E adivinha só? A orquídea tigrina é brasileira! Ainda pode ser vista principalmente nas regiões sudeste/sul do Brasil, entre os estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, embora esteja quase extinta.
Orquídea Tigrina: Fotos e Características
Esta orquídea é uma planta com meio metro de altura em média, crescendo geralmente duas folhas alongadas e pseudobulbos rijos e levemente estriados. Dentre as folhas surgem em média seis a oito flores. São flores entre cinco ou sete cm de diâmetro com sépalas e pétalas geralmente púrpuras, mas às vezes um tipo creme amarronzado ou amarelo esverdeado. A inflorescência costuma ocorrer em pleno verão brasileiro.
Em plantas que nascem em locais mais naturalmente condicionados, às vezes surgem mais folhas coriáceas e grosas e a inflorescência pode atingir até mais de 15 ou 20 flores, excepcionalmente. Também em situações excepcionais podem surgir variedades albinas, ou azuladas, ou flores que podem ultrapassar os 11 cm de diâmetro, características que tornam a orquídea tigrina peculiar e de maior interesse para colecionadores.
Habitat da Orquídea Tigrina
Enquanto ainda possível encontrar, a orquídea tigrina prefere as faixas litorâneas do Atlântico, nas floresta perenifólia higrofila costeira ou floresta perenifólia latifoliada higrofila costeira, sempre às margens de corpos d’água na mata.
Proliferava em maior quantidade principalmente na região sul do país, mas coexistia bem com outras variedades de orquídeas desde o extremo sul do Rio de Janeiro, estendendo-se até mesmo ao litoral de Santa Catarina, fazendo suas incursões domada pelos ventos oceânicos rumo a região do Serra Mar.
Seu desaparecimento gradual se dá em especial pela captura predatória de aproveitadores em beira de estrada. Isso porque a época de floração da orquídea coincide com o período de férias, em que muitos turistas rumam aos litorais e encontram esses “vendedores oportunistas” pelo caminho.
Daí surge tanto o problema de quem vende que arrancam as flores às vezes sem a menor idéia do que estão estão colhendo da mata, como também dos compradores que não tem a menor idéia de como cultivá-las/preservá-las. Com efeito, surge a consequente decadência dessa preciosidade na natureza litorânea.
Cultivo de Orquídea Tigrina
A orquídea tigrina na natureza sobrevive bem quando sobre troncos de árvores, por exemplo. São as chamadas plantas epífitas. Mas isso não significa que dependem dessas outras plantas pra sobreviver, como se precisassem sugar delas nutrientes ou algo assim. Nada disso!
As orquídeas tigrinas também são xerófitas, ou seja, são plantas que tem adaptações para sobreviver em um ambiente com pouca água líquida, como um deserto ou uma região coberta de rochas. Por isso para cultivá-las direito, é imperativo que suas raízes jamais fiquem encharcadas d’água.
No caso do cultivo pessoal de orquídeas, será necessário escolher um solo adequado e um local que lhes proporcione sua necessidade ideal de ventilação. Recomendamos que use fibras de xaxim como substrato ideal, ou então fibras de côco, ou mesmo cortiça em decomposição.
Para a aeração ideal, os “cachepots” de madeira pendurados são os mais satisfatórios. Estes cuidados, além da irrigação e fertilização recomendada, certamente terão um precioso efeito em produzir as mais belas florações na época devida, respeitando o tempo moroso de desenvolvimento natural da orquídea.
Cattleya Tigrina
A orquídea tigrina tem seu nome científico cattleya tigrina. Cattleya é um gênero de orquídeas sul-americanas em sua totalidade, predominantemente das regiões que vão desde a Costa Rica até o sul da Argentina.
Em sua maioria, as orquídeas cattleya são plantas epifíticas ou terrestres com rizoma cilíndrico do qual crescem as raízes carnudas semelhantes a macarrão. Os pseudobulbos podem ser cônicos, fusiformes ou cilíndricos; com crescimento vertical; uma ou duas folhas crescendo do topo delas. As folhas podem ser oblongas, lanceoladas ou elípticas, um pouco carnudas, com margem lisa.
A inflorescência é um racimo terminal com poucas ou várias flores. Flores têm sépalas e pétalas livres umas das outras; o lábio ou labelo (pétala mais baixa), geralmente tem uma coloração e forma diferentes do resto da flor e cobre em parte a coluna de flores que forma um tubo. Existem quatro polínios (órgãos semelhantes a sacos que contêm pólen). A fruta é uma cápsula com muitas sementes pequenas.
O gênero foi nomeado em 1824 através de um espécime (cattleya labiata) obtido em Pernambuco, Brasil, em 1817. O curioso é que atualmente, segundo os registros taxonômicos, 80% dos gêneros e subgênero das orquídeas cattleya são endêmicos do Brasil. Eis uma lista das espécies que pertencem ao nosso país:
C. labiata, C. warneri, C. crispa, C. grandis, C. lobata, C. perrinii, C. purpurata, C. tenebrosa, C. virens, C. xanthina, C. alaorii, C. bicalhoi, C. jongheana, C. praestans, C. pumila, C. sincorana, C. alvaroana, C. angereri, C. blumenscheinii, C. bradei, C. briegeri, C. campacii, C. caulescens, C. cinnabarina, C. colnagoi, C. conceicionensis, C. crispata, C. endsfeldzii, C. esalqueana, C. flavasulina, C. fournieri, C. ghillanyi, C. gloedeniana, C. gracilis, C. harpophylla, C. hispidula, C. hoehnei, C. itambana, C. kautskyana, C. kettieana, C. liliputana, C. longipes, C. luetzelburgii, C. marcaliana, C. milleri, C. mirandae, C. munchowiana, C. neokautskyi, C. pabstii, C. pendula, C. pfisteri, C. presidentensis, C. reginae, C. sanguiloba, C. verboonenii, C. acuensis, C. alagoensis, C. brevipedunculata, C. dichroma, C. mantiqueirae, C. pygmaea, C. wittigiana, C. wallisii, C. araguaiensis, C. aclandiae, C. amethystoglossa, C. bicolor, C. dormaniana, C. elongata, C. forbesii, C. granulosa, C. guttata, C. harrisoniana, C. kerrii, C. porphyroglossa, C. schilleriana, C. schofieldiana, C. tenuis, C. tigrina e C. velutina.
Cattleyas precisam de luz, mas não de luz solar direta; em caso de luz solar intensa, deve ser fornecida sombra. As temperaturas diurnas devem estar entre 25-30° C e as temperaturas noturnas não inferiores a 10-12° C. A umidade deve estar entre 40-70% com boa ventilação; no entanto, as plantas não devem ser expostas a correntes de ar.
Água somente se o substrato estiver seco. Isso pode ser feito uma vez por semana, mas tudo depende das condições ambientais e da estação do ano. Cattleyas podem sobreviver sem fertilizar. No entanto, é aconselhável usar fertilizantes à base de nitrogênio sem uréia; os fertilizantes devem ser aplicados durante a estação de crescimento. Para evitar o acúmulo de sal no substrato, enxágue bem entre as aplicações de fertilizantes.