Será que há mesmo como plantar orquídeas em xaxins e troncos? A sua delicadeza, singularidade e extravagância permitiriam que elas brotassem, de forma exuberante, em outros lugares que não fossem nas escarpas, fendas, grutas, montanhas, entre outras regiões originais desse nosso planeta?
A resposta é sim! As orquídeas têm como uma de suas principais características, a fácil adaptabilidade às mais diversas condições climáticas e geográficas.
Na verdade, há quem garanta que cerâmicas, caixas de madeira, louças, recipientes de vidro, entre vários outros equipamentos, podem abrigar essa espécie, desde que atendidas algumas condições básicas de cultivo.
Mas há aqui um problema! Os xaxins – durante muito tempo um vaso bastante recomendado para o cultivo doméstico de orquídeas – hoje passam por um processo de restrição do seu uso (quase uma proibição), devido aos riscos de extinção que vem sofrendo a espécie Dicksonia sellowiana (a mais utilizada), graças à atividade avassaladora da extração do seu caule para a fabricação de xaxins.
Mas essa situação vem estimulando a utilização de outros tipos de vasos para o plantio das mudas. Muitos até já aderiram ao uso dos mais diversos tipos de fibras, como as de bambu, coco, sisal, etc., especialmente pelo fato de serem mais resistentes, ecologicamente corretas e por permitirem que as orquídeas sejam plantadas da mesma forma como seriam em xaxins e troncos.
Como Plantar Orquídeas em xaxins e troncos
1.Plantio em Xaxins
Uma forma, digamos, moderna de saber como plantar orquídeas em xaxins ou troncos, é atentar para o tamanho desses vasos, que devem ser proporcionais ao tamanho das flores.
As regras a serem seguidas são as mesmas para o plantio em árvores, troncos, cascas de árvores e vasos de cerâmica, pois, em todos esses formatos, deverá haver um cuidado para que as raízes da parte de trás da planta sejam devidamente aparadas.
Outra coisa importante é segurar a orquídea com bastante cuidado, envolvê-la com o xaxim (devidamente destrinchado e higienizado), além garantir que o rizoma não afunde dentro desse tufo de xaxim.
O próximo passo será o posicionamento das orquídeas dentro dos vasos. Essa colocação deverá ser feita de acordo com a técnica de pôr a parte posterior da orquídea no centro, enquanto a anterior deverá ser acoplada na borda, para que possa usufruir melhor da água e demais nutrientes administrados periodicamente.
Ao final do processo, você poderá utilizar uma haste de bambu, por exemplo, para manter as orquídeas em pé, e cuidar para que elas permaneçam em um local com pouca incidência de sol e com bastante ventilação, regando-as sempre em momentos esparsos durante o dia, até que a planta desenvolva-se adequadamente.
2.Plantio em Troncos de Árvores
Mas também há como plantar orquídeas em troncos quase que da mesma forma como em xaxins.
Essa é uma técnica bastante utilizada por aqueles que preferem ver a espécie desenvolver-se em seu ambiente natural, a fim de tornar o ambiente onde elas estão bem mais exótico e particular.
As árvores escolhidas costumam ser as caducifólias. Essas são espécies que perdem as suas folhas no período outono/inverno, e por isso garantem que, nessa época, a planta receba as quantidades necessárias de luminosidade para o seu desenvolvimento.
Mas logo que chega o verão, elas passam a receber a proteção das folhas das árvores, que renovam-se, vigorosamente, e concedem às orquídeas a proteção necessária contra os agressivos e perigosos efeitos dos raios ultravioletas do sol.
Essa é uma das formas mais simples de se cultivar orquídeas. O cultivo em troncos não exige grandes preocupações (como no caso do plantio de orquídeas em xaxins).
Será necessário, apenas, fixar as orquídeas no tronco (devidamente descascado) com um fio de náilon, barbante, cobre ou arame.
Tal improviso, por mais inacreditável que possa parecer, é o suficiente para garantir o crescimento das plantas, que contarão ainda com a rega natural das chuvas e com a luminosidade natural do sol.
Mas há também uma técnica bastante interessante para esse plantio de orquídeas em troncos. Os mais experientes fazem dois furos na árvore e prendem a planta nas suas cascas – após ter higienizado as suas raízes e as envolvido em um pouco de um musgo conhecido como Sphagnum.
Com isso, será possível aproveitar-se dos seus nutrientes e apenas aguardar que a natureza, com toda a sua sabedoria, faça o resto – faça com que a planta enraíze-se e torne-se parte natural da estrutura da árvore.
3.Orquídeas em Placas
Plantar orquídeas em placas é quase como plantá-las em xaxins e troncos. Só que, nesse caso, estamos falando de plantar as orquídeas em muros, cercas e nas paredes da sua casa ou de outras construções de sua propriedade.
Essa técnica é conhecida como “Jardins Verticais”, que consiste em utilizar vasos divididos ao meio e fixá-los à parede – dando a impressão de que eles estão encaixados na estrutura.
Será apenas necessário atentar para o tamanho dos vasos, a sua estabilidade, além de cuidar para que eles sejam belos artesanalmente, já que terão a honra de abrigar uma das espécies mais excepcionais da natureza.
É possível, também, utilizar esses vasos (fixados ao muro) apenas como uma fachada. Dentro deles, um outro vaso à base de xaxim, fibra de coco, sisal, bambu, entre outros materiais, será o real responsável pelo desenvolvimento das orquídeas.
Por ser uma espécie que exige nutrientes em abundância, o recomendado é que se evite os vasos à base de plástico, dando preferência àqueles feitos à base de fibras.
Essa preferência é o que lhes garante água e nutrição constantes, especialmente no período outono/inverno, quando algumas espécies de orquídeas costumam “hibernar” até a esplendorosa chegada do verão.
Ao final de todo esse processo, você terá um jardim, um simples canteiro ou mesmo todo o cercado do seu quintal ornados com uma das espécies mais admiradas quando o assunto são flores exóticas e com um aspecto místico e oriental.
Poderá ainda comercializá-las e tornar o que antes era um hobby em uma excelente fonte de renda.
Sem contar a possibilidade de utilizar-se dos poderes medicinais dessa espécie – há muito reconhecidos pelas civilizações mais antigas que já pisaram sobre a terra.
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