Preparar uma compressa de mastruz é um daqueles presentes da sabedoria popular, que atravessou os séculos para chegar aos nossos dias como uma das formas mais naturais de combater inchaços, contusões, hematomas, entre outros processos inflamatórios.
Também conhecido como erva-de-santa-maria, ambrosina, chá-das-jesuítas, anserina-vermífuga, lombrigueira, entre outras denominações não menos inusitadas, o mastruz (ou Chenopodium ambrosioides L.) em diversas regiões também é famoso pelo seu potencial vermífugo, para o combate aos mais diversos tipos de parasitas intestinais, especialmente por meio da infusão das suas folhas.
Para a preparação de uma compressa de mastruz são justamente elas as partes utilizadas, como uma espécie de cataplasma que atua como coadjuvante no tratamento de tumores, edemas, inchaços, contusões, etc.
E para a sua utilização é necessário proceder ao cozimento das folhas com sal; e com isso poder ainda utilizá-las, de forma bastante eficaz, no tratamento de cólicas, problemas de pele, cãibras, picadas de animais peçonhentos, entre outros transtornos.
Enfim, para a preparação da compressa de mastruz, proceda da seguinte maneira:
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Esmague uma quantidade razoável de folhas até que obtenha uma espécie de papa;
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Logo após, junte a esta uma colher de óleo de cozinha e leve ao fogo para aqueçê-la levemente;
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Coloque o produto em duas gazes (ou entre dois panos limpos) e aplique sobre o local atingido.
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Envolva-o com uma atadura;
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Repita essa operação 2 vezes ao dia, por pelo menos 1 semana.
E os resultados costumam ser surpreendentes, principalmente para o tratamento de contusões e outros tipos de traumas com consequente inflamação do local.
Propriedades Fitoquímicas
Os admiradores das ervas e plantas medicinais – os que sabem, a partir da sabedoria popular, como se deve preparar corretamente uma compressa com as folhas de mastruz, por exemplo – possuem em suas mãos um potencial curativo que, nem de longe, pode ser considerado plenamente conhecido.
No caso do mastruz, especificamente, o conjunto das suas principais substâncias e propriedades farmacológicas costuma surpreender até mesmo os já bastante familiarizados com a planta.
E dentre as suas principais propriedades fitoquímicas, podemos destacar a presença dos seus poderosíssimos óleos essenciais (encontrados em dosagens de até 0,5% nas folhas), que, entre outras coisas, atuam como um dos mais eficazes anti-inflamatórios naturais da flora do planeta.
E do conjunto dessas principais substâncias, destacam-se o N-hentriacontano, o safrole, o b-pineno, o ascaridol, o salicilato de metila, a betaína, o N-docosano, o dimetilsulfóxido, entre diversas outras substâncias que agem como excelentes antifúngicos, cicatrizantes, diuréticos, vermífugos e estomáquicos.
Mas, além de todos esses predicados (sem dúvida formidáveis), o mastruz também tornou-se famoso por apresentar grande eficácia como agente antisséptico, anti-inflamatório, carminativo, sedativo, purgante, antigripal, antiviral, anticancerígeno, entre inúmeras outras propriedades.
Propriedades que ajudaram a categorizar o mastruz em uma lista com dezenas de espécies da flora brasileira de interesse do Sistema Único de Saúde (o SUS).
Além De Como Preparar a Compressa De Mastruz, O Que Mais Saber Sobre a Planta?
O mastruz, como dissemos, é uma planta medicinal da família Chenopodiaceae, mais facilmente encontrada no Brasil em florestas da Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica, no Cerrado e em Florestas Deciduais e Ombrófilas.
A planta pode ser ainda mais facilmente encontrada nos estados do Amapá, Roraima, Amazonas, Acre e Rondônia (norte); no Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia e Alagoas (nordeste); e em todos os estados do Centro-Oeste, Sudeste e Sul – o que a torna uma das espécies mais populares da flora brasileira.
Apesar das polêmicas que envolvem o uso de plantas medicinais no Brasil (e no mundo), o mastruz continua cada dia mais a arrebanhar admiradores fervorosíssimos.
Muitos deles dispostos (de forma equivocada) a transformar a planta na principal ferramenta para o tratamento de incontáveis transtornos que possam ser combatidos, principalmente, pelas suas propriedades vermífugas, anti-inflamatórias, antigripais e bactericidas.
Para o tratamento de bronquite, por exemplo, o mastruz é quase uma unanimidade. Para tratar contusões, luxações, inchaços, entre outras afecções semelhantes, o que se diz é que não há nada que se compare a uma compressa de mastruz da forma como manda a sabedoria popular.
E dentre as principais características físicas dessa espécie, podemos ressaltar o seu tamanho (que não ultrapassa os 70 ou 80 cm), que caracteriza o mastruz como um pequeno arbusto com folhas de um verde bastante intenso, aspecto alongado e com tamanhos irregulares; além de flores meio esbranquiçadas e com um odor bastante característico.
Uma Espécie E Os Seus Predicados
Para os que já sabem como preparar a famosa compressa com as folhas de mastruz, a dica é tentar aproveitar ao máximo as inúmeras outras propriedades da planta; propriedades que atuam, de forma poderosa, no combate a ataque por fungos, bactérias e demais micro-organismos patológicos.
O que se diz é que para o tratamento da prisão de ventre (por meio do estímulo à produção de secreções e dos movimentos peristálticos) poucas plantas se comparam ao mastruz. Assim como também se diz que ele é um antireumático, diurético e expectorante dos mais eficazes da natureza.
Mas se o seu problema for digestivo, tudo bem, aqui é a capacidade do mastruz de estimular a produção do suco gástrico que atua para a regularização dos metabolismos digestivos.
E como se não bastasse tais propriedades, o mastruz também apresenta resultados cientificamente comprovados no tratamento de problemas de pele, muito por conta das substâncias cicatrizantes que atuam como um emoliente natural inigualável.
E o que dizer do quase mítico “mastruz com leite”. Sim, a mistura inusitada tem atravessado fronteiras, graças aos seus resultados (e não são poucos) positivos como coadjuvante no tratamento da famigerada tuberculose.
Mas a ação benéfica do mastruz não fica só nisso! Ele também contribui para o combate a outras afecções respiratórias, como a bronquite, por exemplo, muito por conta da sua incomparável capacidade de restabelecer o sistema imunológico.
Além das suas propriedades expectorantes sem iguais, que fazem do mastruz um dos mais apreciados e badalados produtos oriundos da “mãe natureza”, especialmente quando o assunto são distúrbios respiratórios e pulmonares; mas também ligados às defesas e à proteção do organismo.
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