Mesmo com muitas utilidades, normalmente as plantas são utilizadas para enfeitar e ornamentar ambientes. Isso quer dizer que as flores, em sua maioria, são boas opções para quem deseja embelezar um determinado local. A sálvia de Jerusalém (Phlomis fruticosa) é uma dessas plantas.
Seu crescimento acontece em lugares com muitas rochas, sempre no meio de arbustos que não crescem muito. A primeira pessoa a falar sobre essa planta foi o botânico Pierre Edmond Boissier (1810-1885), que disse que essa sálvia era “sagrada e real”.
Características Gerais
Oriunda da região mediterrânea, essa flor é muito popular em terras cipriotas, italianas, israelenses, libanesas, albanesas e sírias. Por alguma razão, ela cresce com mais facilidade nesses países, ou seja, não é preciso se aprofundar muito em seu cultivo para que elas se multipliquem nesses locais. A sálvia de Jerusalém é encontrada com frequência entre a parte sul e a parte central italiana, especialmente entre Roma e Nápoles.
Os locais onde a sálvia se prolifera mostram que essa planta prefere muito mais os lugares quentes do que os ambientes de clima frio. Além disso, ela é achada com mais facilidade nas regiões litorâneas, pois pode resistir ao sal que existe em lugares praianos. Como é perene, floresce durante todo o ano, desde que esteja bem cuidada.
Essa planta é muito utilizada na Europa Ocidental para decorar e embelezar paisagens. Um dos países onde a sálvia de Jerusalém ganhou enorme popularidade foi a Itália. Normalmente, ela atinge aproximadamente um metro de altura, mas pode ultrapassar essa marca de vez em quando.
As folhas dessa planta herbácea possuem um aroma muito característico, tem formato ovalado e sua superfície apresenta muitas rugas. A superfície rugosa serve para deixar a planta mais sensível à absorção de nutrientes, o que prolonga a sua vida útil.
Por outro lado, as flores desse tipo de sálvia possuem uma intensa cor amarela, o que lhe torna uma planta atrativa e dotada de beleza. Com uma forma de tubo, suas flores se destacam na maioria dos locais em que estão presentes. A perenidade dessa planta faz com que ela ganhe ainda mais aceitação e popularidade.
Origem da Sálvia
A sálvia de Jerusalém faz parte da família das sálvias e essas plantas existem desde os tempos do Antigo Egito. Naquela época, elas eram vistas como amuletos que afastavam o mal e as pessoas normalmente recorriam a elas na hora de tratar mordidas de cobra. Ademais, acreditava-se que essas plantas aumentavam a fertilidade da mulher.
Essa planta veio para a Europa por conta dos romanos que a trouxeram do Antigo Egito como erva medicinal. Teofrasto, filósofo da Grécia Antiga, citou duas sálvias em um de seus escritos: a primeira foi um subarbusto a quem ele deu o nome de sphakos e a segunda é uma planta que foi chamada de elelisphakos.
Apesar da introdução de Teofrasto, foi o naturalista romano Plínio, o Velho (23 d.C. -79 d.C.), que deu a essa planta o nome que ela carrega atualmente. Além disso, Plínio foi o responsável por anotar as funções dessa planta em Roma. Os romanos a utilizavam para tratar machucados na pele, curar problemas diuréticos ou até mesmo estancar hemorragias.
Na Idade Média, o rei romano Carlos Magno sempre utilizava essa planta; os monges do Império Carolíngio (reino medieval da França) cultivavam essa planta em seus jardins. O teólogo franco Valafrido Estrabão (808 d.C. – 849 d.C.) citou essa planta ao escrever o poema Hortulus. O religioso disse que as sálvias eram úteis para a saúde humana e que elas possuíam um aroma adocicado. Em seus escritos, Estrabão chamava essa planta de Lelifragus.
Durante a Idade Média, essa planta ganhou enorme reputação devido aos benefícios que ela trazia para a saúde humana. Ela ficou tão famosa que ganhou o nome de S. salvatrix (Salva salvadora). A sálvia ficou tão famosa que passou a ser ingrediente de um pesticida que era feito à base de vinagre. As pessoas achavam que ela tinha potencial para acabar com as pragas.
Modos de Uso
Como foi citado anteriormente, a sálvia de Jerusalém é uma excelente opção para o paisagismo, pois seus tons apresentam intensidade e vivacidade. Contudo, essa planta não tem apenas essa utilidade, já que é vista como ingrediente culinário em alguns países. Por exemplo, os árabes consomem a sálvia sempre como acompanhamento de alguma refeição. Eles comem as folhas dessa planta junto com uma enorme variedade de alimentos.
Apesar dessa prática ser incomum no continente europeu, os árabes afirmam com veemência que essa planta tem um excelente sabor. Outra forma de usar a sálvia de Jerusalém é por meio de seus aromas. O cheiro exalado por ela é uma boa ferramenta de aromaterapia, pois é utilizado para deixar mais calmas as pessoas que têm algum problema de saúde.
Os médicos tradicionais não veem esse tipo de tratamento com bons olhos. No entanto, tem quem acredite que a terapia aromática seja eficiente para amenizar e até mesmo tratar várias doenças que podem atingir o corpo humano. Para fazer essa tal terapia, pode se usar a planta diretamente ou então usar algum óleo que tenha a sua essência.
Regulamento e Proteção
Como essa planta é muito popular nas regiões próximas ao Mar Mediterrâneo, esperava-se que existisse alguma lei que desse segurança e proteção para esse tipo de sálvia. No entanto, nenhum dos governos que tem a sálvia de Jerusalém em larga escala criou alguma lei para lhe proteger.
Portugal é outro país onde essa planta é usada com muita frequência, mas também não há nenhuma lei que vise protegê-la em terras lusitanas. Essa falta de regulação faz com que a sálvia de Jerusalém se torne alvo de queimadas e muitos ataques em grande escala. A consequência disso é o extermínio de suas grandes plantações.
Outro fato que chama atenção é que, mesmo com essa planta sendo muito popular no continente europeu, não existe nenhuma medida que tente preservá-la de qualquer abuso. Vale lembrar que muitos países europeus a veem como planta nacional. Um dado importante sobre a sálvia de Jerusalem é que ela faz parte do top 10 de plantas mais comuns da Europa.
Diante dessa situação, é preciso que as organizações especializadas façam campanhas e movimentos que visem proteger essa planta, sempre respeitando a cultura de cada país. Essas instituições precisam lutar para que a sálvia de Jerusalém não seja destruída por conta do aumento de suas derrubadas e queimadas.