O jasmim-árabe (Jasminum sambac), também chamado de sampaguita, é uma flor que vem da parte tropical asiática. Apesar de ser vista em vários países, seu território predominante fica entre o sul e o sudeste asiático. Mesmo assim, ela possui algumas variações de sua espécie em vários locais do planeta.
Essa planta é um arbusto de pequeno porte e seu tamanho varia entre 0,5 e três metros de altura. Como possui flores muito bonitas, esse jasmim se tornou muito popular no quesito cultivação. Além disso, elas são ótimas para a fabricação de perfumes e para consumo em um chá. Essa flor é a marca registrada das Filipinas, onde recebeu o nome de sampaguita. Outra nação onde essa flor é muito valorizada é a Indonésia, onde é conhecida como melati putih.
Descrição Física
O jasmim-árabe é uma espécie que apresenta enorme variação em sua espécie, pois passa por processos espontâneos de mutação, além de frequentemente se misturar com outras espécies. Em geral, esse jasmim não apresenta sementes e sua planta só consegue se reproduzir por meio de estacas e através de uma propagação assexual.
As folhas dessa flor possuem formato oval, com um comprimento que alterna entre 4 cm e 12,5 cm. A largura varia entre dois e sete centímetros. As folhas desse jasmim ficam dispostas em volta da flor. À textura delas é lisa, apesar de ter alguns pelos em sua base. Vale lembrar que essa flor possui muitas variações em sua espécie, sempre se diferenciando pelo formato das folhas e pela estrutura de sua corola.
As flores dessa planta costumam florescer durante os doze meses do ano e produzem entre 3 e 12 unidades em seus galhos. Possuem um perfume forte e bem característico. Elas têm uma corola de cor branca, cujo diâmetro varia entre 2 e 3 cm e lóbulos que se alternam entre cinco e nove unidades. O período de abertura das flores do jasmim é entre 18hs e 20hs. No período diurno, elas permanecem fechadas. A fruta do jasmim-árabe varia entre o tom roxo e preto e possui 1 cm de diâmetro.
O plantio do jasmim-árabe deve ser feito em solo fértil, abundante em componentes orgânicos. Além disso, ele deve se regado periodicamente. Para que sua floração se torne mais intensa, é preciso fertilizar essa planta regularmente. Ela se reproduz por meio de estacas semilenhosas, sempre em ambientes fechados.
Cultura Filipina
Desde 1934, o jasmim-árabe é a flor nacional das Filipinas. Isso aconteceu por meio da Proclamação n°652 do governador-geral Frank Murphy. Ele foi o último a liderar as Filipinas antes dela ter sua independência reconhecida pelos Estados Unidos em 1946.
Os nativos das Filipinas gostam de amarrar essas flores em coroas ou em corsages (mini buquê de flores que as damas de honra ou os parentes dos noivos recebem). Normalmente, os buquês de jasmim-árabe são comercializados na porta das igrejas e próximos às encruzilhadas das ruas.
Entregar essa flor para alguém é uma forma de lhe oferecer honrarias, além de ser considerado um elogio naquele país. Essas flores têm um forte simbolismo religioso, pois é normal os filipinos usarem esse jasmim para fazer altares para santos ou até mesmo para os mortos. Quando uma pessoa termina a faculdade, pode ser que ela receba uma coroa dessas flores, pois isso mostra que elas foram dignas.
Outra coisa que os filipinos gostam de fazer é amarrar o jasmim em cordas de longos metros. Eles fazem isso para a decoração de grandes eventos e cerimônias políticas. Outro local onde é comum ver o jasmim-árabe é nos eventos onde haverá cortes de alguma fita de inauguração. Apesar de comestível, o jasmim-árabe é pouco utilizado na culinária filipina.
Essa planta é tão popular nas Filipinas que já foi tema musical no século XIX. A cantora Dolores Paterno, então com 25 anos, compôs uma música dançante em 1879 que falava sobre o jasmim-árabe. O nome da canção era “La Flor de Manila”. A cantora fez muito sucesso naquela época e, mesmo nos dias atuais, essa música ainda é um clássico naquele país.
Acredita-se que o cheiro da colônia Fame, da cantora Lady Gaga, tenha alguma influência dessa flor, pois a artista comprou um jasmim-árabe quando foi cantar no país. Os Jogos do Sudeste Asiático de 2019 também usaram o jasmim-árabe como referência, pois sua tocha foi inspirada nele. O escultor da tocha foi o artista filipino Daniel Dela Cruz.
Cultura Indonésia
Chamada de melati putih, essa espécie de jasmim tem grande influência na cultura da Indonésia. Assim como nas Filipinas, esse jasmim também é um símbolo nacional para os indonésios. Outra flor que tem muita relevância para eles é a padma (flor de lótus). Apesar de sua popularidade existir a muitos anos, o jasmim-árabe só foi reconhecido oficialmente como flor oficial da Indonésia em 1990, no Dia Mundial do Meio Ambiente. Entretanto, só ganhou uma lei oficial três anos depois, com o Decreto Presidencial nº 4.
Desde a época de Sukarno (primeiro presidente indonésio, cujo governo foi de 1945 até 1967), o jasmim-árabe já tinha enorme influência na rotina indonésia. Essa flor possui um grande status no país, pois ela faz parte de suas tradições desde os tempos da ascensão indonésia como nação independente.
Segundo os nativos da Indonésia, esse jasmim é sagrado, pois sua presença lembra coisas como sinceridade, graciosidade, inocência e simplicidade. Além disso, o jasmim-árabe é o símbolo da humildade, pois sendo apenas uma pequena flor branca, é capaz de gerar um agradável cheiro adocicado. O povo da Indonésia gosta de usar essa flor para celebrar casamentos, principalmente na ilha de Java.
O jasmim-árabe, quando não tem seus botões abertos, é usado para montar cordas de decoração nos ambientes de festa. Em festas de casamento, os penteados das noivas javanesas (a ilha de Java fica na Indonésia) são enfeitados com várias melati putih. Esses enfeites normalmente são usados para cobrir o coque.
As cordas de jasmim normalmente ficam entrelaçadas entre si, mas ficam balançando no coque da noiva. O noivo, por sua vez, também recebe adornos relacionados a essa flor. O enfeite que ele recebe se chama roncen usus-usus e tem um formato que lembra um intestino. Essa flor também serve para enfeitar as noivas da região de Macaçar, pois seus botões substituem as pérolas nos penteados das moças.
Os indonésios tem o hábito de oferecer o jasmim-árabe para algumas divindades populares no país, muitas delas ligadas ao hinduísmo. Essa flor também é muito utilizada em funerais. Em algumas regiões da Indonésia, o jasmim-árabe é símbolo da feminilidade e da beleza da mulher.