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Goiaba Pedro Sato: O Que é e Quais as Suas Características

A depender da forma com que ela for podada, cuidada, adubada e irrigada, a chamada “goiaba-pedro-sato” pode adquirir características que a tornam uma das variedades da Psidium guajava mais comercialmente aceitas do país.

Isso porque, além de outras características – das quais trataremos nas linhas a seguir –, a espécie é um “colosso”, capaz de atingir os inacreditáveis 500g (com um recorde de 900 g batido recentemente).

Algo que sempre configurou-se como uma espécie de inconveniência nas nossas conhecidas goiaba tradicionais, é aquele excesso de sementes que transforma a sua degustação num verdadeiro malabarismo gastronômico.

Mas também os seus simplórios 90 ou 100 g de peso – que, convenhamos, para o que exige o segmento de exportação de frutas atualmente, é quase uma zombaria!

Com a goiaba-pedro-sato a coisa se passa de forma bem diferente! Altos níveis de vitamina C; 3, 4, 5 e até 6 vezes o tamanho de uma goiaba tradicional; um dulçor bem mais acentuado e bastante característico; além da curiosa demora com que os seus frutos apodrecem, fazem dessa espécie uma variedade “tipo exportação” por natureza.

Apesar de poder (ou mesmo dever) ser industrializada, a goiaba-pedro-sato se impõe mesmo é como fruta de mesa, utilizada para a produção de saborosíssimas compotas, doces e extasiantes geleias, bolos e tortas.

Mas também para o preparo de sorvetes de refrescância incomparável, dos tradicionais geladinhos (ou sacolés, dimdins, gelinhos – a depender da região), entre outras inúmeras formas de aproveitar-se das suas – também inúmeras – qualidades.

O Que é a Goiaba Pedro Sato e Quais as Suas Características?

A goiaba-pedro-sato é apenas e tão somente uma variedade da tradicional goiaba que conhecemos (a Psidium guajava).

Só que ela é o resultado de um primoroso trabalho de engenharia genética, por meio da qual pôde-se produzir uma variedade até 6 vezes maior, bem mais resistente a pragas e mais difícil de apodrecer após ser colhida.

Além disso, ela é bem mais doce, suculenta e possui bem menos sementes – talvez o maior inconveniente desse fruto (inconveniente apontado por 10 entre 10 apreciadores dessa variedade).

Mas se não bastassem tais predicados, a goiaba-pedro-sato é uma campeã de produtividade! São cerca de 24 toneladas produzidas por hectare, anualmente. Uma produção obtida apenas com atenção a alguns detalhes técnicos que elas exigem.

Nesse caso, estamos falando, especificamente, da poda. Essa é a “ferramenta” mais importante para a manutenção da produtividade da goiaba-pedro-sato.

São as podas de “levantamento” (ou de “formação”), limpeza e o “raleio” dos frutos (retirada de algumas unidades para que as outras cresçam vigorosas) as principais “armas secretas” desse cultivar.

Na verdade, durante as podas de raleio, o recomendado é que não se deixe mais do que 5 frutos por galho, além de cuidar para que eles sejam devidamente escorados, a fim de que não cedam ao peso dos exemplares – que certamente os farão ceder, tal o vigor com que se desenvolvem.

Agora que já se sabe o que é essa tal de goiaba-pedro-sato e quais as suas características, também cumpre saber quais as suas vantagens em relação à tradicional – o que as diferenciam.

Comer Goiaba Pedro Sato
Comer Goiaba Pedro Sato

E entre essas principais diferenças, podemos apontar uma excelente colheita e a produção de uma variedade de goiaba que ganha da tradicional em quase tudo: elas são mais doces, menos ácidas, maiores, mais suculentas, além de conter quantidades bem maiores de vitamina C – aliás, talvez a principal característica da Psidium guajava.

Safra, Características e o Que Significa o Cultivo da Goiaba-Pedro-Sato no Brasil

É possível dizer que a goiaba é uma das frutas mais tradicionais na mesa dos brasileiros. No entanto, assim como ocorre com outras espécies, ela também sofre com a falta de profissionalismo, deficiência tecnológica, diversidade de manejo, entre outros fatores que impedem que ela configure-se como um sucesso ainda maior no exterior.

É durante o verão que a goiaba-pedro-sato frutifica. Entre os meses de fevereiro e abril elas surgem, abundantes, com o seu volume que logo salta aos olhos!

E com uma polpa suculenta e rosada, um dulçor bastante acentuado, quase nenhuma acidez, entre outras características que lhe conferem prestígio nesse segmento do cultivo do gênero Psidium.

Quanto à sua produtividade, é justamente nesse período que a goiaba-pedro-sato torna-se bem mais barata e vendida em maior quantidade nas feiras, mercados e grandes varejistas por esse Brasil afora.

Mas a falta de conhecimento técnico com relação ao seu manejo impede que nos períodos intermediários a produtividade ocorra a contento.

Por isso é praticamente um consenso entre os agrônomos a necessidade de atentar para fatores como a poda de “levantamento” e demais avanços tecnológicos, que sem dúvida são determinantes para a obtenção de uma certa previsibilidade na sua colheita; e ainda, por tabela, garantir a qualidade e uniformidade da frutificação.

O Segmento da Produção de Frutas no Brasil

Saber o que é e quais as características de espécies como a goiaba-pedro-sato – especialmente no que diz respeito ao seu manejo –, é de fundamental importância para a garantia da manutenção de um mercado exportador e de um consumo interno de frutas no Brasil.

O estranho posicionamento do país como o 3º maior produtor de frutas do mundo, e apenas o 23º em exportação, diz muito sobre a atual situação desse segmento no setor da agropecuária brasileira.

Mas, como já dissemos, as causas disso estão relacionadas com o pouco investimento em tecnologias capazes de realizar a correta seleção de espécies “tipo exportação” e das que atendam, a contento, o mercado interno brasileiro.

A criação do Plano Nacional de Desenvolvimento da Fruticultura – uma iniciativa do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) – é um dos movimentos que vêm sendo realizados pelo setor, com vistas a incrementar, ainda mais, esses números referentes à exportação de frutas brasileiras.

A ideia é torná-lo tão ou mais competitivo quanto o de países como Espanha, Equador, Costa Rica e Estados Unidos; países que, no quesito exportação, dão uma verdadeira aula para o Brasil!

E as metas não são nada modestas! De acordo com representantes da entidade, o objetivo é fazer com que o país pelo menos figure entre os 10 maiores exportadores de frutas do mundo até 2020 e produza duas vezes mais do que produz atualmente até 2023.

Essa é a meta: fazer com que a participação do segmento de exportação de frutas brasileiras passe a contribuir com mais do que os simplórios 3% do Produto Interno Bruto Brasileiro – que é a sua contribuição atualmente.

E nesse contexto, a produção, inovação e melhoramento genético de cultivares como a goiaba-pedro-santo, pode (e devem) contribuir para a concretização dessas metas, que, curiosamente, já foram suficientemente alcançadas quando o assunto é produtividade e consumo interno.

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