Não é tarefa das mais difíceis saber como plantar e cultivar pitangas; e a primeira dica é a de que se deve conceder-lhe boas horas de sol durante o dia, pois esta é uma espécie endêmica do Brasil, tipicamente tropical, bastante resistente a pragas, de fácil cultivo, além de produzir frutos deliciosos – na verdade está entre os símbolos de frutas tropicais brasileiras.
Para se ter uma ideia da facilidade de se cultivar pitangas, a maioria dos agronômos garantem que ela é uma das que mais se adaptam às variações climáticas, só dependendo mesmo de um clima quente e úmido na maior parte do tempo, a fim de que possa desenvolver-se com todas as suas propriedades entre os meses de março / abril e agosto / janeiro.
No que diz respeito às características do solo, isso também não representa um inconveniente para o plantio de pitangas.
Terrenos arenosos, arenoso/argilosos, calcários, humíferos, entre outros tipos, podem muito bem servir para o seu cultivo, desde que tenham uma boa profundidade, sejam bem drenados, recebam sol em pelo menos 70% do dia, entre outras características.
Mas no inverno certamente a coisa muda, correto? Errado! Pouca influência negativa poderá ter essa estação sobre as pitangueiras. Com exceção do fato de que elas poderão ter as suas aparências alteradas, ao perderem as suas folhas.
No mais, você só precisará diminuir as regas para uma ou no máximo duas vezes na semana; e esperar que, ao final dessa estação, na metade da primavera, ela volte a exibir as suas belas flores brancas, diminutas e delicadas; e que são o prenúncio do surgimento dos seus pequenos frutos vermelhos, suculentos, refrescantes e verdadeiras fontes de vitamina C.
Como Plantar e Cultivar Pitangas: Dicas
Ah, o outono! Fase em que a natureza incumbe-se de renovar-se por meio da troca das folhagens das suas espécies Época em que os seres que rastejam recebem o alimento nutritivo das folhas que caem sobre o solo. Época também em que o seu entorno fica repleto de pássaros, como os bem-te-vis e beija-flores. Em que a saíra-de-sete-cores busca o néctar precioso das pitangueiras e as ajuda a espalhar-se por todo o país.
Em que o saí-azul não perde tempo e, apressado, também ele busca o licor delicioso das flores, tendo que competir, obviamente, com a avidez do gaturamo (a Euphonia violácea), que anuncia, com um canto belíssimo, a sua presença ali por perto, em busca também da sua sobrevivência.
Mas com relação ao plantio e cultivo de pitangas, a principal dica dada pelos agronômos é utilizar as suas sementes ou o método conhecido como “alporquia”.
Este último consiste em estimular o desenvolvimento de raízes em uma muda de pitanga, envolvendo a sua extremidade com um saco plástico contendo terra vegetal e esfagno, a fim de que, com o tempo, as raízes comecem a ser produzidas naturalmente.
Já pelo método de sementes, o mais comum é que a própria natureza se incumba de realizar esse processo, por meio da dispersão das sementes de pitangas pelos pássaros, que logo dão origem a pequenas mudas que espalham-se pelo solo das matas e florestas.
Porém, caso não queira esperar pela ação bondosa da mãe natureza, basta recolher algumas sementes da pitanga após comê-la, colocá-la num recipiente pequeno, juntamente com terra vegetal, um bom substrato, material de drenagem e com boa umidade, até que a planta atinja entre 30 e 40cm.
Após esse período, você poderá transferi-la para um quintal, sítio, chácara, fazenda; ou qualquer outro local onde ela possa receber sol em abundância, umidade adequada, em um solo drenável e fértil, além de outras características.
O Plantio ou Cultivo de Pintanga por Enxertia ou Ramos: Dicas
O método conhecido como “enxertia” (ou por “ramos”) é uma técnica capaz de fazer com que a pitangueira produza em menos tempo.
É possível reduzir para até a metade o tempo necessário para que ela produza frutos – quando comparado com o método no qual as suas sementes são utilizadas.
Para tal, basta escolher um galho fino, forte e saudável da pitangueira, retirar boa parte da suas folhas (deixando apenas da metade para cima).
Logo após, faça um corte na sua extremidade (em diagonal) e mergulhe essa ponta num enraizador natural por um período entre 30 e 35 minutos.
Por fim, enterre a estaca no solo; ou então utilize técnicas oriundas diretamente da sabedoria popular, como aquela de enterrar o galho numa batata, mergulhá-los juntos em um enraizador por 5 ou 6 horas, e logo após enterrá-los até que a planta comece a germinar em alguma semanas.
Agora, se o que você deseja mesmo é saber como plantar (ou cultivar) uma pitangueira diretamente no solo, aí o procedimento será ainda mais simples! O que os homens do campo ensinam é simplesmente cavar um buraco com pelo menos 25cm de diâmetro, 30cm de profundidade e com espaço entre mudas de pelo menos 6 metros.
O recomendado, nesse caso, é que essa operação seja feita durante o período das chuvas, já que é durante esse período (antes da germinação) que a pitangueira requer maior umidade e um bom substrato.
E nesse último caso, um substrato à base de esterco de carneiro, galinha ou bovino, além de um composto orgânico de qualidade.
Os Cuidados com a Pitangueira
Como dissemos, as Eugenia uniflora (a “pitanga”) não é assim tão exigente com relação ao seu plantio ou cultivo. Mas a dica, se quiser garantir que ela frutifique adequadamente e lhe ofereça os seus deliciosos frutos na época certa – que, além de deliciosos, são fontes de inúmeras vitaminas – , é garantir que o local receba uma boa jornada de sol durante o dia.
Mas também que o solo seja fértil, úmido (não encharcado) e bem drenado – além de realizar uma adubação pelo menos duas vezes ao ano.
Atendidas essas exigências, a sua pitangueira começará a dar frutos já no 3º ano do plantio – duas vezes ao longo do ano (nos períodos março /abril e novembro/janeiro).
Mas, antes disso, a natureza já lhe preparará uma surpresa: a sua floração! Que surgirá logo no mês de agosto, em belíssimos exemplares brancos e pequeninos, que fazem um belo contraste com o aspecto arbustivo da pitangueira.
Cobrindo todo o chão com um verdadeiro tapete florido, ao passo que sinalizam a chegada dos seus deliciosos frutos, em no máximo 2 meses, para completar o magnífico trabalho da natureza.
Gostou desse artigo? Deixe a resposta na forma de um comentário. E aguarde as próximas publicações.