É Possível Perceber a Deficiência de Magnésio na Bananeira?
De forma semelhante ao que ocorre entre os seres humanos, a deficiência de minerais, como o magnésio, na bananeira, pode ser facilmente percebida por alterações sensíveis na aparência das suas folhas e frutos.
A clorose (amarelecimento) é um dos primeiros sintomas. As folhas mais antigas começam a apresentar uma cor amarelada em suas bordas, seguida de uma espécie de necrose das suas fibras, com o consequente comprometimento da produção.
No Brasil, a banana é praticamente uma unanimidade. Com uma produção total de mais de 7 milhões de toneladas, ela desponta como a 2ª espécie mais importante do país ( perdendo apenas para a laranja), e ainda gaba-se de ser o 3º maior produtor no mundo.
Por falar nisso, no mundo, ela também não perde a sua majestade. Juntamente com o arroz, o milho e o trigo, a banana ajuda a compor o quarteto das culturas mais praticadas no planeta.
O curioso é que, apesar de ser um dos maiores produtores, o Brasil não está entre os maiores exportadores da fruta. Na verdade, chega a ser incrível o fato de um país que é o 3º maior produtor ser apenas o 14º exportador para a União Europeia.
Na opinião de alguns especialistas, o grande potencial de consumo interno e, consequentemente, a capacidade de absorver tamanha produção é, sem dúvida, a principal causa de tão pequena inserção nos mercados mundiais.
Mas iniciativas, como o investimento cada vez maior em tecnologias de manipulação genética, pretendem mudar esse quadro, e levar ao incremento da produtividade e também a soluções de problemas relacionados, por exemplo, com as deficiências de vitaminas, como as de magnésio, nas bananeiras.
Uma Potência em Nutrientes e Minerais
A banana é uma fruta magnífica! Se não bastasse o seu sabor incomparável – de um adocicado poucas vezes visto na natureza – , ela ainda é uma fonte de praticamente todos os minerais necessários para o correto funcionamento do corpo humano.
Quando madura, os seus altos níveis de amido transformam-se em glicose, o que torna praticamente impossível errar na compra e levar uma variedade de banana que não tenha o seu dulçor característico.
No Brasil, como forma de potencializar, ainda mais, essa cultura – e de quebra ainda garantir esses níveis elevadíssimos de nutrientes -, os produtores estão sendo estimulados a tratarem as suas lavouras de forma ainda mais profissional do que vêm tratando.
E isso diz respeito, por exemplo, à sua interação com os demais ecossistemas que a cercam; o incentivo, ainda maior, à agricultura familiar; o estabelecimento de campanhas e mecanismos capazes de auxiliar o homem do campo a desenvolverem as suas culturas de forma sustentável, entre outras inúmeras providências.
Quanto às vitaminas, ela praticamente contém todas as substâncias necessárias a um indivíduo adulto: fósforo, potássio cálcio, manganês, ferro, cobalto, sódio, além das vitaminas A, B, C, E, niacina, tiamina, riboflavina e magnésio.
Quanto a esse último caso, a sua deficiência está entre os principais transtornos que acometem as bananeiras em todo o país. E por isso mesmo tem sido alvo de uma atenção especial por parte de produtores de todas as regiões do Brasil.
Um dos Principais Efeitos da Deficiência de Magnésio na Bananeira.
A bananeira possui características interessantíssimas. É curioso notar, por exemplo, que ela é uma das variedades mais ricas em potássio na natureza.
Mas o problema é que esses excelentes níveis de potássio devem ser acompanhados, também, por adequados níveis de magnésio, pois, do contrário, problemas como a “clorose” e o “sintoma do azul da bananeira”, por exemplo, podem atingir em cheio a produtividade da lavoura.
Com relação ao sintoma do azul da bananeira, o que ocorre é que o magnésio participa, diretamente, do processo de síntese da clorofila, por meio da ativação de determinadas enzimas participantes dessa função.
É ele que as estimula a receber e manipular, adequadamente, os comprimentos de ondas dos raios solares, para que, só então, possa verdadeiramente ocorrer o processo de fotossíntese, além da adequada respiração do vegetal.
Mas se há deficiência de magnésio na bananeira, com consequente aumento dos níveis de potássio, o que teremos é um sensível desequilíbrio dessa importante função.
E o resultado certamente virá na forma de sintomas como esses, que caracterizam-se, basicamente, pela coloração em um azul-arroxeado do pecíolo da bananeira, além da necrose das fibras das folhagens e o amarelecimento das suas bordas.
E para piorar, o sintoma do azul da bananeira só se apresenta quando esse desequilíbrio entre o potássio e magnésio já atinge níveis críticos, o que torna difícil evitar uma imediata alteração na produtividade da lavoura, produção de bananas com baixa qualidade, entre outros distúrbios que podem levar a enormes prejuízos financeiros.
É Possível Corrigir essa Deficiência de Magnésio na Bananeira?
Uma das formas mais simples de se analisar os níveis de magnésio no solo de uma lavoura de bananeira, é por meio da chamada “diagnose foliar”.
Mas somente um técnico em agronomia será capaz de por em prática esse tipo de análise, por meio da observação de alguma unidades das folhas mais comprometidas, em uma determinada época do ano.
Ele terá que observar a extensão do problema, o formato das manchas necróticas, como elas distribuem-se pelas folhas, entre outras formas de análise.
A partir daí, o profissional poderá afirmar, com segurança, qual o tipo de fertilização mais adequada, como estão os níveis de oxigênio do solo, se está corretamente nutrido, se possui água o suficiente, além de outras conclusões.
A depender das respostas que obtiver, poderá decidir-se por recomendar o uso de fertilizantes orgânicos à base de estercos de caprinos, ovinos, equinos e bovinos, que deverão ser aplicados pelo menos duas vezes ao ano, ou de acordo com a evolução do tratamento.
Mas também deverá observar se a aplicação do fertilizante não atinge quantidades superiores a 6kg para cada bananeira e se esse adubo passou por um necessário envelhecimento prévio.
O técnico agrícola também será o responsável por indicar as quantidades ideais de adubo a serem aplicadas – a depender da região do país onde está localizada a cultura.
Enfim, caso tais regras e cuidados sejam observados atentamente, em questão de meses será possível perceber o gradual retrocesso desses efeitos tão deletérios da deficiência de magnésio na bananeira.
Mas, no entanto, o seu controle não poderá significar, de maneira alguma, o desleixo para com os cuidados com o solo.
Pois somente através da manutenção de um solo rico em nutrientes e minerais será possível evitar sintomas como esse do azul da bananeira, além de outros que só esperam a oportunidade e as condições ideais para proliferarem-se em meio a uma cultura tão peculiar.
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