade, amor carnal, luxúria, vaidade, vigor, beleza física, força, entre outras qualidades geralmente ligadas aos impulsos de vida e de morte.
O Significado Místico e Esotérico das Orquídeas
Como dissemos, não são poucos os significados místicos e esotéricos de espécies como as orquídeas, que ainda se não bastasse, possuem a singular preferência por desenvolver-se nos lugares mais improváveis, como as fendas de paredões, superfícies de imensas árvores, topos de montanhas, grutas, cavernas, entre outros locais semelhantes.
Mas isso não é tudo! As orquídeas – também supostamente – teriam o poder de potencializar o “chakra coronário”, e com isso produzir uma espécie de abertura dos sentidos, capaz de facilitar uma comunicação mediúnica e introduzir um indivíduo no magnífico, porém insondável, universo das entidades espirituais.
Também o que se diz é que as orquídeas teriam sido citadas pelo mestre Confúcio (551 a.C. a 479 a.C.), o “filósofo dos filósofos da China”, para o qual algumas espécies seriam capazes de estimular determinados aspectos espirituais dos homens.
Mas elas também produziriam efeitos práticos no organismo, como a Arpophyllum spicatum, com a sua imensa capacidade de combater transtornos intestinais. A variedade Phalaenopsis, incomparável, segundo eles, para tratar de problemas respiratórios. Ou mesmo a Encyclia citrine, sem dúvida de grande auxílio à medicina chinesa do séc. 11 a.C., no tratamento de lesões inflamadas.
Na Grécia Antiga, como dissemos, elas jamais faltavam nas prateleiras dos mestres esotéricos, dos alquimistas e dos sacerdotes místicos, pois era com a ajuda delas que eles produziam as suas excelentes poções mágicas.
Elas devolviam (ou concediam) a virilidade perdida, ofereciam às mulheres as suas tão propaladas propriedades afrodisíacas, combatiam problemas respiratórios, concediam a um indivíduo vigor físico, entre outros benefícios que nenhuma outra espécie podia conceder.
As cores das orquídeas, por exemplo, possuem significados místicos e exotéricos geralmente ligados ao desejo sexual, amor romântico, desejo de iniciação sexual, passagem à puberdade, ternura, sedução, além de outros sentimentos instintivos que geralmente apresentam-se na forma de sonhos.
Elas seriam uma verdadeira “ponte” entre o Ser e as dimensões espirituais! Uma formidável potencializadora dos fatores energético e emocionais de um indivíduo.
Uma espécie dignamente assentada no topo evolutivo do Reino Plantae! E que por isso teria o poder de atuar livremente sobre os corpos sutis, que fazem as vezes de canal entre o homem e o Universo.
As Lendas com Significados Místicos e Esotéricos que Envolvem as Orquídeas
Conta-se que, num belo dia, uma deusa surgiu entre as rochas e pedregais do litoral da Ilha de Java, a deslizar, serenamente, com o seu belíssimo xale por sobre uma bela vegetação composta por diferentes espécies de carvalhos, nogueiras, magnólias, lichias, sândalos, entre outras espécies que ali recebiam os poderosos e vigorosos raios do sol.
No entanto essa visita teria sido breve. A deusa não demorou-se a ir embora, porém deixando sobre uns galhos o seu xale; ali, solitário e formoso; a receber todo o potencial vigoroso do sol e dos demais nutrientes da natureza.
O que ocorreu a seguir foi que, de uma forma totalmente mágica, o artefato transformou-se numa orquídea, uma das espécies mais exóticas e misteriosas com as quais a natureza já nos presenteou.
A lenda nos diz ainda que essa bela orquídea (a primeira) teria sido alvo do desprezo dos homens, e por isso acabou morrendo, ali mesmo, abandonada, exposta ao escárnio e à indiferença dos indivíduos.
Mas a deusa, comovida pelo tão belo resultado que deixou em sua passagem pela terra, simplesmente fez ressuscitar a orquídea, devolvendo-lhe todo o vigor e a exuberância perdidos, para que, a partir desse dia, ela florescesse em praticamente todos os continentes, até transformar-se, em nossos dias, em uma das mais apreciadas espécies de flores ornamentais.
Outra lenda, com significado místico e esotérico também sobre as orquídeas, conta que nas distantes e impenetráveis regiões da Indochina vivia uma bela virgem, Hoan-Lan, que, movida por um orgulho e vaidade indescritíveis, divertia-se em despedaçar os corações dos jovens apaixonados.
Um desses miseráveis foi o atormentado Kien-Fui, que, num desses arroubos de paixão pela doce Hoan-Lan, dispôs-se a trabalhar durante anos as mais belas pedras preciosas para presenteá-la, na esperança vã de que pudesse despertar-lhe o amor e a consideração.
Ledo engano! Pois, apesar de usufruir dos seus presentes, a jovem não hesitou em rir da sua ingenuidade e desdenhar do seu amor, o que fez com que Kien-Fui simplesmente acabasse com a sua vida, atirando-se nas águas agitadas de um rio.
Mas, como nenhum gesto permanece para sempre sem efeito e sem a sua devida paga (nessa ou em outra vida), as atitudes da jovem logo chamaram a atenção do Deus dos Deuses, o Deus das Cinco Flechas, o Onisciente e Onipotente, que de imediato decidiu que tal comportamento da jovem não poderia passar impune.
E a sua pena foi que ela deveria apaixonar-se perdidamente pelo desprezível e sedutor Mun-Cay, o “amante de muitas mulheres”, o insensível que iria ser aquele que despedaçaria o seu coração.
Tal desprezo do seu amado moveu-a a solicitar o auxílio de uma feiticeira, que acabou por exigir-lhe que vendesse a sua alma, em troca de, por vingança, transformar o sedutor Mun-Cay em uma árvore!
E foi o que aconteceu, para o desespero de Hoan-Lan, que viu-se ainda mais apaixonada, a ponto de pedir que, por piedade, um ente espiritual da natureza a transformasse numa flor – uma estranha, enigmática e exótica orquídea -, para que assim, em vez de entregar a sua alma à feiticeira, pudesse viver para sempre junto ao seu amado.
E ela viveu! Com as suas belas pétalas de uma indescritível cor lilás! Mas que, com as suas formas belíssimas, apenas serviriam para exemplificar a vaidade, o orgulho e a presunção; sentimentos com os quais muitas mulheres vivem as suas vidas.
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