Apreciada há milhares de anos, a romãzeira ou romeira é uma planta da família Lytraceaes, enigmática pelos seus simbolismos, mas fácil de cultivar. Entretanto, muitas não florescem ou florescem pouco, o que deixa seus donos ensimesmados e ansiosos para ver nascer uma romã ((punica granatum)
Mas, assim como outra planta qualquer, a romãzeira precisa de certos cuidados para florescer e frutificar.
Principais Cuidados
- Terra – a terra que recebe a muda da romã tem que ser preparada de forma especial, pois ela não gosta de terra calcária e se colocarmos matéria orgânica em excesso ela acumula muita água. Recomenda-se uma mistura de 50% de areia, 40% de argila e 10% de terra adubada. Pode-se acrescentar um pouco de matéria orgânica, mas sem exageros. Se tiver boa drenagem, a maioria das romãzeiras se adapta facilmente em qualquer solo um pouco alcalino, mas alguns produtores preferem solos com um pouco de acidez.
- Adubo – Uma vez por ano, no mínimo, é preciso adubar a romãzeira com micronutrientes (Ca {cálcio}. Mg {Magnésio}, S {Enxofre}, B ({Boro}, CI, Cu, Co, Fe). Devemos lembrar que não se deve adubar plantas quando estão doentes e nem em floração. Assim, a adubação mais importante deve ser feita no outono, para e incentivá-la a produzir flores e frutos na primavera. Podemos usar adubos líquidos (foliar) ou sólidos que vão na terra), desde que seja rico em Fósforo (P). O adubo na proporção de N-P-K (Nitrogênio Fósforo Potássio) na ordem de 04-14-08. Alguns produtores aconselham o uso de sulfato de amônia. É só borrifar 1/3 de xícara do fertilizante três vezes no primeiro ano, de preferência em fevereiro, maio e setembro, antes da entrada da primavera.
- Rega – – A romã consome muita água, assim como a maioria de plantas frutífera, mas não gosta de ficar encharcada. Quando regarmos, devemos fazê-lo com abundância, mas sem exageros, pois muita umidade nas raízes e no tronco favorecem o surgimento de fungos, que se não forem eliminados matará a planta. Assim, é aconselhável testar a terra com o dedo. Se a terra grudar ainda não é hora de molhar. Na primavera é aconselhável deixar a terra mais seco para favorecer a floração. Não se recomenda regá-la demais na época da floração e frutificação.
- Poda – Para estilizar ou eliminar ramos desnecessários ou defeituosos, usamos a poda. Esta tem que ser feita com tesouras afiadas ou alicates de corte côncavo quando os galhos estiverem maiores. O alicate faz cortes precisos, limpos, que cicatrizam logo, mas se a ferida for maior que o diâmetro de um cigarro, convém usar passa de selagem para cobri-la e ajudar na cicatrização. O inverno é a época propícia para as podas mais profundas, enquanto a poda de manutenção pode ser feita no verão ou no outono, de preferência em forma de triângulo. Se preferir, deixe-a crescer com naturalidade.
Proteção Necessária
A romãzeira não aceita umidade intensa e ventos, por isso deve ser plantada em um lugar seco, quente e protegido de ventos, mesmo que seja parcialmente. Não a plante nunca em lugares abafados e escuros.
Pragas e Doenças
- Regas moderadas inibem os fungos, mas ainda assim eles podem surgir. Remova-os com escova e fungicida. Se surgirem cochinilhas ou pulgões, trate-os com inseticida apropriado a plantas ornamentais. Se ver borboletas, espante-as com um spray apropriado, pois embora pareçam inofensivas, podem deixar larvas que se infiltrarão e crescerão dentro das frutas.
- Limpeza – Ervas daninhas podem roubar os nutrientes de sua romãzeira. Para que isso não aconteça, remova-as e coloque ao seu redor húmus orgânico, que retém a umidade do solo e atua no combate às ervas daninhas.
História da Romã
Trata-se de um fruto muito apreciado pelo mundo todo, proveniente da Ásia Central (Afeganistão, Síria, Irã). Há milhares de anos espalhou-se pela África, Ásia e Mediterrâneo, pelas mãos dos fenícios e romanos. Nos últimos séculos disseminou-se também pelas Américas.
Além de ser famosa por suas propriedades medicinais desde a antiguidade, a romã é considerada por alguns povos como árvore sagrada, e por outros como a árvore da fertilidade. É usada na arte cristã, islâmica e judaica como símbolo da unidade e da vida eterna. Aparece também na mitologia grega, associada à ideia de morte, mas também de fertilidade e imortalidade.
A romãzeira pode viver até 200 anos. Tem o crescimento lento, mas começa a produzir logo após o terceiro ano de plantação. Suas flores são muito apreciadas como ornamentação e muitos as plantam apenas para realça o visual do jardim.
Aspectos da Romã
- Do tamanho de uma maçã, possui casca dura nas cores alaranjado ao vermelho escuro.
- Possui 613 sementes, vermelhas e brilhantes, que é a parte comestível da fruta.
- O nome em latim é pomum, que significa maçã, mais granatus, que quer dizer sementes, o que resulta em maçã com sêmenes.
- O nome deu origem à cidade de Granada, na Espanha, que cultiva inúmeras romãzeiras.
- Uma romã pode prover até 40% da vitamina C que precisamos diariamente.
Combate Doenças
Rica em magnésio, ácido tânico, sódio, potássio, matérias resinosas e gordas e vitaminas A, B, C, e, médicos e botânicos da antiguidade já a consideravam excelente medicina.
- Diabetes – O suco pode reduzir o risco de doenças coronárias em diabéticos e inibir doenças cardíacas.
- Anemia – Age no fluxo sanguíneo ajudando a mantê-lo saudável.
- Osteoartrose – ajuda a reduzir ateroscleorese e osteoartrite
- Dentes – O sumo contém propriedades antibacterianas e antivirais que protegem contra várias doenças orais.
- Câncer – Fonte de antioxidantes (flavonoides), ajuda a combater radicais livres que causam a doença.
- Coração – Regula o fluxo de sangue no corpo diminuindo o risco de derrames e problemas cardíacos.
- Colesterol – Inibe o colesterol ruim e afina o sangue, deixando as artérias limpas, livres de coágulos.
- Doenças do Estômago – Tanto a casca quanto as folhas da romã são usadas para fazer chá que ameniza doenças do estômago, diarreia e cólera.
- Envelhecimento – Ajuda a controlar as rugas de envelhecimento, deixando a pele brilhante e rejuvenescida.
- Alzheimer – Inibe o desenvolvimento da doença de Alzheimer
- Depressão – Age positivamente nos sintomas de depressão, em especial na depressão pós-menopausa.
Utilidade na Alimentação
Seus grãos são utilizados em sucos, saladas de fruta, molho para saladas, coquetéis, vinagre, vinho, café e outros pratos e beberagens.
- Na Grécia – é usada na fabricação de licores e gelados
- Na Turquia – a fruta é usada na confecção de pratos de carne de ovelha e sobremesas, e ainda como tempero para saladas.
- No Médio Oriente – é comum misturá-las ao abacate.
- Na França – a polpa é usada na fabricação do licor de grenadina.
- No Brasil – a fruta é usa em iogurtes e sorvetes que começam a aparecer no mercado.