A soja, sem dúvida, um dos carros-chefes do agronegócio brasileiro, ali, lado a lado com o milho. Por isso, existem estados e regiões no Brasil que se especializaram na produção de soja, e que tem participação significativa nas exportações nacionais.
Como Tudo Começou
A introdução de soja no Brasil se deu ainda no ano de 1882, e o pioneiro foi Gustavo Dutra, que na época era professor da Escola de Agronomia da Bahia em Cruz das Almas. Ele conseguiu essa façanha graças a matrizes norte-americanas. Alguns anos depois, em 1891, houve uma espécie de adaptação das matrizes pelo Instituto Agronômico de Campinas. Uma década depois, ocorria a primeira distribuição de sementes de soja em território nacional.
Onde hoje é o município de Santa Rosa (RS), em 1914, ocorreu a primeira plantação de soja ocorrida no país. No entanto, até 1941, a produção de soja era inteiramente destinada à forragem animal. Somente nesse ano, ocorre a produção de grãos e farelos.
Foi no ano de 1973 que ocorreu uma intensa cheia no rio Mississipi, nos EUA, o que criou a oportunidade para que o empresário Olacyr de Moraes pudesse estabelecer um comércio de soja entre o nosso país e a terra do Tio Sam. O início da produção de soja para esses fins se deu na área do cerrado, no Centro-oeste.
Estados Que Mais Produzem Soja Nos Dias Atuais
Exatamente em 2003, o Brasil teve um boom de produção de soja, chegando à marca de 52 milhões de toneladas de grãos produzidos, o que representou, à época, 26,8% da produção mundial de soja. Já na safra entre os anos de 2007 e 2008, a produção alcançou 60,4 milhões de toneladas, um verdadeiro recorde, só sendo superado pela produção norte-americana.
Nessa época, os maiores produtores nacionais foram os estados de Goiás, Paraná e Mato Grosso. Esses, na safra 2004-2006, tiveram uma produção, respectivamente, de 15, 9 e 6 milhões de toneladas de grãos. A época era tão propícia que em 2009, o Brasil se tornou o 2º maior exportador de soja do mundo.
Além desses estados citados anteriormente, outros que se destacam nessa produção são Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Maranhão,Tocantins, Piauí, Santa Catarina e Pará.
No ano de 2017, o Brasil conseguiu ser o maior exportador de soja em grãos do mundo, superando até mesmo os EUA nesse quesito, sendo responsável por nada menos do que 42,46% das exportações mundiais. Interessante notar que nesse mesmo ano, a China, uma economia emergente, era o maior importador de soja do mundo, responsável por 62,58% desse tipo de transação.
Mato Grosso – Estado Campeão De Produção De Soja
Dentre os estados brasileiros que mais produzem soja, certamente, o Mato Grosso merece destaque. Pra se ter uma ideia, de acordo com dados da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), na safra 2018/2019, o estado foi responsável pela produção de exatamente 32,455 milhões de toneladas de grãos, em uma área plantada de 9,700 milhões de hectares.
Mas, por que o estado é tão fértil na produção de soja? Na verdade, tudo começou a mudar na década de 70, quando muitas famílias migraram para o estado, especialmente, vindas do Rio Grande do Sul. Aos poucos, o empreendedorismo na área da agricultura foi aumentando. De acordo com o CONAB, por exemplo, na safra 1992/1993, o estado já produzia 5,9 milhões de toneladas de soja em uma área de 2,7 milhões de hectares.
No entanto, é interessante notar que a geografia do local, de início, dificultou um pouco as coisas. O solo de Mato Grosso, por exemplo, é típico do cerrado, ou seja, ácido e com poucos nutrientes. Foi preciso uma intensa interferência humana no lugar, o que foi ajudada devido à periodicidade das chuvas no estado, que é grande.
Para muitos especialistas na área, o que “salto” de produção de soja no Mato Grosso se deu quando o agricultor da região fez mais de uma safra no ano agrícola. Houve, então, a exigência de se plantar mais e mais, e junto com programas de melhoramentos genéticos, que vêm sendo aprimorados ao longo desses anos, fez com que a produtividade aumentasse gradativamente.
Os Desafios Para Os Produtores De Soja Mato-Grossenses (e Brasileiros Em Geral)
Somente no estado do Mato Grosso, a média de produtividade atualmente é de 50 sacas por hectare. Sem dúvida, trata-se de um número muito maior do que há algumas décadas atrás, quando o produtor colhia em torno de 30 sacas por hectare. E, hoje em dia, um dos grandes desafios não apenas dos produtores do estado, mas como de todo o Brasil, é o de reduzir os custos para manter a rentabilidade lá em cima.
Claro, há outros desafios que esse agronegócio impõe aos produtores, como, por exemplo, desenvolver estratégias que consolidem uma alta produção, especialmente, de longo prazo. Afinal, a economia de um modo geral está bastante incerta no mundo, e se um determinado negócio estiver firma em suas bases, poderá passar por crises sem grandes traumas. Trata-se também de um planejamento agrícola que precisa respeitar as aptidões de cada ambiente cultivado.
E, por fim, cabe destacar a questão tecnológica, pois ela é fundamental para manter uma média alta de produtividade onde a soja é plantada. No Mato Grosso, por exemplo, a média é de 50 sacas por hectare, mas, certos produtores conseguem atingir uma marca de 70 ou mesmo de 80 sacas. E isso graças à tecnologia atual.
Essa tecnologia, inclusive, pode favorecer a produção em diversos níveis. Pra exemplificar, peguemos a questão das chuvas abundantes no estado do Mato Grosso. De um modo geral, elas auxiliam bastante a produtividade de soja, mas o seu excesso pode trazer doenças que acabam com plantações inteiras, como a mancha alvo, a ferrugem e a antracnose. A alta tecnologia atual ajuda, justamente, a combater esse problema com bastante eficácia.
Como se vê, a soja é um agronegócio que deu certo no Brasil, especialmente nas regiões do Centro-oeste de do Sul, e mais especificamente no estado do Mato Grosso. Caso continue assim, o país se consolidará cada vez mais na área, e poderá colher bons frutos no futuro.
Nossa, é triste um site que se pretende falar sobre ecologia dizer que a soja no Brasil “deu certo”. Deu certo pra quem? Com certeza não pras espécies que viviam nas áreas que foram desmatas e continuam sendo para plantar soja e afins. Sem falar nos impactos sociais que advém desse modelo de produção. Além disso você esquece de mencionar a importancia da Embrapa e do incentivo estatal na pesquisa e desenvolvimento, como se o mérito fosse dos “empreendendores desbravadores” que nada mais são que grileiros e posseiros que se fizeram ricos mediante violência e destruição e hoje concentram terra e todo o lucro da produção, que não volta nem como impostos para a sociedade. Esse artigo é o equivalente a um site de direitos humanos publicar “as vantagens dos campos de concetração na segunda guerra mundial”.