Muitas vezes, frutas das quais apreciamos muito, sabemos nada a respeito, como a sua origem, ou até mesmo a sua história. Sim, porque muitos desses alimentos têm bastante história por trás daqueles deliciosos alimentos.
É o caso da goiaba, que vamos falar a seguir em relação à sua história e importância, seja na economia, seja em outras áreas.
Goiaba: Origem e Principais Características
De nome científico Psidium guajava, essa fruta é nativa da América tropical (em especial, Brasil e Antilhas), podendo ser encontrada, portanto, em várias regiões brasileiras. A forma dela pode variar entre arredondada ou ovalada, possuindo uma casca lisa e ligeiramente enrugada. Já a cor pode ser verde, ser branco ou amarelo. Inclusive, a depender do tipo, a própria polpa pode variar de cor, de branca e rosa-escura, à amarela e laranja-avermelhada.
Já, a goiabeira tem um tamanho que varia do pequeno ao médio, chegando a cerca de 6 metros de altura. O tronco é tortuoso e de casca lisa, e as folhas são obovadas, atingindo aproximadamente 12 cm de comprimento. Os frutos desses árvores (as goiabas) são justamente as bagas que amadurecem no verão, e possuem muitas sementes em seu interior.
Por sinal, o Brasil é o maior produtor de goiabas vermelhas, que tanto são produzidas para serem usadas na indústria, quanto para serem consumidas in natura. A maior parte dessa produção tem como centro o estado de São Paulo e nas proximidades do Rio São Francisco, mais precisamente nas cidades de Juazeiro e Petrolina.
O consumo dela pode ser feito tanto ao natural, quanto em pastas, sorvetes coquetéis e goiabadas preparadas com ela. Se for ao natural, melhor, pois ela é uma fonte riquíssima em vitamina C, além de possuir muitos sais minerais, como cálcio, fósforo e ferro. Praticamente sem açúcar ou gordura, ela é indicada para toda e qualquer dieta.
Os Principais Usos da Goiaba e sua Importância
Como mencionando antes, a goiaba tanto pode ser usada de maneira natural, como também compor produtos derivados (vide a goiabada, por exemplo). Um dos usos mais frequentes da fruta é para fazer o óleo da goiaba. Este, quando misturado com outros óleos de alta saturação, tem grandes benefícios nutricionais, além de gerar outros óleos, igualmente ricos em substâncias que auxiliam na saúde.
Da semente da goiaba, pode ser feito um óleo que pode ser usado para uso culinário, ou para outros fins, especialmente, para a indústria farmacêutica e de cosméticos. Neste último caso, o óleo é bastante usado para fabricar produtos para a pele, principalmente devido às propriedades de hidratação que a fruta possui.
Há também a especulação de que a goiaba pode ter propriedades anti-inflamatórias. Já, estudos recentes afirmam que o óleo da goiaba tem ação antimicrobiana, além de ser um ótimo ingrediente para a fabricação de soluções anti-acne.
Por sinal, quanto ao uso medicinal, a goiaba é bem variada. O seu chá, por exemplo, pode ser usado para inflamações da boca e da garganta, além de lavagem de úlceras e leucorreias. Já, o extrato aquoso que fica exatamente no broto da goiabeira tem atividade excelente contra a salmonela, a serratia e o staphylococcus, que, pra quem não está “ligando o nome à pessoa”, são alguns dos maiores responsáveis pelas diarreias de origem microbiana.
Principais Fatores de Cultivo da Goiaba
A goiabeira, como já dito antes, é uma árvore tropical, o que deixa o Brasil em vantagem na hora de cultivá-la, seja em qualquer região que for. É bom deixar claro, inclusive, que não existem goiabas modificadas geneticamente como acontecem com outros frutos e plantas. Trata-se de uma árvore perene, produzindo frutos de maneira comercial por cerca de 15 anos, ininterruptamente.
Há em todo país ótimos cultivos da goiabeira sem a necessidade de irrigação das árvores, em especial, na região Sudeste, que é a maior produtora de goiaba no Brasil. Lembrando ainda que a goiaba pode ser colhida durante todo o ano, e que, apenas três meses após a poda, ela já está florescendo novamente.
Algumas Curiosidades a Mais
Como você já sabe, a goiaba é bastante rica em vitamina C, não é verdade? Mas, o que talvez não saiba é que, devido a isso, ela foi usada como um dos principais suplementos de alimentação dos soldados aliados durante a Segunda Grande Guerra, em especial, nas regiões mais frias da Europa. Quando era desidrata e reduzida a pó, ela aumentava a resistência orgânica, principalmente, contra afecções do aparelho respiratório.
Já, os imigrantes portugueses tiveram uma ideia genial envolvendo a goiaba. Sem a marmelada de sua terra natal, eles improvisaram uma receita que consistia em cortar essa fruta em pedaço, que depois eram envolvidos com açúcar, sendo apurada num tacho, o que originou a nossa já conhecida goiabada. Por sinal, existem três tipos dela: a mole (que pode ser comida com uma colher), a de corte (servida na forma de doce firme) e a “cascão” (feita com pedaços bem grandes do fruto).
Ah, e você com certeza já ouviu falar do tradicional doce “Romeu e Julieta”, mas sabe como ele se originou? Foi graças à influência dos costumes búlgaros, que misturaram, pela primeira vez, queijo com goiabada. E, é aí que está: algum tempo depois, numa campanha publicitária, o nosso conhecido desenhista Maurício de Souza apelidou, no doce, o queijo de Romeu, e a goiabada de Julieta, e como o anúncio fez muito sucesso, é esse o nome dado à combinação desses dois deliciosos alimentos.
Pra completar, podemos dizer que a goiaba e a goiabeira servem, realmente, para uma infinidade de coisas. É o caso da madeira da goiabeira, por exemplo, que é dura, homogênea e de tecido compacto, e, por isso, é amplamente usada em ornamentos e xilogravuras, e também para a fabricação de estacas, cabos para ferramentas e, em outros tempos, chegou a ser bastante utilizada na indústria aeronáutica. Só que, bem antes disso, os incas já usavam essa madeira para pequenos ornamentos e utensílios.
Quem diria que uma fruta tão apreciada por nós tivesse tantas coisas interessantes envolvendo a goiaba, não? É o que chamamos de histórias boas pra contar.