As espécies de Heliconias pertencem à família Heliconiaceae, que, por sua vez, possui como único gênero a Heliconia.
Essas são espécies tipicamente tropicais, que espalham-se vigorosamente por trechos de matas densas, ciliares e de bordas de florestas do norte do Brasil (especialmente da Amazônia), Venezuela, Colômbia, Equador e Peru.
Inicialmente, as Heliconias eram confundidas com espécies da família Musaceae (das bananeiras). No entanto, em 1771, o zoólogo e botânico sueco Carl Von Linné (mais uma vez ele!) fez a correta separação entre as famílias, ao perceber nas Helicônias características genéticas que as diferenciavam – e muito – das espécies do gênero Musa.
Não se pode precisar com exatidão o número das espécies de Heliconias existentes, mas estima-se que elas girem em torno de 250; a ornar as florestas tropicais que estendem-se do sul do México até o estado de Santa Catarina (na parte norte) – com cerca de 6 ou 7 espécies encontradas em arquipélagos do sul do Pacífico e na Indonésia.
Uma das características mais marcantes das Heliconias é o fato de serem espécies de plantas ornamentais extremamente resistentes (aliás como é típico das espécies selvagens), capazes de crescer com exuberância em trechos com pouco ou muito sol, com baixa ou alta umidade, além de vencerem, como poucas, os transtornos resultantes do seu transporte, armazenamento e plantio.
Para muitos, ela é a própria encarnação do ideal de plantas ornamentais, muito por conta da beleza da sua estrutura, com inúmeras brácteas tão ou mais belas quanto as suas inflorescências, em uma combinação de cores entre o verde, vermelho, roxo, branco e amarelo.
Abaixo, segue uma lista com as espécies de Heliconias mais populares e cultivadas como plantas ornamentais no Brasil e em outros países da América do Sul.
1.Heliconia Rostrata (bananeira do brejo)
Essa é uma das espécies de Heliconias mais populares entre os admiradores de plantas ornamentais. Ela possui rizomas subterrâneos fortes e vigorosos, capazes de dar origem a uma variedade que consegue atingir entre 1,6 e 3m de altura.
A Heliconia rostrata praticamente domina as regiões onde são encontradas, especialmente em trechos da Floresta Amazônica e das matas ciliares e bordas de florestas de países como Venezuela, Peru e Equador.
Essa é uma das espécies de plantas ornamentais mais resistentes dentre as conhecidas, capaz de resistir a temperaturas que vão dos 15 até os 34 °C.
O que chama a atenção nas bananeiras-do-brejo são as brácteas que recobrem as suas inflorescências, com cores vibrantes e que descaem semelhantemente a um cacho vermelho exuberante, mesclado com um amarelo vivo que lhe confere um ar quase místico.
O que se diz é que não há nada que se compare às Heliconias rostratas quando o assunto é a ornamentação de jardins, canteiros, praças públicas – ou onde quer que se queira introduzir uma das espécies selvagens mais populares das Américas.
2.Heliconia Angusta
Já a Heliconia angusta brota em belíssimas hastes ou brácteas eretas, firmes e vigorosas, vermelhas e brancas, que escondem as suas inflorescências e bagas azul-escuros (quando estão maduras) e amarelas ou verdes (quando estão imaturas).
A espécie dificilmente atinge uma altura superior a 0.80 cm e são afeitas a um terreno rico em matéria orgânica, onde desenvolvem-se com maior vigor em regiões de clima quente e com alta umidade.
De tão belas, as Heliconias angustas costumam ser cultivadas em períodos natalinos para, curiosamente, substituírem as árvores de natal em alguns estados brasileiros ( e em outros países) – uma prática que, infelizmente, vem sendo comprometida devido ao avanço da agricultura e do desmatamento em áreas do sudeste brasileiro onde elas predominam.
Na verdade, as Heliconias angustas já são consideradas em “perigo de extinção”, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) – o que vem incentivando, cada vez mais, o uso da manipulação genética como forma de preservá-las.
3.Bananeira Ornamental (Musa ornata)
Outra espécie de Heliconia bastante popular é a Musa ornata, também conhecida como “bananeira-de-jardim”. Na verdade ela pode ser considerada quase como uma “celebridade” entre essas espécies, muito por conta da sua semelhança com as bananeiras comuns, porém com as características inconfundíveis de uma espécie ornamental.
A Musa ornata possui uma estrutura mediana. Ela costuma atingir entre 2,5 e 3m, possui folhas largas e puco resistentes, um vigoroso rizoma subterrâneo (capaz de extrair grandes quantidades de vitaminas do solo), além de uma expectativa de vida de até 24 meses – o que é considerado quase um fenômeno entre as espécies ornamentais.
Em outros países do noroeste da América do Sul, ela pode ser conhecida como Musa speciosa, Rubrifolia Kuntze, Musa Mexicana Matuda, entre outras denominações. Mas em todas elas as suas características são logo percebidas, entre as quais, a sua grande resistência ao transporte, armazenamento e poucas necessidades para sobreviver.
4.Heliconia Brasiliensis
Entre as espécies de Heliconias, as brasiliensis, sem dúvida, estão entre as mais vistosas. O seu conjunto de brácteas vermelhas, amarelas e brancas formam um dos conjuntos mais belos entre as variedades dessa família.
Ela possui um porte ereto e brácteas que apresentam-se das fomas mais variadas – desde pequenas hastes afiladas até inflorescências que se desenvolvem verticalmente.
Em regiões de clima quente e com alta umidade elas desenvolvem-se com maior facilidade. Nessas regiões, as Heliconias brasiliensis conseguem desenvolver poderosos rizomas subterrâneos capazes de extrair grandes quantidades de vitaminas do terreno onde estão plantadas e, com isso, produzir espécies extremamente resistentes com até 2 metros de altura.
As Heliconias brasiliensis (como é bastante comum entre essas espécies) costumam desenvolver-se em forma de densas touceiras, que geralmente espalham-se horizontalmente e exigem de quem quer que deseje cultivá-las uma preocupação a mais com a periodicidade das podas.
5.Heliconia Acuminata
Por fim, essa que talvez seja uma das mais delicadas entre as espécies de Heliconias; e também uma das mais facilmente encontradas no norte do Brasil e em trechos de campos abertos, matas ciliares e bordas de florestas de países como Peru, Equador, Colômbia e Venezuela.
A Heliconia acuminata também desenvolve-se a partir de rizomas subterrâneos, que dão origem a uma planta herbácea, capaz de atingir até 1,6 m de altura, com pecíolos entre 30 e 34 cm, além de inflorescências eretas, afiladas, verticais, com uma coloração que mistura o vermelho, amarelo, verde, branco e o roxo.
Elas são as preferidas quando o assunto é a ornamentação de vasos e canteiros em casas e apartamento, devido à delicadeza da sua constituição – além, obviamente, do ar quase místico dessa que é uma das plantas ornamentais mais populares do norte do país.
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