Pimenta Cambuci e as Singularidades das Suas Origens e Valor Nutricional
A pimenta cambuci é uma variedade com grande valor nutricional e origens ligados à cultura sul-americana.
É nas misteriosas e enigmáticas civilizações andinas da América do Sul que estão as suas origens – na verdade ela é uma espécie de “símbolo” (ou um dos ingredientes símbolos) da culinária peruana, juntamente com o coentro e a cebola roxa.
É a partir deles que o país oferece para o mundo preciosidades, como os seus tradicionais Aji de galinha, o Arroz com Mariscos, o Olluquito con charqui, o Pollo a la brasa, entre outras iguarias típicas da terra dos antigos povos Incas.
Ela é a Capsicum Baccatum variedade Pendulum, ou Aji Amarillo (pimentão amarelo) para os peruanos; uma das espécies domesticadas da variedade Capsicum baccatum, que além do Peru, espalhou-se também por países como a Bolívia, Equador, Colômbia, Chile, Brasil, entre outras nações sul-americanas, como um verdadeiro sinônimo de especiaria exótica pronta para ser utilizada das mais diversas formas.
Investigações apontam o uso da variedade Capsicum há pelo menos 4.500 anos, em regiões da América Central e do Sul, simplesmente denominada de “Aji” – até mesmo como substituto para o termo “pimenta” em algumas localidades.
Foi a sua popularização por diversos rincões da América Latina que a batizou como “pimenta cambuci”; mas sempre apresentando a características de uma ardência bastante acentuada, grande valor nutricional, além de uma origem cercada de misticismo e originalidade.
Características da Pimenta Cambuci
O nome científico da pimenta cambuci é Capsicum baccatum variedade pendulum. Ela é, digamos, uma variedade da nossa conhecida “dedo-de-moça”, que também desdobra-se para outras, como a pimenta comari, pimenta calabresa, e, obviamente, a pimenta cumari verdadeira.
Todas elas são reconhecidas pelas suas origens andinas, mas também pelo seu alto valor nutricional, principalmente no que diz respeito aos seus poderes antioxidantes, antivirais, anti-inflamatórios, protetores do sistema imunológico, entre vários outros benefícios.
A pimenta cambuci costuma ser utilizada em molhos, conservas, como decoração dos mais diversos tipos de pratos; mas também seca, moída, inteira, entre outras formas de utilizar esse membro do extravagante gênero Capsicum.
Ela é uma das poucas espécies reconhecidamente domesticadas, com uma ardência que até já a tornou parte do folclore de vários países sul-amerianos – inclusive no Brasil – , com a sua posição entre 30.000 e 50.000 na escala de calor “Scoville” a caracterizar bem a sua pungência.
A pimenta cambuci atualmente espalha-se por várias partes do mundo. Na Espanha, por exemplo, os espanhóis a têm como a “Aji cristal”. Enquanto nos Estados Unidos, ela é a “brown’s pepper”. Mas também pode ser a “Piment chien”, em algumas regiões do Canadá e do México.
Em todas essas regiões, a pimenta cambuci apresenta as características de um subarbusto que floresce anualmente, com ramos esparsos, folhagens simples, no máximo duas flores por segmento, frutos com cerca de 6 a 8cm de comprimento e 7cm de diâmetro, com uma coloração verde (quando imatura) e vermelha ou amarela (quando madura), além de uma ardência apontada como “moderada.”
Além disso, para a garantia da manutenção desses valores nutricionais da pimenta cambuci, ela exige que o seu cultivo seja levado a termo de acordo com as condições que ela encontrava nas suas terras de origem, que caracterizam-se por apresentarem um clima tropical, quente e úmido, sem temperaturas extremamente baixas durante o ano, em um solo com características arenoso/argiloso, bastante irrigado, rico em matéria orgânica e que possa ser facilmente trabalhado.
Os Valores Nutricionais da Pimenta Cambuci
A pimenta cambuci, como toda variedade desse gênero Capsicum baccatum, é rica em vitaminas A, C e E, além de magnésio, ferro, potássio, cálcio; sem contar a presença dos seus princípios ativos: a capsaicina e a piperina, famosos por serem termogênicos naturais e por apresentarem um alto potencial anti-inflamatório, antioxidante, analgésico, antiviral, antitumoral, entre outros benefícios.
O potencial antioxidante fica a cargo das vitaminas C, E e dos carotenoides. Os capsaicinoides, por sua vez, atuam para dar-lhes o tradicional ardor característico, além de funcionarem como excelentes repelentes naturais, além de combaterem cólicas menstruais, micoses cutâneas, cicatrizar feridas, coceiras e furúnculos, entre outros transtornos da pele.
Devido às suas origens, a pimenta cambuci adquiriu um valor nutricional bastante ligado ao clima da região andina de onde ela surgiu para o mundo. E esse é um clima que, como sabemos, tem como uma das suas principais características, a capacidade de produzir espécies com altos níveis de vitamina C.
Por isso mesmo, diversas partes da planta (sementes, placenta, caules, frutos, pericarpo, etc) vêm sendo analisadas quanto às suas capacidades de produzir os mais diversos tipos de compostos fenólicos.
E a conclusão a que se chegou é a de que as sementes do fruto maduro e a chamada “placenta” da pimenta cambuci ainda verde, são as partes com o maior potencial para a produção desses compostos fenólicos, cuja principal importância está no seu alto poder antibacteriano, cicatrizante e antimicrobiano.
Mas quando se trata do poder antioxidante e anti-inflamatório da pimenta cambuci, aí é que ela revela uma riqueza incomparável, especialmente a partir do seu fruto (verde ou maduro), que é capaz – na forma de extratos secos – de combater, com eficácia, os radicais livres, e ainda reverter quadros infecciosos, tratar dores musculares, eliminar os sintomas da fibromialgia, cicatrizar diversos tipos de lesões, entre outros transtornos.
Já os flavonoides presentes na pimenta cambuci estão associados à presença dos capsaicinoides encontrados no fruto, sementes e na placenta do vegetal.
Estes flavonoides ajudam a compor a importante classe dos polifenóis, resultantes dos processos metabólicos de inúmeras espécies, e que funcionam como um dos principais parceiros das células humanas, retardando os seu envelhecimento, além de reduzir os riscos da produção de células defeituosas, que é justamente o princípio da constituição de tumores malignos.
Por fim, outras substâncias importantes encontradas em diversas partes da pimenta cambuci, são os “taninos”. Uma importante substância pertencente à classe dos “não-flavonoides”, dividida em “condensadas” e “hidrolisáveis”, e com alto poder antioxidante, antifúngico e antimicrobiano; além de ser capaz de combater o colesterol ruim.
Enfim, a pimenta cambuci pode facilmente ser enquadrada entre as espécies com as origens mais exóticas dentro desse imenso continente americano, com valor nutricional bastante associado ao seu potencial antioxidante e anti-inflamatório.
E que se ainda não bastasse, possui uma ardência considerada suportável até mesmo pelos não tão admiradores da pimenta – o que a permite compor, com maestria, os mais diversos tipos de pratos com características exóticas e não-convencionais
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Ótimo artigo. Vou plantar um pé de Cambuci e cinsumir com frequencia.