Morango é Fruta? É Hortaliça? É Pseudofruto?

Morango é Fruta? É Hortaliça? É Pseudofruto?

Há quem diga que o morango é fruta, enquanto outros dizem que é pseudofruto.  Dessa forma, como ficamos? Vamos aproveitar o tema morango e falar um pouco de romance e história e, claro, acabar com a dúvida sobre a verdadeira condição do morango.

Não conheço ninguém que não goste de romance, principalmente quando acompanhado de uma fruta sensual e suculenta, como o morango.

Morango e Uma Pitada de Romance

E tudo começa assim… Formato de coração, com uma roupagem exuberante do vermelho, uma tessitura ou então textura macia e tenra ao ser mordida, e um provocante aroma silvestre que transmite ao paladar mais exigente um sabor um tanto agridoce.

Não tem como, o morango é a fruta símbolo de Venus, deusa do amor, portanto, é com certeza a fruta dos românticos.

Um Pouco da História Morango

O morango já era uma fruta rara lá pelos idos dos anos 200 a.C. e apesar de terem começado a ser cultivados pelos romanos, os morangos continuaram raros até o fim do século XVIII, pois sua produção era  muito complicada. Já na idade média o morango era apenas um fruto que nascia espontaneamente. Não existia uma cultura de plantio para ele.

O jardineiro de Luis XVI, chamado na época de “O Rei Sol”, numa tentativa absurda de aprisionar este perfume inimitável que a fruta possuía, na verdade, era inebriante, a nobreza tentou plantá-los nos seus jardins, sem êxito algum, claro.

Somente com a descoberta do continente americano, mais especificamente, com a descoberta dos Andes, que os franceses, ingleses, alemães e italianos, passaram a cultivar a sensual planta. E foi exatamente ali que encontraram os morangos que conhecemos hoje, pois até então, apenas o morango silvestre era conhecido. Porém, o morango atual não era tão saboroso, ele era apenas maior.

A combinação das duas plantas foi um enorme sucesso, algo que na primeira mordida, o sabor explodia na boca. Esse cruzamento entre as duas plantas foi muito festejada, principalmente entre a nobreza, pois essa fruta tão especial passou a frequentar as mesas mais chiques.

Estes pioneiros da pesquisa para o cultivo do morango experimentaram vários e vários cansativos cruzamentos o morango andino e o morango silvestre, o que contribuiu para a sua robustez, e o aromático morango europeu, que transmitiu o seu perfume, conseguindo, finalmente, um fruto de cultivo fácil.

Morangueiro é o nome dado a um conjunto de espécies diferentes de morango, na verdade, um fruto híbrido e cultivares, do gênero Fragaria. O responsável pela produção do morango, incluindo um amplo conjunto de espécies e variedades silvestres.

Existem mais de 20 espécies que recebem o nome comum de morangueiro, com grande distribuição nas zonas temperadas e subtropicais.

Existem algumas diferenças anatômicas, a classificação das espécies existe apenas sobre o número de cromossomas, pois existem sete tipos básicos de cromossomas que todas as espécies e seus híbridos possuem em comum. A grande distinção resulta do grau de poliploidia (situação genética de núcleo celular, célula, ou organismo, em que há mais de dois conjuntos de cromossomas homólogos que as espécies exibem).

O Morango é Fruta

Essa afirmação é perigosa. Afinal, o que garante que o morango é fruta? Ele nem é doce, é azedo!

Então vamos tentar elucidar essa questão e colocar fim à discussão. Será que é possível? É uma fruta…Ops… Ele é tão diferente e instigante. Vamos lá.

Os frutos estão relacionados ao ciclo reprodutivo das angiospermas, porém, m são na verdade os ovários que se desenvolve e aumentam seu tamanho após a fecundação, e dessa forma dão origem ao que chamamos de fruto.

Morango não é um fruto verdadeiro, pois de acordo com a ciência, morango, na realidade, é um pseudofruto.

Ele tem uma estrutura suculenta, mas não é desenvolvido no ovário de uma planta. A parte gostosa e suculenta do morango é originado do receptáculo floral, que possui vários ovários que seus receptáculos, ao se agregarem, formam um “fruto agregado”, as “sementinhas” do morango são os frutos secos (arquênio, vamos falar disso num outro artigo).

Portanto, gravem isso: Frutos são estruturas que resultam do amadurecimento do ovário e que surgem após a fecundação.

Morangos são, na verdade, pseudofrutos ou melhor, falsos frutos. Tudo por causa da parte suculenta do morango (aquela que nós consumimos), que não se desenvolve a partir do ovário da planta (algo que somente as frutas reais fazem) e sim de um tecido de outras partes florais.

É, esse negócio de botânica e biologia é um pouco complicado para quem gosta da área de humanas. Mas conhecimento nunca é demais.

Temos consciência de que alguém deixará de chamar o morango de fruta, mesmo sabendo que, botanicamente falando, a classificação é equivocada.

Mas não deixe que isso te consuma ou mude seu gosto deixando de gostar de morangos, afinal, levando-se em consideração alguns conceitos científicos, chegamos à conclusão que muitos vegetais que chamamos de frutas não são frutas, e outros que nem imaginamos que sejam frutas, o são.

Pense nele como uma fruta completamente diferente e até um pouco feminina demais, pois ele também é considerado um pseudofruto, no entanto, a sua flor é um pouco diferente das flores que já gente vimos antes, pois elas apresentam vários ovários. Portanto, o morango é chamado de fruto agregado, pois ele se origina de uma única flor com vários ovários.

O Morango e seu Papel na Saúde

Na nossa saúde, o morango exerce um papel muito importante. Em termos de calorias, o morango é o mais pobre, ele tem apenas 30 kcal /100 g! Ele é pobre também em proteínas, gorduras e sódio.

Seus nutrientes mais importantes são os açúcares, com uma quantidade moderada que chega apenas a 5% de seu peso, a vitamina C, os folatos o potássio e o ferro.

Outra coisa importante a respeito do morango: a sua cor deve-se a uns pigmentos vegetais conhecidos como antocianinas, similares aos bioflavonóides. As antocianinas presentes no morango atuam como poderosos antioxidantes, além de reduzir a síntese do colesterol no fígado.

Ele ainda atua contra a arteriosclerose, excesso de ácido úrico e prisão de ventre.