A pimenta da jamaica ou Pimenta doica (nome científico) não arde, possui uma origem das mais curiosas e é mais conhecida como uma especiaria.
Originária da família das Mirtáceas, ela brota em uma árvore exuberante, que pode atingir os impressionantes 11m de altura.
Ela serve como condimento para os mais diversos tipos de pratos, em uma excelente combinação com outras especiarias, como noz moscada, canela, gengibre, cravo, entre outras.
Quando secas, é possível extrair da pimenta da jamaica óleos vegetais como o eugenol, por exemplo, que além de garantir sabor e leveza a diversas variedades da gastronomia, ainda possui magníficos poderes terapêuticos, como um reconhecido potencial antibactericida, analgésico, antisséptico e antiviral.
De acordo com a história, o fruto – que é originário da Índia, América Central e do Sul – já era conhecido pelos povos indígenas antes mesmo da colonização da América. Ele servia como uma espécie de conservante para carnes, peixes e demais frutos do mar – uma tradição que teria se espalhado, inclusive, pela América do Norte.
Pimenta da Jamaica: Pouca Ardência, Origem Singular e Nome Científico
A pimenta da jamaica, cujo nome científico é Pimenta dioico, além da vantagem de não arder, pode ser utilizada para os mais diversos fins.
Com uma origem das mais curiosas e extravagantes, ela ainda pode ser encontrada nas variedades “branca” e “preta”.
A branca costuma ser utilizada para condimentar peixes ou para compor molhos. Já a preta é mais utilizada para realçar carnes – principalmente quando em combinação com noz moscada e outras especiarias.
Apesar de ter na Índia um dos seus berços, é a Jamaica que gaba-se de ser o maior produtor mundial de pimenta da jamaica – com cerca de 70% da produção – , seguida por países como Cuba, México, Guatemala, Panamá, Costa Rica e Brasil.
No caso do Brasil, é nas cidades conhecidas como “Baixo Sul da Bahia” que estão os maiores produtores, com destaque para Valença, Ituberá, Camamu, Taperoá, Nilo Peçanha, entre outros municípios da região.
Para se ter uma ideia do prestígio que essa especiaria conseguiu adquirir – deixando de ser apenas mais um simples fruto utilizado pelos nativos da América Central antes dos eventos da colonização espanhola – , a pimenta da jamaica realizou a façanha de espalhar-se por quase todos os continentes, e em em todos eles como sinônimo de especiaria para a composição de pratos exóticos.
Os espanhóis foram os primeiros a apreciar as suas qualidades, e logo a espalharam por toda a Europa, onde passou a ser utilizada no segmento de confeitaria, para dar um sabor exótico aos mais diversos tipos de bolos, doces, pães, tortas, entre outras especialidades do tipo.
Na América Central, a pimenta “aquece” ainda mais os preparados alcoólicos, como vinhos, infusões, coquetéis, entre outras bebidas.
Nos países árabes, ela é praticamente sinônimo de peixes, carnes, aves, e de onde quer que se queira dar um ar sabor que lembre o passado místico e exótico das diversas comunidades primitivas das Américas.
Quando utilizada inteira, a pimenta da jamaica ajuda a compor um prato de forma artística e elaborada.
Em molhos, sopas, caldos, refogados e ensopados, ela confere mais “vida”, sabor e vigor. E em tortas, cremes e biscoitos, ela acrescenta mais originalidade e uma certa picância.
Enfim, a pimenta da jamaica é, sem dúvida, uma especiaria que, apesar de pertencer a essa controversa (e por muitos odiada) comunidade onde estão as pimentas, conseguiu tornar-se uma das principais referências quando o assunto são especiarias ou condimentos para a elaboração e finalização de pratos da gastronomia mundial.
A pimenta da Jamaica e as suas Peculiaridades
A pimenta da jamaica, à parte as suas origens, ardência e nome científico, também possui outras particularidades.
Da sua árvore, por exemplo, é possível extrair uma madeira bastante utilizada em regiões como Panamá, Guatemala, jamaica, Costa Rica, entre outros países da América Central, para a fabricação de cabos de guarda-chuva, bengalas, bastões, móveis, além de outras forma de se utilizar a qualidade e resistência da sua composição.
Sementes, cascas e folhas são utilizadas no Caribe, Porto Rico, Cuba e Republica Dominicana como excelentes matérias-primas para a produção de medicamentos para o combate a gases intestinais, ervas aromáticas, infusões digestivas, ou mesmo como substituta de outras variedades de pimentas.
As folhas da pimenta da jamaica são mesmo uma riqueza à parte, tal a sua capacidade de ajudar a combater dores de cabeça, problemas ginecológicos, além de serem utilizadas no segmento de perfumaria e cosméticos.
Das suas flores – brancas e suaves – extrai-se um mel saborosíssimo. Enquanto o seu conjunto pode ser apreciado como uma exótica espécie ornamental, muito apreciada para compor paisagem de sítios, chácaras, fazendas, quintais; e onde quer que a delicadeza das suas flores brancas, folhagem abundante e copa bastante vigorosa possam ser aproveitadas.
A pimenta da jamaica também pode ser, em algumas regiões, a pimenta-doica (nome científico), a murta-pimenta, a pimenta-coroa, entre outras denominações que ela recebe de acordo com a sua origem.
Mas em todas essas regiões ela mantém as suas características de pouca ardência e de ser capaz de acrescentar sabor a iguarias improváveis, que vão desde as carnes mais exóticas, passando pelos mais diversos tipos de frutos do mar, a até mesmo doces, cremes, sorvetes, pães, biscoitos, e onde quer que o seu sabor exótico possa ser apreciado.
Aliás, o apelido de “erva de todas as especiarias” não poderia ser mais sugestivo e definir melhor essa sua característica de combinar com diversos outros condimentos para acrescentar um realce a mais aos pratos.
E quanto às características dos seus frutos, eles apresentam-se como bagas roxo-escuros e com o formato de ervilhas.
Mas é quando estão secos que eles revelam todas as suas qualidades, como uma singular coloração avermelhada e com um sabor que se aproxima bastante da noz-moscada, canela, cravo-da-índia, entre outras variedades semelhantes.
Enfim, a pimenta da jamaica pode ser considerada a escolha certa para os que apreciam esse tipo de vegetal, mas não são tão apreciadores assim da sua tradicional ardência, pois o que ela oferece é uma discreta picância, associada a um aroma agradabilíssimo, que a fazem ser considerada o que há de melhor quando o assunto são especiarias e condimentos exóticos e pouco usuais.
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