Já usada pelos romanos na antiguidade por sua fragrância e qualidades terapêuticas, a lavanda é hoje uma das plantas medicinais mais populares na fitoterapia, particularmente para problemas nervosos, digestivos ou articulares.
Lavanda Inglesa ou Angustifolia: Características
Nome científico: lavandula angustifolia;
Classificação botânica: família labiatae;
Formas e preparações: essências, óleos essenciais, decocções, infusões, pós micronizados, cápsulas, tinturas, manchas, nebulizações.
Lavanda é um pequeno arbusto dicotiledôneo da família labiatae (ou lamiaceae), que mede 30 a 60 cm de altura; seus galhos são finos e amadeirados e há folhas pontudas e estreitas em sua base. As flores de lavanda, de um azul suave ou arroxeado e na forma de pequenas corolas, são agrupadas em pontas terminais e emitem um perfume muito agradável.
Esta planta cresce apenas em calcário rochoso, mas bem drenado, e ensolarado. É encontrado em toda a Europa Mediterrânea, às vezes até 1.800 m de altitude, especialmente nos Pré-Alpes da Provença. Excelente planta melífera, lavanda é muito popular entre as abelhas. Os topos de flores são a única parte retirada desta planta.
Propriedades Medicinais de Lavanda
USO INTERNO
Ligeiro efeito narcótico (cumarina): insônia, histeria, distúrbios nervosos.
Efeito antiespasmódico, graças aos ésteres que a planta contém.
Distúrbios digestivos: digestão difícil ligada ao estresse ou nervosismo, ulcerações.
Distúrbios respiratórios : resfriados, asma. Acalma em caso de vertigem.
Desordens cardio-vasculares: acalmar o início da angina pectoris.
Tratamento de enxaquecas e dores de cabeça.
USO EXTERNO
Alivia certas condições da pele: eczema, acne, queimaduras leves, psoríase, picadas de insetos.
Cura e limpa feridas e úlceras.
Dor nas articulações : entorses, distensões, hematomas e reumatismo.
Ação antivírus na picada da víbora.
Antiparasitários (piolhos) e vermífugos.
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS USUAIS
Problemas dermatológicos (bactericidas, anti-sépticos).
Dores articulares e reumáticas.
Irritação e / ou inflamação respiratória.
Nervosismo, ansiedade, ansiedade.
Insônia: promove o sono.
OUTRAS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS DEMONSTRADAS
Bactericida e anti-séptica eficaz, limpa feridas e úlceras da pele.
Antiparasitário, elimina os piolhos .
Neutraliza o veneno em caso de picada de víbora.
Ajuda a aliviar a distonia neurovegetativa.
Seu óleo essencial é usado em massagem terapêutica.
INGREDIENTES ATIVOS
Ácidos fenólicos; álcoois terpênicos: linalol, geraniol; álcool perílico; cumarina; umbeliferona; taninos; ésteres; óxidos; cetonas; aldeídos.
Lavanda Inglesa ou Angustifolia: Uso e Dosagem
DOSAGEM
– Pó seco micronizado (cápsulas): 1 a 2 g por dia em três doses.
– Extrato seco (cápsulas): 200 a 400 mg por dia em três doses.
– Na infusão: 2 colheres de sopa. em 150 ml de água quente. Até 3 xícaras diárias entre as refeições para combater ou evitar problemas digestivos e para aliviar a enxaqueca, tontura ou início de angina.
– Alcoólico: para fricções locais em caso de dor nas articulações (manhã e noite).
– Para limpar o couro cabeludo: em leve fricção com as pontas dos dedos, três vezes por semana.
– No óleo de massagem: 2 a 4 gotas por 60 ml de base neutra (por exemplo, óleo de amêndoa doce) para aliviar a dor relacionada com entorses, distensões e cãibras musculares.
– Inalação: para combater a insônia e nervosismo, 2 a 4 gotas derramadas em um difusor ou 1 ou 2 gotas em uma almofada de algodão colocada em um travesseiro.
Lavanda é recomendada, especialmente para pessoas com distúrbios nervosos ou insônia. É calmante para tratar problemas de pele, como dermatite, eczema, psoríase e acne. O óleo essencial de lavanda aplicado na massagem acalma dores articulares e reumáticas. Um pouco de lavanda seca, transformada em uma xícara de água quente, ajuda na digestão, especialmente em pessoas nervosas.
Precauções de Lavanda
Mesmo que o óleo essencial de lavanda possa ser aplicado diretamente sobre a pele, recomenda-se misturá-lo com um óleo base, como óleo de amêndoa doce, quando a pessoa tem pele sensível ou muito reativa (irritação, prurido).
CONTRA-INDICAÇÕES
Lavanda não é recomendada para pessoas que tomam produtos naturais ou medicamentosos com efeito anticoagulante. Lavanda não é adequado para mulheres grávidas nos primeiros três meses de gravidez.
EFEITOS COLATERAIS
Não há efeito adverso conhecido relacionado à lavanda. Por outro lado, algumas pessoas reagiriam muito fortemente ao seu efeito narcótico, ainda que ligeiro.
INTERAÇÕES COM PLANTAS MEDICINAIS OU SUPLEMENTOS
Lavanda é incompatível com sais de ferro e iodo.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Não consuma lavanda, infundida ou não, ao mesmo tempo que as drogas anticoagulantes (por causa da cumarina que contém).
AVISO
Combinado com iodo ou sais de ferro, a lavanda tem alguma toxicidade.
Lavanda Inglesa ou Angustifolia: Utilização Histórica e Pesquisa Científica
Lavanda vem da bacia do Mediterrâneo Ocidental. Os antigos romanos usavam para perfumar os banhos e o linho. St. Hildegard de Bingen, no século XII, deu-lhe um lugar em seus medicamentos naturais e, ao mesmo tempo, fizemos a cultura em mosteiros por suas propriedades terapêuticas. Desde a Idade Média, a lavanda foi usada na Provença na fabricação de remédios e perfumes.
A partir do século XIX, esta planta aromática viu a sua cultura crescer em vários países europeus, bem como na América. A região de Grasse, na França, é hoje a “capital” da lavanda, por causa de sua grande produção de óleo essencial dessa planta, que é utilizada na medicina herbária, mas também na perfumaria.
Em 1991, um estudo em Viena confirmou claramente o efeito ligeiramente narcótico da lavanda quando usado para promover o sono ou aliviar um estado de ansiedade. Atuaria não só de maneira olfativa, mas também diretamente no sistema nervoso. Outra pesquisa concluiu que o óleo essencial de lavanda reduz a pressão arterial, bem como alguns marcadores fisiológicos de nervosismo e estresse (por exemplo, aumento dos níveis de cortisol).
Ensaios clínicos mostraram que, devido às propriedades anticoagulantes das cumarinas, a lavanda atua na síntese da protrombina no fígado. Pesquisadores dos EUA estão atualmente investigando o efeito do limoneno e álcool perílico contido na lavanda para combater certas formas de câncer. Resultados de estudos em animais mostraram que a lavanda acalma reações espásticas.
Um estudo em fitoterapia concluiu que, combinado com outros óleos essenciais (tomilho, cedro, alecrim) para realizar uma massagem no couro cabeludo, o óleo essencial de lavanda pode ajudar a tratar alopecia e alopecia areata.
Lavanda Inglesa ou Angustifolia: Cultivo
Existem dois tipos de cultura. A lavanda da população vem de mudas (sementes). A cultura é, portanto, heterogênea do ponto de vista genético. A lavanda clonal, por outro lado, vem de estacas. Essa técnica permite obter culturas homogêneas do ponto de vista genético e obter lavouras que florescem ao mesmo tempo.
As plantas utilizadas para as estacas foram selecionadas para determinadas qualidades que serão então transferidas para as novas plantas. A semeadura é realizada no início da primavera. As linhas de plantio medem cerca de trinta centímetros de largura. Duas linhas são separadas por 1,5 metros.
A densidade é de 12.000 a 15.000 plantas por hectare para lavandula angustifolia. A capina várias vezes por ano é necessário, especialmente em na primavera e no outono. A floração ocorre no verão. Lavandula angustifolia é colhida quando a flor é desbotada para três quartos.
No caso da produção de óleo essencial, o rendimento é melhor entre o quarto e o sexto ano do campo, embora as plantas de lavanda comecem a produzir a partir do segundo ano. Além disso, a composição química do óleo essencial varia durante o dia. O tempo de colheita da lavanda é, portanto, essencial.
Existem dois tipos de colheita. Colheita verde esmagada envolve cortar as flores recém-colhidas e iniciar o processo de destilação diretamente. A colheita tradicional, por sua vez, requer a secagem de flores no campo logo após o corte das flores. A destilação é então realizada somente após cerca de dois dias de secagem.
Um campo de lavanda pode permanecer no local por cerca de 10 anos. Após este período, as culturas rotativas de legumes ou cereais são geralmente introduzidas por 2 a 4 anos.