A graviola é uma pequena árvore perene vertical, com 5 a 6 m de altura, com grandes folhas verdes escuras e brilhantes. Produz uma fruta comestível grande, em forma de coração, com 15 a 20 cm de diâmetro, cor amarelo-esverdeada e polpa branca no interior. A graviola é originária da maioria das áreas tropicais mais quentes das Américas do Sul e do Norte, incluindo a Amazônia.
A fruta é vendida nos mercados locais nos trópicos, onde é chamada guanabana nos países de língua espanhola e graviola no Brasil. A polpa da fruta é excelente para fazer bebidas e sorvetes e, embora levemente ácida, pode ser consumida sem controle.
Usos Tribais e Fitoterápicos
Quase tudo dessa planta tem valor para a medicina tradicional nos trópicos, seja as folhas, as raízes, além das frutas com sua casca e semente. Cada uma dessas coisas tem alguma propriedade útil. Uma coisa pode servir como adstringente ou para sanar a febre. Outra coisa tem sido útil no combate a pragas ou vermes no organismo. E ainda outras tem revelado valor contra espasmos ou distúrbios e como sedativos.
O uso de graviola para fins terapêuticos já é antigo, desde povos indígenas antepassados. Nas regiões andinas do Peru, por exemplo, já usava-se as folhas da graviola como chá para a inflamação das membranas mucosas e também já se usava as sementes para matar os vermes na barriga. Na região amazônica peruana e guianenses usavam as folhas ou a casca como sedativos ou como anti-espasmódicos.
Já a comunidade brasileira da Amazônia, habituaram a usar as folhas e o óleo extraído de graviola para curar dores e reumatismo, por exemplo. Outros países e regiões também já tinham o costume de usar a graviola para febres, parasitas e diarreia, bem como para o sistema nervosos ou problemas cardíacos. Regiões como Haiti, Índias Ocidentais e a Jamaica também já possuiam essa tradição.
Benefícios da Graviola
Entre as propriedades úteis medicinalmente contidas na graviola estão ferro, riboflavina, folato, niacina, etc. Tão presentes estão na planta que quase toda ela é utilizada, mesmo até para aplicação direta na pele.
Intensificou-se muito os estudos nas propriedades da graviola e seus efeitos benéficos. Vários ensaios em tubos e animais tem revelado resultados que até mesmo podem contribuir para o combate ao câncer.
Assim como em muitas frutas, tem sido notável o alto teor de antioxidantes na graviola, compostos de grande potencial para erradicar os chamados radicais livres que causam danos às células. Esses compostos antioxidantes podem contribuir não só no combate ao câncer como também outras doenças como problemas cardíacos e diabetes.
Ao se falar de antioxidantes nos extratos da graviola, foi revelado ainda outros compostos vegetais que atuam igualmente nesse processo, como tangeretina, luteolina e quercetina, que também parecem ter potenciais antioxidantes benéficos à saúde humana.
Graviola e o Câncer
Entre os benefícios que se pode obter de extratos da graviola, um dos que mais empolga e ganha atenção dos pesquisadores está em seu potencial de combate ao câncer. Ao tratar de células de mama cancerígenas com extrato de graviola, por exemplo, a experiência revelou que a graviola não só matou as células cancerígenas como também reduziu o tumor significativamente e melhorou a capacidade de regeneração do sistema imunológico.
Certamente um efeito que empolgou bastante. E o mesmo se deu ao usar o extrato da graviola em outro ensaio laboratorial com câncer leucêmico, onde a graviola demonstrar causar o mesmo efeito curativo. Mas vale ressaltar que, apesar do feito extraordinário, ainda são precisos muitos anos de estudo para comprovar o potencial real da graviola nessas pesquisas.
Outros Benefícios
Além das propriedades antioxidantes e anticancerígenas da graviola, é ressaltado também seu potencial antibacteriano. Extratos de graviola em diferentes concentrações foram administradas em testes sobre vários tipos de bactérias bucais, por exemplo. E o resultado mostrou-se acima da expectativa.
As mesmas experiências foram feitas contra outros tipos de bactérias como as que podem causar cólera e também contra um dos mais comuns patógenos em seres humanos: o staphylococcus. O mais impressionante do estudo é que foram usados uma quantidade de bactérias bem acima do que normalmente é possível afetar um ser humano e, ainda assim, as concentrações do extrato da graviola foram capazes de combater.
A administração de graviola como emplastros sobre a pele também foram testados com resultados reveladores e satisfatórios. Administrados em animais com lesões, os componentes terapêuticos da graviola reduziram o inchaço e a lesão em até 30%, aliviando a inflamação e demonstrando alto poder de cicatrização.
Mais do que o potencial cicatrizante, o resultado anti-inflamatório foi o mais empolgante pois revela o grande potencial que os extratos de graviola podem ter no alívio de inflamações pungentes como artrite. Mais uma vez, porém, vale ressaltar que todos os resultados obtidos até aqui são fruto de experiências que ainda demandam mais anos de estudos comprobatórios antes de uma análise final.
Por fim, mas não menos importante, foram feitas também análises e experiências com graviola para situações envolvendo os níveis de açúcar no sangue, visando comprovar seus efeitos positivos também para casos de diabetes.
Teste com ratos diabéticos foram feitos e a experiência mostrou que, aqueles ratos que foram tratados com concentrados da graviola tiveram uma redução nos níveis de açúcar cinco vezes maior do que os que não receberam esse tratamento. Os ratos administrados com graviola reduziram seu status diabético em até 75%.
Malefícios da Graviola
A necessidade de mais estudos está no fato de que nem tudo é só benefício. Há sempre que se analisar as possíveis contra-indicações que certas administrações podem oferecer, a fim de descobrir possíveis grupos que devem ser poupados de determinados tratamentos.
No caso da graviola, como em qualquer outras plantas de usos medicinais, há sempre benefícios mas a possibilidade também de malefícios. Por exemplo, estudos revelaram também atividades cardiodepressoras e vasodilatadoras em administrações de extrato de graviola em animais, o que sugere que pessoas que usam medicamentos para hipertensão podem precisar de um cuidado a mais antes de usar remédios com compostos da graviola.
Que outras situações podem revelar malefícios da graviola, segundo os estudos preliminares? Outras pesquisas sugeriram que o uso demasiado da graviola talvez possa matar não só bactérias nocivas como também bactérias amigas, o que indica um maior cuidado na administração da graviola, somados a outros suplementos que precisarão equilibrar essa deficiência.
A maioria dos experimentos e testes até aqui administrados em animais não demonstraram efeitos colaterais graves ou adversos que indiquem total contra indicação no uso da graviola. Revelaram até o momento que a dosagem é quem precisa ser bem medida ao administrar para evitar que o excesso em determinados grupos possa reverter benefícios em malefícios.
Alguns efeitos adversos gastrointestinais e aumento de atividades em compostos orgânicos foram notados, causando estresse, sonolência, sedação e dores estomacais. Todos foram minimizados ou neutralizados diminuindo a dosagem.
Estudos revelaram também uma elevada reação nas atividades uterinas com estimulação fora do padrão, indicando contra indicação para gestantes. É também possível que elevadas doses de extrato de graviola provoque náuseas e vômitos se administrados incorretamente.