A única coisa que não vamos explicar aqui no arquivo é porque chamam essa planta de orquídea cabeça de boi. Não há nenhuma informação de quem inventou esse nome popular e porque. Nem nós nos atreveremos a especular. Mas falemos do gênero que ganhou esse apelido um tanto estranho…
Orquídeas Cabeça de Boi Características
O gênero vítima do estranho nome é o stanhopea, um gênero que corresponde a uma quantidade de 50 a 80 espécies de orquídeas. Pra variar, ainda não há consenso nos estudos taxonômicos que classificam com exatidão as espécies do gênero. Para o território brasileiro, há a informação também não tão exata de que existem entre 5 a 9 espéceis desse gênero.
As stanhopeas são apreciadas por suas flores complexas, geralmente perfumadas, com formas espetaculares e vida curta. Suas inflorescências são vistas penduradas do lado de fora da cesta que as contém (quando são cultivadas), então elas são colocadas com cestas que têm fendas suficientes para permitir a passagem da inflorescência.
A maioria das flores stanhopea apresentam flores em meio a um elegante e proeminente meio da buzina labelo. Algumas outras possuem apenas um chifre basal curto e essas exceções são chamadas de espécies primitivas de stanhopea. A maioria das espécies são plantas robustas que crescem rapidamente em cultura.
É uma orquídea epífitas produtoras de pseudobulbos esféricos, fortemente franzidos em seu comprimento, a partir da qual emergem longas largas folhas de couro, verde escuro, onduladas nas bordas e marcadas por nervuras laterais fortes. Os talos de flores aparecem sob a planta. Eles carregam entre 2 e 10 flores, dependendo da espécie, às vezes mais. As flores são particularmente estranhas.
As pétalas e sépalas são dobradas para trás, enquanto o lábio é alongado e proeminente. É dividido em duas partes, que se enfrentam na maneira dos dois maxilares de uma mandíbula, ao qual o labelo se parece vagamente. A cor das flores é variável: creme, branco puro, amarelado, ocre, laranja, granada e muitas vezes misturam essas cores na mesma flor.
São perfumadas, na maioria das vezes oferecendo um aroma muito forte e inebriante, misturando vários aromas como o cacau ou a baunilha. Por outro lado, elas são muito curtas para uma orquídea: 10 dias para floração completa, 3 a 4 dias para uma flor individual, às vezes menos. Apenas grandes espécimes são capazes de florescer vários meses no ano, produzindo várias inflorescências que se alternam.
Esta orquídea epífita é encontrada nas bordas dos rios e, na sombra profunda de florestas úmidas com substratos rochosos, cresce do nível do mar até altitudes de 1800 metros. São orquídeas consideradas epífitas, mas ocasionalmente terrestres, e podem ser encontradas em florestas úmidas desde o México a Trinidad e noroeste da Argentina, passando pelo Brasil.
Como já dito, aqui no Brasil cerca de 5 a 9 espécies são consideradas pertencentes ao gênero, mas são vagas ou ausentes de informações muito pormenorizadas. Vamos tentar falar ao menos um pouquinho de pelo menos quatro espécies reconhecidas em nossa região brasileira. São elas: stanhopea insignis, stanhopea tigrina, stanhopea oculata e stanhopea nigripes.
Stanhopea Insignis
Esta espécie pode ser encontrada pelo sul e sudeste do território brasileiro, entre Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, em alturas entre 200 a 100 metros acima do nível do mar. É uma cultura recomendada para cultivo com substratos úmidos e arenosos ou brita. Pode ser usado cascas, esfagno ou carvão, também madeiras ou folhas apodrecidas.
Como todas as orquídeas o excesso de luz pode ser prejudicial, recomendando-se iluminação parcial e temperatura ambiente mediana (entre 5 e 35º Celsius). A flor de stanhopea insignis mede cerca de 10 cm de diâmetro com haste em torno de 15 cm. As flores geralmente aparecem no verão e esta é uma das poucas do gênero cujas flores duram mais tempo, pouco mais de uma semana.
Stanhopea Oculata
Esta espécie é provavelmente mais vista pela região norte/noroeste do Brasil, se estendendo até o México. Essa é comum mais em áreas florestais, de densa umidade e temperatura. O nome oculata trouxe correspondência para como é também comumente conhecida: stanhopea de óculos, uma referência óbvia as marcas redondas que permeiam em seu labelo florido. Também é predominantemente epífita.
Na natureza pode ser encontrada fixada em árvores, mas também é possível vê-las vegetando em solos rochosos, com riqueza de detritos orgânicos em decomposição e umidade contribuindo para seu desenvolvimento. Surgem em altitudes que variam entre 500 a quase 2000 m acima do nível do mar. Hastes brotam da base dos pseudobulbos variando entre 10 a até 30 cm e flores magníficas, entre duas a sete, com cerca de 10 cm de diâmetro.
Stanhopea Tigrina
Apesar de estar há muito amplamente introduzida em território brasileiro, especialmente no sul do país, a stanhopea tigrina é essencialmente endêmica do México, originária de regiões montanhosas do sul do México, onde floresce magnânima em florestas fechadas e de densa umidade em altitudes que variam entre 800 e 1700 metros.
Uma característica desta orquídea é a maneira como a flor vem do fundo. Crescido em um pote normal significa que a flor está parada com as raízes. Até mesmo os jardins botânicos caíram nessa armadilha. Produz flores que costumam ultrapassar os 15 cm de diâmetro e uma combinação de cores amarelo e branco com manchas púrpuras, manchas que fazem jus a denominação popular de stanhopea manchas de tigre.
Stanhopea Nigripes
Esta orquídea é considerada predominantemente peruana, embora pode ser naturalmente típica da divisa entre Peru e Brasil. Uma orquídea cujo nome faz referência a suas manchas fortes na base das flores dessa orquídea. Como a maioria do gênero é uma planta mais epífita, geralmente crescendo em altitudes de 800 a até 1500 m. A preferência são regiões de muita sombra e umidade densa.
As inflorescências são sempre deslumbrantes como as outras da espécie. Forma hastes relativamente curtas quem pendem em comprimento que varia entre 10 a 15cm, brotando da base dos pseudobulbos, dando sequência a duas ou sete maravilhosas flores muito perfumadas, com 7 a 9 cm de diâmetro. Suas cores costumam ter uma bela combinação de amarelo e creme, com pintas ou manchas na base marrom-avermelhada.
Interessado em Cultivar?
O cultivo de orquídeas do gênero stanhopea, por serem resistentes, pode ser bastante fácil, embora haja algumas regras importantes, particularmente em relação ao recipiente.
Substrato: Uma vez que é impossível cultivá-lo em um pote tradicional, existem outras soluções para repostá-la. Cestas suspensas feitas de ripas de madeira ou telas metálicas parecem ser a melhor solução. Ela também pode ser adaptada em um pedaço de cortiça e cercar as raízes de esfagno para manter a umidade. Há também potes com buracos ou grade, o que também pode ser feito por você mesmo.
Umidade: umidade atmosférica e rega pesada durante o período de crescimento. Por outro lado, quando os pseudobulbos atingem a maturidade, as regas devem ser completamente interrompidas por um mês para promover o florescimento. No inverno, o substrato deve ficar molhado, mas não muito.
Fertilização: Durante a estação de crescimento fertilizar uma vez a cada 15 dias.
Temperatura: orquídea com efeito de estufa, que requer uma temperatura de 22 a 25 ou no máximo 30° Celsius durante a estação de crescimento, e cerca de 18° Celsius no inverno. A temperatura geralmente não deve cair abaixo de 15° Celsius durante o crescimento.
Exposição: Suporta exposição ao Sol vindo de qualquer direção. No entanto, é necessário que a luz seja peneirada por um véu, porque a folhagem pode ser queimada pelo sol pleno. No inverno sim a planta pode ser colocado em pleno sol.