A Samambaiaçu ou Xaxim como é popularmente conhecida, é um tipo de samambaia nativa da Mata Atlântica, cuja espécie mais conhecida recebe o nome científico de Dicksonia sellowiana. Possui além de beleza, grande variedade de uso, tendo muito utilizado o seu caule para servir como suporte para flores como as orquídeas e bromélias, por exemplo e até mesmo outros tipos de samambaias, além de ser amplamente usado em jardins de modo geral, uma vez que se tornou uma opção mais barata para substituir o vaso de barro. Esta é um tipo de planta resistente ao frio e seu caule é composto por um conjunto de raízes que o envolvem, conferindo a ele aquela aparência bem típica e conhecida por nós.
O Problema da Comercialização do Xaxim
O xaxim possui como uma de suas características o crescimento lento, uma vez que pode levar até cem anos para crescer cerca de 1 metro. Além disto, devido sua utilização e comércio desenfreado o xaxim infelizmente entrou para a lista de espécie de plantas em extinção do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O grande problema é que com a exploração desenfreada do xaxim para fins comerciais, a extração de seu caule assim como o seu plantio realizado fora de seu habitat natural causando sua morte rapidamente, fez com que ele se tornasse cada vez mais escasso e caso não fossem tomadas as devidas providências, o seu desaparecimento seria praticamente certo.
A Proibição da Comercialização do Xaxim
Pensando justamente em preservar esta espécie, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) proibiu expressamente a extração e exploração do xaxim. Este fato ocorreu no ano de 2001, de acordo com a resolução nº 278, cujo Artigo nº1 que “Determina a proibição do corte e exploração de espécies ameaçadas de extinção em populações naturais do bioma Mata Atlântica”.
Em 2004, outra lei que foi aprovada pelo parlamento do estado de São Paulo proibiu a industrialização, comercialização de quaisquer produtos ou artefatos provenientes, de forma direta ou indireta, da extração do xaxim, sendo que a infração da mesma pode levar ao cumprimento das penalidades previstas a pessoas físicas e jurídicas, em razão das condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
Embora as leis sejam bem claras em relação a sua comercialização e uso, a lei permite que viveiros autorizados e devidamente cadastrados em órgãos ambientais, podem sim fazer uso do xaxim para fins comerciais desde que estes estejam sendo cultivados nos mesmos, e sua origem pudesse ser facilmente identificada em sua embalagem. As regras são as mesmas também para produtos derivados do xaxim como vasos, estacas, placas e arranjos.
Quem já possuía ou adquiriu o seu vaso ou qualquer artefato derivado do xaxim antes da proibição por lei não precisa ficar preocupado, pois desde que se encaixe nesta condição, o seu porte não irá ocasionar problemas legais.
Alternativas para a Substituição do uso do Xaxim
Com a proibição da comercialização do xaxim, os viveiros e amantes da jardinagem precisaram procurar alternativas para serem utilizadas com a mesma finalidade do xaxim.
Uma das mais usadas é a fibra de coco, que é produzida a partir da casca do coco verde ou seco. Como característica ele possui uma superfície mais resistente do que o xaxim, tem um meio poroso e capaz de reter a umidade sem permitir que a superfície murche ou resseque quando exposto ao sol, ou então encharque quando exposto a água, além de não apresentar risco de ser utilizado como habitat por hospedeiros. A partir de seis cocos é possível obter aproximadamente um quilo de fibra que pode ser utilizado na confecção de vasos e estacas para suporte, e até mesmo substrato para plantas, por exemplo, e sua duração em média varia em cerca de 5 a 6 anos.
Embora possua um valor de marcado um pouco maior do que o do xaxim, a fibra de coco é uma excelente opção para substituir a espécie que está sendo ameaçada de extinção.
Além da fibra de coco, os troncos de árvores apodrecidos podem ser utilizados também como uma alternativa a utilização do xaxim, uma vez que o fruto da matéria orgânica produzida a partir do apodrecimento do tronco pode ser benéfico ao crescimento de plantas como as samambaias, por exemplo. Há como opção ainda os vasos fabricados a partir da palha do coco, carvão ou até mesmo da ardósia.
Optar por esses produtos alternativos é sinônimo de preocupação e interesse em ajudar a preservar a natureza, mesmo que o estrago inicial já tenha sido feito.
A Importância da Preservação do Xaxim
A conscientização quanto à extração do xaxim de seu habitat natural que é a Mata Atlântica é de extrema importância, uma vez que a sua comercialização, mesmo que ilegal, só irá ser devidamente cessada caso não haja mais procura ou compra do xaxim e seus derivados. Além de serem plantas cuja beleza é extrema, sua existência é de suma importância para a preservação do bioma da Mata Atlântica que há tempos vem sendo severamente fragmentado.
Vale lembrar, que devido à proibição expressa por lei, a sua extração e venda estão sob constante fiscalização, e que caso a lei e suas regras sejam infringidas, haverá sansões penais e administrativas aplicadas a qualquer um que for pego praticando tal ilegalidade, por isso fique sempre atento ao adquirir algum tipo de produto ou suporte para suas plantas, pois embora esta lei já exista a muitos anos, ainda existem muitas pessoas que desconhecem a proibição da comercialização do xaxim.
Sendo assim, uma vez que sua extração e venda é sinônimo de ilegalidade, e existem algumas opções alternativas que são suficientemente eficazes e substituem tranquilamente o xaxim, como a fibra de coco, é importante haver a devida conscientização e adoção das regras impostas a fim de não prejudicar a natureza, uma vez que sua extração também afeta diretamente no desenvolvimento e sobrevivência de outras espécies de samambaias e plantas silvestres que utilizam do xaxim como suporte para fixação de raízes, além de usá-lo como meio importante para a retirada de nutrientes que são essenciais para mantê-las vivas.
Esclarecedora matéria sobre o xaxim. É importante a preservação da natureza, portanto vamos nos conscientizar fazendo uso de outros elementos alternativos em nossos jardins.