O mangostão-amarelo ou Garcinia cochinchinensis (seu nome científico), como essas fotos nos mostram, trata-se de uma espécie tipicamente exótica.
Diretamente das florestas densas do Sudeste Asiático, ela surge, também conhecida popularmente como “falso-mangostão, apesar de pertencer à mesma família da original Clusiaceae.
O fruto desenvolve-se em uma árvore bastante vigorosa, capaz de atingir vertiginosos 11 m de altura, de onde também pende uma folhagem perene, com folhas coriáceas, simples, oblongas, com nervuras bastante destacadas, e que crescem nos ramos de forma alternada.
O tronco é uma imponência exuberante, ereta, com uma casca amarelo-pardacenta, e que produz um látex meio amarelado – o que o diferencia do mangostão-verdadeiro, que produz um látex esbranquiçado.
As inflorescências do mangustão-amarelo possuem uma tonalidade meio leitosa, com pedicelos discretos, axilares e completos, que competem em beleza e exoticidade com os frutos, também amarelos, pontudos ou oblongos, com casca lisa, e que abrigam uma polpa amarelada, bastante doce, suculenta, com uma acidez destacada, e que recobrem 3 ou 4 sementes.
Essa espécie é uma das “meninas-dos-olhos” da flora asiática, em especial de países como Laos, Vietnã, Nepal, Tailândia, Camboja; bem como da China, Indochina e Indonésia.
Em todos esses lugares o mangostão-amarelo, à parte as suas características físicas (como podemos ver nessas fotos e imagens), nome científico e origem, chama a atenção também pelas suas formidáveis propriedades farmacológicas, entre as quais, altos níveis de antioxidantes e flavonoides.
Além de propriedades anti-inflamatórias, analgésicas, bactericidas, antimicrobianas, entre outras, que fazem da fruta um verdadeiro coadjuvante natural para o tratamento de cólicas menstruais, disenteria, diarreia, queimaduras, distúrbios gástricos, e tudo o mais que essas suas substâncias possam ajudar a combater.
Mangostão-Amarelo: Características, Fotos, Nome Científico E Demais Peculiaridades
O mangostão-amarelo, a despeito das diferenças óbvias quanto aos seus aspectos físicos, costuma causar confusão, principalmente, para os menos familiarizados com esse gênero de frutas.
Apesar da origem, digamos, nobre, ele é considerado uma fruta quase irrelevante do ponto de vista comercial, sendo apreciado apenas como uma espécie doméstica, colhida de forma artesanal para atender às necessidades relacionadas com alguma afecção, ou mesmo para saboreá-la, despretensiosamente, como se faz com qualquer fruta tropical.
Ela pertence à mesma comunidade à qual pertencem especies como o abricó-das-antilhas, o bacoparis, a goraka, o achachariu, o controverso durião, entre outras espécies tão ou mais exóticas quanto as suas designações.
O mangostão-amarelo é uma espécie típica dos climas subtropicais e tropicais, pois exige, para o seu completo desenvolvimento, temperaturas entre 24 e 35°C, umidade relativa do ar entre 70 e 80%, além de chuvas abundantes, solo arenoso/argiloso e bastante rico em matéria orgânica.
O Pará talvez seja (juntamente com a Bahia) o maior produtor da fruta, especialmente em cidades como Castanhal, Santa Isabel, Marituba, entre outros locais onde a espécie encontra as características ideais para o seu desenvolvimento, entre as quais, chuvas abundantes durante os períodos verão/outono.
Chuvas que costumam ser vigorosas, porém em um período curto, o que contribui para o acúmulo de matéria orgânica sem necessariamente erodir o solo.
Além Das Características, Fotos E Nome Científico, Os Aspectos Da Floração Do Mangostão-Amarelo
Tão ou mais exótica quanto a sua aparência e características biológicas são os aspectos concernentes à floração e frutificação do mangostão-amarelo.
Basta saber que ela pode ocorrer em um determinado período em um ano, e em outro período no ano seguinte, o que também faz com que a frutificação dependa de fatores como o clima, temperatura, quantidade de chuvas e o nível de umidade em determinadas região do país.
De um modo geral, podemos dizer que o período que abrange o início da floração e a abertura dos primeiros botões florais pode ser de 3 ou 4 semanas, ao passo que, deste, até o surgimento dos primeiros frutos, pode transcorrer um período de tempo de até 4 meses.
É possível, inclusive, que o desenvolvimento de fluxos vegetativos (que antecedem as inflorescências) ocorra mais de uma vez por ano; nesse caso, também motivado por determinadas condições do clima da região, o que faz com que, por exemplo, a planta possa florescer entre julho e setembro (período de estiagem, após longas chuvas).
Logo após, uma outra floração (entre setembro e fevereiro). E como resultado disso, é possível realizar uma colheita modesta de mangostões-amarelos em novembro, e outra, mais vigorosa, entre fevereiro e maio – o que logo caracteriza a espécie como uma grande apreciadora de chuvas abundantes.
Como Cultivar O Mangostão-Amarelo?
O mangostanzeiro é, por natureza, uma planta que requer um solo ricamente adubado, de preferência com esterco bovino. Além disso, recomenda-se a administração de cloreto de potássio a partir do surgimento das primeiras inflorescências, e logo após, mais duas ou três em um espaço de tempo de 1 mês e 15 dias.
Será necessário, também, ao final da colheita, aplicar uma composição de 300 g de NPK 10-30-20, mais esterco de galinha, a fim de recuperar os nutrientes consumidos durante a produção.
Transtornos como o “empedramento das frutas” estão bastante associados à deficiência de zinco e de potássio nas plantas. O desbalanceamento da oferta de cálcio e ferro também contribui para um desenvolvimento insatisfatório, além de fenômenos como a redução da estrutura do limbo foliar.
Apesar do fato de que uma das características do mangostão-amarelo – à parte o seu nome científico e aspectos físicos (como os que vemos nessas fotos) – é justamente responder bem aos períodos de chuvas normais da região Norte e Nordeste do país, não é escusado o uso de sistemas de irrigação para a garantia da oferta diária de água.
Técnicas como as de gotejamento e microaspersão estão entre as mais recomendadas, pelo simples fato de oferecerem as quantidades ideais exigidas pelo sistema radicular da planta, e ainda com uma frequência que dificilmente as outras técnicas conseguem oferecer.
O mangostão-amarelo também não é uma espécie assim tão exigente quando o assunto são as podas. Só mesmo a partir de 2 ou 3 anos de vida da planta é que você precisará realizar algumas, com o objetivo de retirar galhos, flores e ramos adoecidos, e facilitar, com isso, o manejo, além de diminuir os riscos da ocorrência de determinadas pragas.
No mais, é só pôr em prática as melhores técnicas de manejo exigidas por qualquer cultivar de origem tropical. E então aproveitar-se dos excelentes predicados dessa fruta, que possui apenas o sugestivo apelido de “a fruta mais saborosa do mundo”, e sem dúvida uma das mais exóticas e incomuns desse cada vez mais surpreendente Reino Vegetal.
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