Quanto se pensa em deserto, ou viver no deserto, já se imagina uma condição inóspita, sem água frequente e com sol e calor abundante durante o dia e frio de noite.
Mas essas características são o que fazem determinadas plantas e árvores a viverem nesse ambiente que, a princípio para hostil para qualquer espécie. Mas existem espécies que justamente se desenvolvem nesse ambiente característico.
As plantas que conseguem se desenvolver nesse habitat são chamadas de xerófilas, pois sobrevivem a esse ambiente extremo.
Características Gerais de Plantas do Deserto
Suas características são justamente em função do ambiente que vivem:
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Pouca ou nenhuma folhagem;
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Espinhos;
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Raízes extremamente profundas;
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Grande capacidade de armazenamento de água nos caules.
Se pensarmos é fácil entendermos porque essas plantas têm essas características. As folhagens são curtas ou inexistentes, justamente para evitar a perda de água para o meio ambiente por meio da evaporação.
Já as raízes profundas são para que essas plantas alcancem os lençóis freáticos profundos e sua grande capacidade de armazenar água é óbvia, devido à situação climática de pouca chuva no ambiente que vivem.
Plantas e Árvores que Vivem nos Desertos ao Redor do Mundo
Embora o ambiente possa ser hostil, existem algumas espécies de plantas que vivem nos mais variados desertos. Algumas delas, inclusive, conseguem armazenar água, servem de abrigo para outras espécies e também têm mecanismos que evitam que outras plantas façam competição, crescendo próximas a elas.
Vamos a lista:
Árvore de Elefante
Pequena e robusta árvore, encontrada no deserto do México, cujos troncos e galhos dão a aparência de uma pata de elefante (daí o nome característico da árvore).
Cacutus Pipe
Quando se pensa em deserto, se pensa em cacto. E alguns tipos são bem característicos. O Cactus pipe tem uma polpa que pode ser consumida in natura, servindo como alimento, ou também transformada em bebida ou geleia.
É uma espécie nativa do México e dos EUA e gosta de desertos rochosos. Seu nome científico é Stenocereus thurberi.
Saguaro
Também um tipo de cacto presente nos desertos. Sua principal característica é ser uma planta alta e que também pode ser expandir para armazenar água. Ela chega a aumentar consideravelmente seu peso e tamanho enquanto armazena água. Serve de abrigo para outras espécies. É encontrada nos desertos americanos.
Seu nome científico é Carnegiea gigantea e recebeu esse nome da família em homenagem ao filantropo Andrew Carnegie.
Arbusto de Creosoto
Outra planta comum que serve de abrigo, sobretudo a insetos é o arbusto de creosoto. Ele também é uma planta muito bonita, sobretudo na época de florada, que vai de fevereiro até agosto.
Uma característica peculiar dessa planta é que ela produz uma toxina que impede que outras plantas cresçam próximas a ela, sendo um fenômeno interessante e bastante estudado na Botânica.
Ouriço sem Espinho
É usada muitas vezes como planta ornamental, devido à sua característica de folhas longas, que ficam organizadas de uma forma tal, lembrando uma esfera.
Seu nome é Dasylirion liso e é uma das plantas mais resistentes pois suporta bem altas temperaturas e é também bem tolerante ao frio.
Aloe Ferox
Constantemente é lembrada por vir da família Aloe e por sua “irmã mais famosa”, Aloe vera. Mas a Aloe ferox cresce exclusivamente no deserto da África do Sul, portanto tem menos divulgação e utilização que Aloe vera.
Mesmo assim, alguns estudos já foram feitos comparando a Aloe ferox com Aloe vera. Os estudos mostraram que Aloe ferox tem cerca de 20x mais compósitos que Aloe vera. Além de também ter componentes citotóxicos. No entanto, a grande dificuldade encontra-se em cultivar essa planta fora do seu habitat.
Palmeira
Planta bem alta e que prefere altas temperaturas e terrenos arenosos. Encontrada em alguns tipos de deserto africano.
Pratófitas
Fora as plantas xerófilas, existem plantas com características pratófilas, capazes de sobreviver e se adaptar ao deserto. Essas plantas possuem raízes extremamente longas, para alcançarem lençóis freáticos bem profundos.
Ruibarbo do Deserto
Planta que chamou atenção há alguns anos mediante um estudo que foi realizado. Essa planta, cujo nome científico é Rheum palaestinum, é encontrada caracteristicamente nos desertos de Israel e Jordânia.
Suas folhas captam a pouca água da chuva e a conduz pelas raízes.
De acordo com o estudo, observou-se que essa planta consegue ‘irrigar a si mesma’, além de absorver 16 vezes mais água que qualquer outra planta do deserto.
Essa planta chamou atenção dos cientistas justamente por possuir grandes folhas, o que não é uma característica comum às plantas do deserto, que normalmente são caracterizadas por pequenas ou até folhas ausentes, justamente para evitar perder água por meio delas.
Na região que o Ruibarbo do deserto cresce, as chuvas são escassas, aproximadamente 75 mm de chuvas anual.
As folhas do Ruibarbo têm canaletas e observou-se nesse estudo feito pela Universidade Haifa, que o Ruibarbo, ao contrário da grande maioria das plantas do deserto que dependem da água que cai no solo e, por meio de suas raízes, armazenam até no máximo 4 L de água, o Ruibarbo consegue armazenar até 43 L de água e não depende, com isso, somente da água que cai no solo.
Árvore da Vida
Existe uma árvore, solitária, encontrada no deserto do Bahrein, que ficou conhecida como ‘Árvore da Vida’ e que ganhou notoriedade por sua história e características.
Á árvore da espécie Prosopis cineraria ganhou importância uma vez que é considerada uma das árvores mais antigas do planeta (acredita-se, de acordo com uma lenda, que essa árvore tenha em torno de 400 anos, tendo sido plantada em 1583) e não há nenhuma árvore próxima a ela.
Não existe nada anormal nessa árvore, o Bahrein é cercado pelo mar, portanto a umidade da região é alta. Dessa forma a árvore capta a umidade necessária para sobreviver da própria atmosfera, uma vez que não há lençóis freáticos na região.
A árvore mais próxima dela está em torno de 40 km de distância e essa árvore tornou-se um ponto turístico da região. Como ela cresce numa montanha de areia, fica visível a grande distância também. A árvore chega a receber cerca de 50 mil turistas todo ano.