A pimenta-vermelha ou “Capsicum frutescens” (nome científico) é uma daquelas espécies que só podem ser amadas ou odiadas – em igual intensidade.
A variedade está listada entre as mais intensas e ardidas do gênero – principalmente quando não se sabe como utilizá-las.
No momento da mordida ela comporta-se como um fruto qualquer – daqueles que não oferecem o menor incômodo. Mas o problema surge após alguns segundos, quando então uma inesperada falta de ar, sucedida por acessos de pigarros, que completam-se com um “queimor” na goela, terminam desembocando em suor aos borbortões.
A famigerada substância responsável pelo ardor da pimenta-vermelha (e de todas as outras) é a capsaicina, que se não fosse tão benéfica para o coração, um excelente termogênico e revigorante natural, bem que poderia ser eliminada (mesmo que geneticamente) de uma vez por todas dessa que é considerada uma das mais originais espécies da natureza.
Comprovadamente, a capsaicina é um dos mais eficazes emagrecedores naturais existentes – especialmente devido aos seus efeito termogênicos.
Isso porque, ao elevar a temperatura corporal, ela faz com que o metabolismo esforce-se ao máximo para manter em níveis adequados essa temperatura – o que faz, obviamente, com que o organismo queime mais calorias durante essa empreitada.
Se você é daqueles que não dispensam uma boa jornada de calorias durante o dia, ao menos considere ingerir diariamente esse tipo de alimento (os termogênicos), que farão o magnífico papel de utilizar esse excesso de calorias ingeridas para manter a temperatura do corpo, ao invés de deixar que elas armazenem-se no seu organismo.
Pimenta-Vermelha: Uma Espécie Cujo Nome Científico a Caracteriza como Ardida e Que Pode ser Usada de Diversas Formas
A pimenta vermelha é considerada um anticoagulante natural. As suas propriedades dificultam a coagulação sanguínea, diminuindo os riscos de trombose, distúrbios cardiovasculares e AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Além de diminuir os níveis do terrível “colesterol ruim”, ajudar a controlar os triglicérides, entre outras ações que contribuem para um aparelho circulatório saudável.
Já a presença dos antioxidantes da pimenta vermelha a desculpam pelo fato de ela ser assim tão ardida! E sabendo como usá-la, a Capiscum frutescens (o seu nome científico) acaba transformando-se quase que num santo remédio.
Pois eles (os seus antioxidantes) protegem as células da oxidação; e, com isso, tornam-se excelentes substâncias antienvelhecimento, incríveis e potentes agentes anticancerígenos, antimicrobianos e bactericidas dos melhores, entre outras qualidades que conseguem fazer com que o seu ardor seja o que menos conte nessas horas.
Aliás, juntam-se a esses predicados da pimenta-vermelha, a sua eficiente ação contra fungos e demais parasitas microbianos; a sua capacidade de ser um bom coadjuvante no tratamento contra depressão e ansiedade (por liberar determinadas substâncias relativas à sensação de bem-estar e energia).
Além de ser um excelente parceiro dos atletas, dessa vez por ajudar a liberar boas quantidades de adrenalina e noradrenalina no sangue – substâncias que ajudam a controlar o estresse, manter o organismo em estado de alerta, aliviar a tensão, diminuir a dor, entre outras qualidades.
Isso tudo, sem levar em consideração as suas excelentes propriedades gastronômicas, enriquecedoras de pratos exóticos – especialmente os do continente asiático – , conferindo-lhes sabor, despertando o paladar, e ainda garantindo a originalidade dos pratos.
Um Pouco de História Sobre a Pimenta
A história nos conta que o trajeto feito pela pimenta foi das Américas para o resto do mundo, por ocasião das grandes navegações de descobrimento.
Juntamente com novas terras, os exploradores também agregaram novas espécies vegetais às já existentes no Velho Mundo, como a extravagante Capsicum frutescens (o nome científico da pimenta vermelha), uma variedade razoavelmente ardida e que logo começou a chamar a atenção pelos seus dotes culinários.
Há indícios de que os míticos e quase lendários povos astecas, maias e incas já conheciam as suas qualidades – na verdade eles teriam sido os primeiros a utilizarem-se da sua capacidade de dar sabor aos alimentos, conferir-lhes uma picância característica, aroma inconfundível, além de outras peculiaridades.
Os Guayquirie, Tukanos, Tupinambás, Chiapanecas, entre diversas outras tribos conhecidas como “ameríndios”, aproveitavam-se das propriedades da pimenta vermelha como excelente antimicrobiano, bactericida, antisséptico; e por isso mesmo capazes de garantir a preservação dos alimentos, e, de quebra, ainda lhes garantir mais saúde, energia e vitalidade.
O que se diz é que um bom prato peruano sem o sabor, aroma e a cor que as pimentas vermelhas podem oferecer jamais estará completo.
Assim como algumas variedades de queijos, embutidos, carnes, peixes e frutos do mar, cujos sabores são realçados pelas suas propriedades – especialmente a capsaicina e a piperina – , que ao longo de séculos foram sendo incorporadas em outras variedades.
E o resultado disso: a criação de cerca de dez espécies do gênero Capsicum, como a estrela principal desse artigo – a Capsicum frutescens (o nome científico da pimenta vermelha) – , cujas características, modo de usar e ardor são tão ou mais originais quanto a sua aparência.
Apesar de Ardida (Como Indica o Seu Nome Científico), a Pimenta Vermelha Há Séculos é Utilizada
Calcula-se que existam entre 8 e 10 espécies de pimentas-vermelhas. Mas já se sabe que o número total entre as variedades Piper e Capsicum pode chegar a quase 30 espécies.
Em muitos lugares, ela pode ser simplesmente o “chile”, o chili, o Aji, a páprica, a motanga, o malago, entre outras denominações que a pimenta foi recebendo ao longo dos séculos por diversos povos que a adotaram no seu dia a dia.
Os Astecas, por exemplo, não conheciam o termo “pimenta”, e sim o Chiltepin, no dialeto Nahuatl – uma possível união entre os termos chile (pimenta) + tecpintl (pulga), como uma alusão ao seu tamanho diminuto, mas que oferecia uma sensação de “gente grande!”
São espécies bastante originais, que já seriam populares na região da Mesoamérica entre 5.000 e 6.000 anos a.C. E que podiam, facilmente, competir com as famosas especiarias levadas da Índia para a Europa – sem que os europeus (em especial o quase lendário Cristovão Colombo) tivessem que dar tantas voltas ao redor do mundo.
Tantas voltas em busca de uma variedade já conhecida por comunidades pré-históricas, que tinham na pimenta quase que uma entidade com poderes místicos e medicinais; capazes de curar males físicos e espirituais, conceder mais energia aos guerreiros, vigor e potência para as suas aventurais sexuais, entre outros inúmeros benefícios.
Enfim, uma espécie cercada por mitos, lendas e mistérios. Cultivada há pelo menos 5.000 anos pelos povos ameríndios. Verdadeira fonte de vitamina C e de antioxidantes. Considerada um verdadeiro revigorante e tonificante natural. Capaz de conferir sabor, realce e picância aos alimentos como nenhuma outra especiaria.
Mas que nem de longe pode ser considerada uma unanimidade em qualquer região do planeta.
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