O uso de artifícios naturais, como a retirada da seiva da bananeira para uso tópico, é uma prática tão antiga quanto antigos são os vestígios do homem na terra.
Nos primórdios, muito em função das necessidades alimentares surgidas pelos mais diversos motivos, o homem acostumou-se a descobrir, surpreso, novas e variadas possibilidades para o uso dos vegetais em seu cotidiano.
Mas é surpreendente como, nos dias atuais, a eficácia desses produtos oferecidos generosamente pela mãe natureza consegue ser tão questionada, a ponto de desenrolar-se, há séculos, uma verdadeira batalha entre homeopatas e alopatas sobre quem possui mais autoridade para atuar no campo da medicina.
No Brasil, a instituição de projetos como a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), direcionados para o ambiente do Sistema Único de Saúde (SUS), é uma dessas tentativas de, finalmente, normatizar o uso de tratamentos não-convencionais para determinados casos.
É uma oportunidade de testar, mais a fundo, as suas reais possibilidades, e permitir, com isso, não apenas o acesso aos serviços de saúde por parte da população, mas o acesso à própria saúde, que deverá ser um patrimônio nas mãos de cada cidadão.
Mas o objetivo desse artigo é bastante específico. Ele pretende mostrar como a retirada da seiva da bananeira pode funcionar como uma dessas ferramentas não-convencionais. Nesse caso, como um eficiente agente cicatrizante, de uso tópico, para os mais diversos fins.
Como Retirar a Seiva da Bananeira?
Definitivamente, o potencial da natureza, como promotora de saúde e bem estar físico e mental, não tem limites! A “novidade” é que agora, com apenas um estilete e um vasilhame receptor, é possível, por meio de algumas poucas incisões, recolher uma seiva com um potencial cicatrizante incomparável na natureza.
Já eram por demais conhecidas as diversas propriedades e benefícios da banana, como uma colossal fonte de vitaminas e sais minerais. Mas o que muitos não sabiam é que, não apenas o seu fruto pode trazer tais benefícios, na verdade, praticamente não há um componente da Musa paradisíaca que não tenha pelo menos uma utilidade.
As suas fibras, por exemplo, são o que há de mais moderno e “descolado” para a fabricação de roupas, objetos artesanais, caixas, embalagens, papel, entre outros utensílios, para os quais o seu incomparável teor de celulose possa ser aproveitado.
Em uma situação de emergência – perdido em uma selva fechada, e sem qualquer perspectiva de sobrevivência -, a água retirada do seu caule pode fazer toda a diferença entre a vida e a morte.
As cascas, devidamente higienizadas e desidratas, agora podem servir como um eficiente adubo orgânico, ou como uma fonte incalculável de fibras, ou mesmo – acreditem! – como uma excelente ferramenta para a despoluição de água contaminada com agrotóxicos.
Na verdade, o homem do campo há muito já sabia como retirar a seiva de uma bananeira e aproveitar-se de todo esse seu potencial adstringente.
E o que eles recomendam é que a parte utilizada para a coleta sejam pseudocaules de exemplares já desenvolvidos. Pois, segundo eles, é ali que está o famoso “néctar precioso”, que pode surpreender pelas suas propriedades curativas.
É necessário também, para um melhor resultado, que elas sejam cortadas a no máximo 1m do chão. Logo após, devem ser dados vários cortes, entre 4 e 6 cm de comprimento, escavados até 2 cm dentro do pseudocaule, até que, aos poucos, comece a brotar a seiva.
Que deve ser recolhida em um vasilhame de plástico com um tamanho e largura apropriados para tal procedimento.
Como Utilizar a Seiva Retirada da Bananeira Para uso Tópico
A seiva da bananeira, de acordo com a sabedoria popular, pode ser utilizada – e com excelente eficácia – para a cicatrização de arranhões, ferimentos, picadas de insetos, hemorroida, entre outras afecções que possam, de algum modo, ser combatidas pelos seus efeitos adstringentes.
Mas ela é imbatível mesmo é como um cicatrizante de uso tópico! Para tal, você só precisará aplicar o ferimento diretamente a uma incisão feita no pseudocaule da planta, durante alguns dias consecutivos, e pronto! Logo poderá perceber o retrocesso do ferimento.
O que estudos concluiram é que a grande capacidade do gênero Musa de produzir substâncias que atuam como defesa das suas próprias estruturas é que esteja por trás dessas suas excelentes qualidades.
Essas substâncias, produzidas naturalmente e incorporadas ao seu sistema de defesa, acabam incorporando-se também à sua estrutura, e tornando-se parte da própria composição da planta.
E a boa notícia é que elas podem, perfeitamente, ser extraídas por processos manuais e utilizadas como um medicamento natural pelos seres humanos.
Em termos científicos, essas substâncias são conhecidas como fenóis, compostos nitrogenados, terpenoides, taninos, esteroides, entre outros compostos.
E foram os testes em ratos que demonstraram o seu potencial como agente antimicrobiano e cicatrizante, capaz de eliminar micro-organismos como fungos e bactérias, inclusive os famosos S.aureus, E, Coli e a Candida spp – esse último o micro-organismo mais comum no organismo dos humanos.
Como a Seiva da Retirada da Bananeira Pode curar Doenças
O uso da seiva da bananeira, como forma de combater fungos, bactérias e transtornos das vias respiratórias, já ultrapassa fronteiras e estende-se pelos quatro cantos do planeta.
Em muitos países da Ásia, África e América Central, por exemplo, há o costume de utilizar essa substância como forma de combate à asma. Para tal, eles utilizam a água da variedade conhecida como banana-maçã, para combater acessos de tosse, catarro, congestão nasal, entre outros distúrbios.
Também é comum (apesar de não recomendado pela medicina), nessas regiões, a utilização da seiva retirada da bananeira para o combate à icterícia.
Nesse caso, recomenda-se realizar pequenas incisões (com até 4 cm de comprimento) nos pseudocaules das variedades “maçã”, “nanica” ou “caturra”. A seiva extraída deve ser ingerida 2 vezes ao dia, em quantidades não superiores a 50ml, até que os sintomas desapareçam.
Úlceras na pele também não costumam oferecer muita resistência à seiva das variedades “maçã” e “nanica”. Nesse caso, a seiva deve ser aplicada topicamente, com um algodão embebido na substância, pelo menos três vezes ao dia, durante pelo menos 8 dias.
Nos casos de afecções da pele, os resultados são praticamente garantidos, e ainda sem riscos à saúde – como ocorrem com as outras formas de utilização.
De a cordo com os profissionais em homeopatia e tratamentos fitoterápicos, nem mesmo o temido bacilo de Koch (tuberculose) é capaz de fazer frente aos seus maravilhosos efeitos antimicrobianos, bactericidas e cicatrizantes.
Um preparado contendo 100ml da seiva da bananeira, 100 ml de leite de cabra e 2 colheres de sopa de mel de abelha, fervidos por alguns minutos, pode ser tomado na dosagem de 1 colher de sopa, três vezes ao dia, durante 30 dias. E os efeitos, de acordo com os que já experimentaram, são incomparáveis.
Não sendo demais lembrar que todos esses procedimentos devem receber o aval do seu médico. Pois somente ele é capaz de indicar o melhor tratamento para cada caso.
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