Cultivar, cuidar, podar e colher cebolas em uma horta doméstica pode ser uma arte! Uma arte agradabilíssima! Principalmente para os amantes do contato com a natureza e com as espécies cultivadas de forma artesanal, em um quintal, sítio, horta, canteiro, entre outras formas de garantir o consumo de espécies vegetais livres de agrotóxicos.
Mas as últimas investigações científicas apontam que o cultivo da Allium cepa (o seu nome científico) remonta ao distante período entre 1.500 e 2.000 a.C., quando egípcios, sumérios, mesopotâmios, fenícios, cretenses, entre outras civilizações antigas, logo perceberam as excelentes propriedades desse vegetal.
Propriedades apreciadíssimas, como por exemplo, o fato de ser a cebola um dos mais potentes anti-inflamatórios naturais, um antioxidante de “primeiras linha”, além de ser antifúngico, anticancerígeno, antimicrobiano; e como se tudo isso não bastasse, portadora de altos níveis de vitaminas B e C.
Como já dissemos em outros artigos, a cebola é uma daquelas espécies que só pode ser amada ou odiada (em igual intensidade). Mas, apesar disso, não há quem abra mão de tê-la reservada em sua geladeira, para que, juntamente com outros temperos igualmente indispensáveis, possa conferir sabor e originalidade a diversos tipos de pratos.
Há quem diga que uma feijoada sem a sua presença é inconcebível! Uma moqueca ou outros pratos à base de frutos do mar sem a cebola é quase um sacrilégio! E o que dizer de um molho vinagrete, um frango temperado, ou mesmo um ensopado de carnes e um refogado sem ela – impensável!
Mas, afinal de contas, será que é possível produzi-la em uma simples horta doméstica? Será que é possível cultivar, podar e cuidar dessa espécie sem grandes conhecimentos agronômicos? É o que saberemos nas linhas que seguem.
Horta De Cebola: Como Cultivar, Cuidar, Podar E Colher Essa Dádiva Da Natureza!
As cebolas comumente cultiváveis são de dois tipos: aquelas conhecidas como “cebolas-comuns”, que podem apresentar-se na cor roxa, amarelada, branca ou avermelhada. E também com diversos tamanhos e características físicas, capazes de conferir um sabor mais adocicado aos preparados.
Mas também existem aquelas variedades, digamos, mais exóticas, como a cebolinha, o alho-porro-bravo, a échalote, o alho-poró, entre outras inúmeras espécies desse controverso gênero Allium, que apesar de não poderem ser classificados exatamente como “cebolas” (seu nome popular), costumam substituí-las a contento.
As cebolas não são exatamente o que podemos chamar de espécies exigentes quanto ao seu plantio. Na verdade, elas caracterizam-se por serem bastante resistentes a pragas e a variações climáticas, só exigindo mesmo um solo fértil e em uma região com temperaturas que oscilem entre 14 e 26°C.
Mas os produtores dessa espécie costumam alertar para o fato de que, durante as primeiras semanas de germinação, o ideal é que elas recebam temperaturas nessa faixa entre 13 e 15°C, até que, já desenvolvidas, passem a receber entre 6 e 8 horas diárias de sol, a fim de que desenvolvam-se com as suas principais características.
No mais, é só dar preferência para o plantio das espécies entre dezembro e março, para que possa colhê-las entre março e junho.
Dessa forma, irá garantir uma produção vigorosa, abundante, com espécies fortes, saudáveis e com todos os nutrientes que as tornaram tão famosas nos quatro cantos do planeta.
As Técnicas Que Envolvem O Cultivo, Cuidados, Poda E Colheita Em Uma Horta De Cebolas
Para o cultivos de cebolas, é possível utilizar sementeiras em estufas ou canteiros, desde que o solo esteja a uma temperatura em torno de 11°C. Dessa forma, em no máximo 15 dias, as cebola já começarão a germinar.
Muitos produtores recomendam a utilização de uma lâmpada de no máximo 60 w nessas estufas, a fim de que a temperatura permaneça constante durante a germinação.
Mas não se deve esquecer que, logo após essa germinação, esses bulbos deverão ser transplantados para uma área externa.
E deverão, também, ser plantados a uma profundidade entre 2 e 3 cm, em uma fileira dupla, em que o espaço entre essas fileiras seja de no mínimo 45cm.
Entre 4 e 6 meses esses bulbos já serão considerados maduros e prontos para a colheita, preferencialmente de forma manual.
Mas para quem não possui tanta paciência assim para esperar pelo desenvolvimento das mudas, basta adquiri-las já crescidas em lojas agropecuárias, e proceder ao plantio como indicado acima.
Outra coisa que também deve ser levado em consideração, é o fato de que os bulbos podem ser plantados em grupos, a uma distância entre 13 e 16 cm.
E após a germinação, você só terá que arrancar as mudas mais frágeis e que não se desenvolveram a contento, pois elas apenas irão competir com as mais fortes por água e nutrientes.
Por fim, saiba que as cebolas, apesar de resistentes, possuem, curiosamente, raízes bastante sensíveis. Por isso, certifique-se de que o solo onde irá plantá-las não seja seco, duro e quase impenetrável. Ele deve ser bem drenado, entre o arenoso e o arenoso/argiloso, com pH entre 6 e 6,5, entre outras características.
Características que fazem toda a diferença quando o assunto é o cultivo, cuidados, poda e colheita em uma horta de cebolas feita em casa.
A Produção De Cebolas No Brasil
Ficou com o estado de Santa Catarina o honroso título de maior produtor de cebolas do país. São quase 30 toneladas por hectare, resultado de altos investimentos em tecnologias capazes de fazer com que o estado produza anualmente cerca de 620 mil toneladas do vegetal.
De acordo com representantes da EMBRAPA, a globalização, como não poderia ser diferente, trouxe novos e mais vigorosos desafios para os produtores de espécies como as cebolas que, apesar de poder ser cultivada, cuidada, podada e colhida em hortas domésticas, depende mesmo é da produção de pequenos e médios produtores.
Esses produtores são os que ajudam a posicionar o Brasil entre os 10 maiores produtores mundiais de cebola, apesar das quase 1,75 toneladas importadas no ano de 2017.
De acordo com o Boletim Prohort daquele ano – publicado pela Companhia Nacional de Abastecimento – , apesar de significativa, essa importação, nem de longe, fez com que o consumo interno deixasse de ser o principal escoadouro da produção brasileira.
Produção que, ainda segundo os técnicos da EMBRAPA, depende, mais do que nunca, de inovação, investimento em alta tecnologia, entre outras iniciativas capazes de agregar valor a esse produto, a fim de garantir a manutenção do sucesso do cultivo dessa espécie no Brasil.
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