A dália (dahlia) é um espécime de plantas perenes espessas, tuberosas e herbáceas, oriundas do México. Pertencente à família de plantas dicotiledôneas Asteraceae (anteriormente Compositae), seus parentes no jardim incluem o girassol, margarida, crisântemo e zínia. Ao todo existem 42 espécies de dália, com muitas delas sendo comumente cultivadas como plantas de jardim. As flores têm uma forma variável, geralmente tendo uma cabeça por haste; estas cabeças podem ter entre 5 cm e 30 cm de diâmetro (“prato de jantar”).
Essa grande variedade tem a ver do fato de as dálias serem octoplóides – ou seja, elas têm oito conjuntos de cromossomos homólogos, enquanto grande parte das plantas possui apenas dois. As dálias também contêm muitas peças genéticas que se movem de um lugar para outro em um alelo, o que facilita a manifestação de uma diversidade tão grande.
As hastes são frondosas e podem variar em altura, pois existem hastes de 30 cm e existem outras que variam entre 1,8 m e 2,4 m. Grande parte dessas espécies não consegue gerar flores perfumadas. Como essas plantas não conseguem atrair insetos polinizadores pelo perfume, elas possuem vários tons e exibem a maioria das cores exceto a azul.
Em 1963, a dália foi declarada a flor nacional mexicana. Os tubérculos foram cultivados como alimento pelos astecas, mas esse uso perdeu o valor após o território ser conquistado pela Espanha. Até tentaram, mas introduzir o tubérculo como alimento na Europa foi uma ideia que não funcionou.
Descrição Física
As dálias são perenes e têm raízes tuberosas, embora sejam cultivadas anualmente em algumas regiões com invernos frios. A versão negra dessa flor possui, na verdade, uma coloração vermelha bem escura.
Como membro da família das Asteraceae, a dália tem uma cabeça de flor que contém florezinhas de disco central e florezinhas de raio circundantes. Cada uma dessas florezinhas é uma flor por si só, mas muitas vezes é vista erroneamente como uma pétala, especialmente pelos horticultores.
História Inicial
Os espanhóis alegaram ter visto as dálias em 1525, mas quem fez a descrição mais antiga foi Francisco Hernández, médico do rei espanhol Filipe II (1527-1598), que foi enviado para o México com a ordem de estudar os “produtos naturais daquele país”. Esses produtos foram utilizados pelos indígenas como fonte de alimento e foram recolhidos na natureza para cultivo. Os astecas usavam essa planta para tratar epilepsia e aproveitavam o longo caule da dália para fazer canos para a passagem de água.
Os povos indígenas chamavam essas plantas de “Chichipatl” (Toltecas) e “Acocotle” ou “Cocoxochitl” (Astecas). Além das palavras citadas, as pessoas também se referiam as dálias como “cana-de-água”, “cano de água”, “flor de cano de água”, “flor de caule oco” e “flor de cana”. Todas essas expressões fazem referência à cavidade do caule das plantas.
Hernandez descreveu duas variedades de dálias (a Dahlia pinnata tipo cata-vento e a enorme Dahlia imperialis) e também outras plantas medicinais oriundas da Nova Espanha. Um cavaleiro chamado Francisco Dominguez, que foi auxiliar de Hernandez em uma parte dos seus sete anos de estudo, fez vários desenhos para incrementar os quatro volumes do relatório. Três de suas ilustrações eram de plantas com flores: duas lembravam a dália de cama moderna e um lembrava a planta Dahlia merki.
Viagem Europeia
Em 1787, o botânico francês Nicolas-Joseph Thiéry de Menonville, enviado ao México para roubar o inseto cochonilha valorizado por seu corante escarlate, relatou as flores estranhamente bonitas que ele vira crescer em um jardim em Oaxaca.
Cavanilles floresceu uma planta no mesmo ano, depois a segunda no ano seguinte. Em 1791, ele chamou os novos crescimentos “Dahlia” para Anders (Andreas) Dahl. A primeira planta foi chamada Dahlia pinnata devido à sua folhagem pinada; o segundo, Dahlia rosea, por sua cor rosa-púrpura. Em 1796, Cavanilles floresceu uma terceira planta a partir das peças enviadas por Cervantes, que ele chamou de Dahlia coccinea por sua cor escarlate.
Em 1798, mandou sementes da planta Dahlia Pinnata para a cidade italiana de Parma. Naquele ano, a esposa do Conde de Bute, que era embaixadora inglesa na Espanha, conseguiu algumas sementes de Cavanilles e as mandou para os Reais Jardins Botânicos de Kew, onde, apesar de seu florescimento, se perderam após dois ou três anos.
Nos anos seguintes, as sementes de dália passaram por cidades como Berlim e Dresden, na Alemanha e viajaram para as cidades italianas Turim e Thiene. Em 1802, Cavanilles mandou tubérculos de três plantas (D. rósea, D. pinnata, D. coccinea) para o botânico da Suíça Augustin Pyramus de Candolle, que estava na Universidade de Montpellier, na França e para o botânico da Escócia William Aiton, que estava nos Reais Jardins Botânicos de Kew.
Nesse mesmo ano, John Fraser, enfermeiro inglês e mais tarde colecionador de botânica no Czar da Rússia, trouxe sementes de D. coccinea de Paris para o Jardim Boticário, na Inglaterra, onde floresceram em sua estufa um ano depois, fornecendo uma ilustração à Botanical Magazine.
Em 1805, o naturalista alemão Alexander von Humboldt mandou algumas sementes mexicanas para a cidade de Aiton, na Inglaterra e também para o diretor do Jardim Botânico de Berlim, Christoph Friedrich Otto. Outro que recebeu algumas sementes foi o botânico alemão Carl Ludwig Willdenow. Isso fez o botânico reclassificar o número crescente de espécies de dálias.
Locais de Habitação
A dália é encontrada predominantemente no México, mas existem plantas dessa família que são vistas no norte e no sul da América do Sul. A dália é um espécime das terras altas e das montanhas, sendo encontrada em altitudes que variam entre 1.500 e 3.700 metros, em locais descritos como zonas vegetativas de “bosques de pinheiros”. Grande parte das espécies possui faixas limitadas espalhadas por muitas cadeias de montanhas no México.
Cultivação
As dálias crescem naturalmente em climas que não sofrem geadas; consequentemente, não são adaptadas para suportar temperaturas muito frias, principalmente abaixo de zero. No entanto, essa planta consegue sobreviver em climas temperados com geadas desde que os tubérculos sejam levantados do chão e armazenados em condições frescas e sem geadas durante a estação mais fria do ano.
Plantar os tubérculos em buracos que variam entre 10 e 15 cm de profundidade também ajuda a fornecer proteção. Quando em crescimento ativo, os híbridos modernos da dália são mais bem-sucedidos em solos com água bem drenada e livre de drenagem, geralmente em situações que haja muita luz solar. As cultivares mais altas geralmente exigem algum tipo de estaca à medida que aumentam de tamanho e todas as dálias do jardim precisam de trepadeiras regularmente, assim que a flor começa a surgir.