Uma das frutas mais saboreadas pelo brasileiro é o mamão. Só que, como toda fruta que se preze, ele também está sujeito a várias enfermidades que podem fazer a planta perder as suas flores, ou provocar o apodrecimento Dops frutos ou fazer o pé de mamão simplesmente morrer.
Vamos, então, conhecer as doenças mais comuns do mamoeiro?
Características Básicas do Mamão
Pertencente à espécie do gênero da Carica papaya, o mamão, na verdade, é um termo utilizado para identificar aquele fruto que é mais alongado e mais adocicado. Nisso, temos também o termo “papaia”, que acaba identificando um fruto desse tipo que seja mais arredondado.
A casca é bem macia, cuja coloração pode ser amarela ou esverdeada. A sua polpa é bem doce e macia, e sua cor varia do amarelo-pálido ao alaranjado. O problema da casca do mamão é que ela é muito fina, e pode ser facilmente danificada com um manuseio incorreto. E, aí mora o perigo, pois pequenas lesões nessa parte da fruta são portas de entrada para micro-organismos. Se o fruto também for colhido muito imaturo, provavelmente, ele não vai amadurecer.
A depender do tipo do cultivo do mamoeiro e dos cuidados com a planta, a maturação ocorre de 4 a 6 meses após a abertura da flor. Seja para comercialização ou consumo, os frutos devem ser colhidos quando apresentarem estrias, ou, pelo menos, faixas com 50% de coloração amarela.
Podendo ser consumido in natura ou na forma de doces, o mamão é um alimento rico em nutrientes, contendo altos níveis de sais minerais, cálcio, fósforo, ferro, sódio, potássio e vitaminas A e C. Sem contar que ele possui propriedades laxativas e calmantes. Antes de fazer o consumo dele, por sinal, é importante observar se não há rachaduras nele, ou mesmo partes escuras e picadas de insetos.
No Brasil, são mais de 57 variedades de mamão que se tem notícia, sendo o nosso país o primeiro produtor mundial dessa fruta.
Principais Doenças do Mamoeiro
Mosaico do Mamoeiro
Essa é uma das principais viroses que podem acometer os mamoeiros. Inicialmente, os seus sintomas são o amarelecimento das folhas mais jovens, que acabam se tornando cloróticas, o que acaba fazendo com que as nervuras fiquem mais claras. Logo depois o limbo foliar acaba apresentando um aspecto parecido com o de um mosaico, com porções amarelas, misturadas com ilhas verdes.
Os mamoeiros infectados diminuem consideravelmente o seu crescimento e desenvolvimento, o que compromete bastante a produção e a qualidade dos frutos. A doença acaba gerando em certos casos também lóbulos reduzidos das folhas, ficando estreitos e até mesmo reduzidos.
Afídeos e pulgões são os responsáveis por transmitirem essa doença de uma planta para outra. Até mesmo outras plantas acabam sendo infectadas devido a esse tipo de transmissão, como, por exemplo, a abóbora, o melão, a melancia e o pepino.
Até o momento, não são conhecidas medidas curativas para plantas que estejam infectadas. O que vem sendo feito em alguns países é a criação de plantas transgênicas resistentes a essa doença, porém, a sua comercialização é limitada, por enquanto, principalmente devido às restrições dos consumidores aos transgênicos.
O que se recomenda é fazer vistorias periódicas na planta (pelo menos, uma ou duas vezes por semana). Encontrando plantas doentes, elas devem ser eliminadas por “roguing”. É importante evitar também outras plantas que possam ser hospedeiras de pulgões da região onde está o mamoeiro. Não se esqueça de também eliminar pomares que estejam abandonados.
Meleira
Essa é outra doença de origem virótica, e que tem como principal característica a exsudação espontânea do látex através das folhas e frutos de plantas na fase produtiva. O látex das plantas que estão doentes apresenta um aspecto translúcido e aquoso. A viscosidade fica baixa e a coagulação, difícil. A exsudação do látex também ocorre nas extremidades das folhas mais jovens, com queimaduras nas pontas, ficando com uma coloração marrom. Esse sintoma, no entanto, pode não ocorrer em períodos de temperatura mais elevada.
Pra o manejo dessa doença o indicado são inspeções semanais, com a consequente eliminação de plantas que estiverem doentes. É importante manejar também a vegetação do pomar, especialmente, as gramíneas, que, tendo indícios da doença, também devem ser eliminadas.
Varíola ou Pinta Preta
Essa doença é causada por uma espécie de fungo que ataca as folhas e frutos do mamoeiro. Geralmente nas folhas mais velhas, aparecem manchas na parte superior do limbo, cuja cor é pardo claro, e sendo circundadas por um halo amarelado. Na parte inferior, aparecem manchas acinzentadas ou pretas. No caso dos frutos, essa doença não atinge a polpa deles, mas prejudicam a sua qualidade e o valor comercial.
A ocorrência dessa doença é mais comum nos períodos mais quentes e úmidos do ano; O controle dela, por outro lado, é feito com a remoção do inoculo, eliminando folhas doentes, e se precisar, pulverizar o pomar com fungicidas registrados para a cultura.
Antracnose
Aqui, trata-se de outra doença fúngica, e que ataca, em especial, os frutos, desenvolvendo lesões neles na fase de maturação. Dessa forma, eles ficam inadequados para a comercialização. As lesões têm formato arredondado e, em muitos casos, são bem profundas, na maioria das vezes, coberta por uma massa de coloração risada. Essa massa, inclusive, desprende-se facilmente, ficando um buraco no fruto, sendo cercado por um duro tecido caloso.
A incidência dessa doença é maior em meses quentes e úmidos do ano (de outubro a março), atingindo, principalmente, as regiões Norte Litorânea do Espírito Santo e Extremo Sul da Bahia.
Ácaro Branco: Um Problema que Atinge as Flores do Mamoeiro
Ok, aqui não se trata necessariamente de uma doença, e sim de uma praga, mas, como não há registros de doenças nas flores de mamoeiro, é esse o problema que pode atingir essa parte da planta. Essa praga ocorre no ponteiro da planta, o que pode causar deformações nas folhas e em nervuras. Esse ácaro tanto pode reduzir o tamanho da planta, quanto provocar a queda das flores do mamoeiro.
Uma ataque severo dessa praga pode causar a morte da planta, e é mais comum ocorrer durante os períodos mais quentes e úmidos do ano.