O mamão-da-baía é a Carica papaya. Uma variedade dessa espécie, cuja característica principal é o seu formato alongado, semelhantemente a uma pera.
Uma curiosidade sobre essa espécie (e que essas fotos obviamente não nos mostram), é que ela não é exatamente uma variedade endêmica da Bahia – como o seu nome pode nos levar a crer.
Apesar de ter no sul da Bahia a sua principal região produtora, em outras regiões do norte/nordeste eles também podem ser encontrados.
O mamão é hoje uma espécie de “menina dos olhos” da agricultura brasileira, pois o Brasil é nada mais nada menos do que o segundo maior produtor da fruta, com cerca de 1,6 milhão de toneladas produzidas anualmente, contra as assustadoras 5 milhões produzidas pela Índia.
O mamão, de acordo com o que é convencionalmente aceito, é uma fruta típica da América Latina. Ele, supostamente, fez um trajeto a partir do sul do México, passando por toda a região antes conhecida como a mesoamérica, até chegar à Argentina.
Logo após, estacionou no Brasil, para tornar-se, aqui, uma verdadeira referência entre as nossas espécies vegetais. Mas há quem seja capaz de jurar que o trajeto feito pelo mamão, até chegar ao Brasil, foi feito por outros caminhos!
Ele teria chegado ao país pelas mãos de missionários japoneses que, em missão no Havaí, descobriram uma espécie (hoje o mamão-havaí ou papaia), que até então era totalmente desconhecida cá por essas bandas.
Resultado: o missionário, obviamente, encantado com o sabor bem mais adocicado, textura incrivelmente macia e facilidade de cultivo, não pensou duas vezes em trazer o fruto para o Brasil.
E a partir do Pará, o mamão, de acordo com essa versão, espalhou-se inicialmente por todo o norte e nordeste brasileiro.
Espalhou-se produzindo variedades como o mamão-da-baía, cuja principal curiosidade talvez seja o fato de ser a mesma Carica papaya (assim como o mamão-da-índia, o mamão-macho, o mamão-fêmea, o mamão-papaia, o mamão-formosa, entre outros), diferenciando-se apenas pelas suas características físicas, como essas fotos conseguem nos mostrar.
Mamão-Da-Baía: Características, Curiosidades E Fotos
1.A Cor Do Mamão E as Suas Propriedades
Uma das principais características (e curiosidades) do mamão-da-baía, diz respeito às suas qualidades como um excelente digestivo; e como podemos ver nessas fotos, ele possui uma polpa menos alaranjada, e que logo indica tratar-se de uma espécie que também é rica em carotenoides, vitamina C e antioxidantes.
Essa coloração alaranjada indica que o seu consumo regular contribui para a regularização do fluxo sanguíneo, evita transtornos cardiovasculares, problemas de visão, ajuda a manter o organismo hidratado, fortalece o sistema imunológico, entre outros benefícios do consumo de frutas com essas características.
2.O Mamão-Da-Baía Não É Da Bahia!
O mamão-da-baía é o resultado de 500 anos de mutações genéticas (naturais ou não) da espécie Carica papaya. Sua principal característica é a de ser uma das espécies conhecidas como “piriformes” (em forma de pera) e bastante comum em boa parte do Brasil – inclusive nas regiões sudeste e sul do país.
O mamão-da-baía possui um formato mais oblongo, pode pesar até 1kg, tem uma polpa com uma alaranjado não tão intenso quanto o de uma papaia; no entanto, possui praticamente as mesmas propriedades das demais.
3.Não É Um Dos Mais Indicados Para Diabéticos
Uma outra curiosidade (ou característica) sobre o mamão-da-baía, é que ele figura naquela lista onde estão as frutas menos recomendadas para diabéticos.
Isso porque as suas cerca de 32g de carboidratos por 100 gramas aumentam a taxa de açúcar no sangue – e certamente o que menos quer um diabético é transformar essa doença em um transtorno ainda maior.
4.O Mamão-Da-Baía Adquire a Varíola!
Sim, os mamões também podem sofrer com a varíola! Mas enquanto a nossa conhecida era causada por um ortopoxvírus erradicado na sua forma de infecção nativa, a varíola do mamoeiro continua ainda bastante ativa, e pode causar um verdadeiro desastre na produtividade da espécie se não for controlada a tempo.
No caso do mamão-da-baía, a doença é causada por um fungo: o Asperisporium caricae, que manifesta-se por meio de pintas escuras e lesões nas folhagens e nos frutos.
Por ser bastante comum na região nordeste, o mamão-da-baía é uma das suas principais vítimas, já que o vírus prefere temperaturas entre 24 e 28°C, chuvas abundantes, alta umidade, ventos fortes, entre outras características semelhantes.
5.O Mito Da Colheita Do Mamão
Há um mito antigo de que colher o mamão-da-baía verde (em meio a outros já maduros) resultaria em um prejuízo para todo o restante do pé.
Mas isso é só um mito! Na verdade, a retirada de alguns exemplares (mesmo ainda verdes) acaba fortalecendo a planta; e dessa forma contribui para que sejam produzidos novos e melhores frutos.
Essa era uma espécie de desculpa utilizada pelos “mais antigos” quando os vizinhos lhes solicitavam exemplares verdes para a produção de compotas. A desculpa era a de que retirar exemplares verdes em meio aos maduros resultava na perda de todo o pé.
6.O Mamão-Da-Baía Transgênico
Já estão bastante adiantadas as pesquisas com relação ao cultivo do mamão transgênico em larga escala, inclusive da variedade mamão-da-baía.
Uma das principais características (e curiosidades) do mamão-da-baía transgênico, é a sua maior resistência a pragas como a Asperisporium caricae (varíola do mamão), o Papaya ringspot vírus (o vírus da mancha anelar), entre outras.
Para a obtenção do mamão transgênico, são introduzidos genes dos próprios vírus na fruta, como se fora uma espécie de vacina capaz de imunizar o mamoeiro da influência desses micro-organismos.
Mas esses são apenas alguns dos tipos de vírus que configuram-se como alguns dos principais flagelos da cultura do mamoeiro. E, ao que tudo indica, somente por meio do seu cultivo transgênico (apesar das suas controvérsias) eles poderão ser combatidos.
7.O Mamão-Da-Baía É Menos Nutritivo
Essa seria, digamos, uma lenda com um fundo de verdade, já que as próprias características do mamão-da-baía indicam a presença de menos licopeno e antioxidantes em relação a variedades como a papaia e a formosa, por exemplo.
No entanto, esse tipo ainda apresenta grandes quantidades de vitaminas B, C, ácido pantenoico, ácido fólico, potássio, magnésio e cobre. Além de possuir as mesmas quantidades de fibras – uma característica que o classifica como uma espécie de laxante natural.
A maioria dos especialistas garantem que uma dieta que contenha uma porção diária de frutas, com variedades como o mamão, banana, maçã e laranja, quando acompanhada por uma mudança de hábitos de vida, é capaz de configurar-se como uma verdadeira “fonte da juventude”, justamente por fornecer praticamente todos os nutrientes que o organismo necessita.
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