Descoberto no Brasil pelos portugueses, o caju é tomado por colonos em 1578 em Moçambique, depois em Kerala, na Índia, e eventualmente se espalhou para outras partes da Ásia.
Importância Econômica do Caju no Mundo
Após um pico de 4.430.341 toneladas em 2015, a produção mundial de caju desceu para 3.971.046 toneladas em 2017. Naquele ano, a produção asiática dominou com 50% da produção mundial, seguida pela África com 44% e muito atrás a América do Sul com 5%.
Esta produção evoluiu muito desde 1980. Concentrada principalmente em Moçambique e na Índia até ao final dos anos 80, desenvolveu-se fortemente na África Ocidental (Nigéria, Costa do Marfim, Benim, Guiné-Bissau), Senegal e Gana, em particular no Sudeste Asiático (Vietnã, Camboja e Indonésia), bem como seu país de origem, o Brasil.
O comércio internacional do caju é organizado principalmente em torno de dois fluxos de mercadorias:
– Comércio entre os países menos desenvolvidos e os países emergentes: as castanhas de caju que não são descascadas da África Ocidental e da África Oriental são exportadas para a Índia e o Vietnã para serem bombardeadas.
– Comércio entre Países Emergentes e Países Industrializados: a castanha de caju (castanha de caju descascada) é exportada da Índia e do Vietnã para a América do Norte, Europa Ocidental e, em menor número para o Japão e Austrália.
Atualmente, os três principais players do mercado são o Vietnã, a Índia e a Costa do Marfim. Vietnã importa uma quantidade significativa de castanha de caju em bruto, principalmente da África, a produção interna entre 350.000 e 400.000 toneladas por ano, cobrindo apenas 25 a 30% da demanda de transformadores. A campanha de 2017 foi marcada por uma safra muito pobre no Vietnã (16% da produção mundial), mas por boas safras na África Ocidental (45% da produção mundial) e na Índia (21% da produção mundial).
Na Costa do Marfim, o caju é uma das principais culturas de rendimento nas regiões de savana do país. É cultivada por cerca de 330.000 famílias (cerca de 1,9 milhões de pessoas) e tornou-se a mais importante fonte de renda no campo, na metade norte do país onde a pobreza é acentuada. O valor das exportações de castanha de caju de 2016 é estimado em mais de US$ 800 milhões, aumentando em nível nacional, sendo o caju a 3ª exportação mais importante após o cacau e produtos refinados de petróleo, mas na frente de borracha, algodão e café.
É importante notar, no entanto, que as exportações de castanha de caju para outros países emergentes experimentaram um crescimento significativo nos últimos anos. A China, os Emirados Árabes Unidos e a Rússia tornaram-se importantes importadores de castanhas de caju descascadas. Da mesma forma, o consumo de castanhas de caju na Índia tem crescido nos últimos 20 anos, tornando-se o maior consumidor de caju do mundo nos Estados Unidos da América.
O mercado de cajus prontos para consumo é composto principalmente pela Europa e América do Norte. No mercado global de castanhas (sem casca), o caju é o primeiro em termos de tonelagem (4.087.563 toneladas) na frente da castanha comum, então o kernel, por outro lado, em valor, está atrás da amêndoa e da porca.
Principais Utilizações da Maçã do Caju
Em alguns países, o caju é relativamente negligenciado comercialmente em comparação com a castanha de caju. É uma fruta pseudo-frágil, muito suculenta e fibrosa, que é difícil de transportar e tem que ser consumida localmente. Além disso, não é apreciado por todos os consumidores por causa de seu sabor amargo e adstringente ou por causa de sua textura.
Mas em alguns países, em vez de deixar os cajus apodrecerem nos pomares, foram feitos esforços para encontrar tratamentos que os tornassem mais aceitáveis na forma de sucos, bebidas alcoólicas, doces, xaropes e outras bebidas. O caju é muito rico em vitamina C, com cerca de 200 mg / 100 g de suco, quatro vezes mais que o suco de laranja. Também possui altas concentrações de ácido anacárdico, carotenoides e compostos fenólicos.
No Nordeste do Brasil, o caju é comumente consumido como suco fresco ou processado, suco clarificado (cajuína). Maçãs e castanhas do caju não são colhidas na árvore, mas recolhidas uma vez caídas no chão, porque é difícil apreciar sua maturidade quando estão na árvore. As maçãs de caju são vendidas no mercado de frutas frescas com suas nozes contíguas (para preservar a maçã da rápida deterioração).
Nas lojas, as maçãs de caju são apresentadas como 4 ou 5 em bandejas pequenas, envolvidas em plástico de polietileno em atmosfera passiva modificada. Isso permite ter maçãs caju frescas nos mercados de São Paulo e Rio de Janeiro, a mais de 3.000 km das áreas de produção.
Bebida alcoólica obtida por fermentação de suco de maçã e caju é tradicional nas Filipinas. As bebidas alcoólicas também são feitas de caju em muitos países. E incluem um vinho de caju para as Filipinas, fabricado pela fermentação do suco de caju. É uma bebida espumante de 10 a 12° C que melhora e fica avermelhada à medida que envelhece. Estes vinhos de caju também são encontrados em muitos países (Benin, Guiné-Bissau, etc). Ao destilar esta bebida fermentada, obtém-se um álcool forte, como o feni de Goa, na Índia, ou o Muchekele (na língua Makua), de Moçambique.
Outras Utilizações Internacionais
Quando quebrado para extrair o kernel, o casco produz um líquido cáustico, que é extremamente irritante para a pele, que a longo prazo pode causar queimaduras graves. Os trabalhadores agrícolas que manipulam castanhas de caju sofrem de eritema, edema, pápula-vesículas e até ulcerações em áreas expostas da pele.
O casco é então usado como material de aquecimento para fornos usados no processamento de nozes (processamento industrial). Mas a simples combustão do óleo contido nos cascos provoca problemas ambientais, tais como vapores ácidos prejudiciais aos seres humanos e ao meio ambiente. Recomenda-se proceder uma pirólise, que também ajuda a queimar menos madeira.
O filme que envolve a amêndoa é um tegumento marrom avermelhado (ou testa), rico em taninos condensados. Compostos fenólicos são flavonoides, representando 40% do total de fenóis da castanha de caju. As nozes comercializadas são perfeitamente brancas e limpas do seu tegumento, que é então queimado como o casco ou usado como um complemento para a alimentação do gado.
A resina contido no casco, é um importante subproduto da produção de castanha de caju, com múltiplos usos na indústria. É, portanto, utilizado na fabricação de tintas, vernizes de proteção contra pragas de insetos ou impermeabilizantes, inseticidas ou mesmo elementos de fricção de veículos, como freios e embreagens. Já foi usado na medicina em Reunião contra o eczema, úlceras e psoríase.