O lema dos orquidófilos bem que poderia ser: “A saúde de uma orquídea começa nas suas raízes” – por isso a necessidade de saber como estimulá-las quando necessário.
As raízes das orquídeas têm, entre outras funções, a de absorver cerca de 70% de toda a água e nutrientes contidos no solo, além de, obviamente, manter a fixação da planta.
Por ser uma espécie conhecida por desenvolver-se nos locais mais improváveis, como paredões, grutas, fendas, superfície de árvores, entre outros locais semelhantes, as raízes das orquídeas acabaram tornando-se a parte que mais evoluiu ao longo do tempo.
E o resultado dessa evolução foi que elas adquiriram, por exemplo, a capacidade de desenvolverem-se em locais impensáveis para outras espécies.
Elas podem acomodar-se, misteriosamente, entre as fendas de uma montanha na Colômbia ou no Peru. Podem ser encontradas no solo de uma floresta densa nos confins do Camboja ou do Vietnã.
Elas também podem tolerar o calor escaldante das planícies da Turquia ou dos planaltos do Arizona (nos EUA); ou mesmo debruçar-se, magnificamente, sobre um paredão nas distantes paragens do Himalaia.
Não importa se o clima é tropical, úmido, temperado, semiárido ou subtropical: Elas estarão lá, de preferência em um local bem desafiador, como se fugissem de todas as formas do assédio dos homens, como uma das mais belas e vivas expressões da natureza.
Mas o objetivo desse artigo é mostrar como é possível estimular as raízes de uma orquídea que já demonstram sinais visíveis de degradação. Estímulos que podem ser executados de várias formas, mas todas elas após uma consulta minuciosa com um profissional do segmento de cultivo de orquídeas.
1.Internação
Uma das formas de estimular as raízes de uma orquídea é utilizar substâncias estimuladoras do seu desenvolvimento, na forma de hormônios que serão aplicados após uma espécie de “internação” da planta nos chamados “SPAs” para a recuperação de espécies vegetais.
Lá elas receberão as substâncias em um local com clima artificialmente projetado para que encontrem o ambiente perfeito, onde possam desenvolver todas as suas estruturas e potencialidades – a começar pelas raízes –, após um processo de aplicação de nutrientes e hormônios estimuladores das estruturas que as compõem.
2.Processos Mecânicos
Esses processos mecânicos envolvem, por exemplo, o acondicionamento da planta em um saco plástico hermeticamente fechado, contendo gás carbônico suficiente para estimular o desenvolvimento de raízes fortes e saudáveis.
O saco deverá permanecer de cabeça para baixo, pois é dessa maneira que elas conseguem produzir hormônios de forma natural.
Esse procedimento deverá ser secundado pela diminuição da exposição da planta à luminosidade, além de um aumento da umidade do ar – iniciativas que juntam-se ao processo mecânico citado acima, para fazerem com que as orquídeas em poucos meses comecem a apresentar vários pontos de crescimento das suas raízes em volta da planta.
3.Trocar o Substrato
Também não há como estimular as raízes de uma orquídea sem garantir que ela receba as quantidades necessárias de substrato, com todos os nutrientes disponíveis para o desenvolvimento desse tipo de espécie.
Esse substrato deverá ser aplicado após certificar-de de que a planta está livre de parasitas, como insetos, caracóis, cochonilhas, fungos, entre outros micro-organismos, que certamente comprometerão o desenvolvimento das raízes da planta.
O que ocorre é que, com o tempo, o substrato aplicado no solo tende a decompor-se (ou perder matéria orgânica) e produzir substâncias tóxicas que aos poucos vão destruindo as raízes das orquídeas até comprometer as outras partes da planta.
Por isso o recomendado é atentar para a qualidade do substrato, realizar a sua troca periódica e/ou acrescentar húmus à sua composição.
4.Lavar Bem a Planta
Mas também há como estimular as raízes de uma orquídea por meio de métodos aparentemente banais, como higienizar bem as raízes da planta embaixo de uma torneira com água corrente, por exemplo.
Para tal, você precisará de uma escova com cerdas macias, muita disposição e cuidado para esfregar as raízes com um sabão neutro.
O processo deve culminar com a imersão das raízes em uma solução contendo 500ml de água filtrada e 70ml de água oxigenada (de 10 volumes) por no máximo 10 minutos.
Dessa forma, você irá garantir a eliminação de micro-organismos patológicos, e, como consequência, devolverá à raiz a sua capacidade de desenvolver-se a contento.
Ao final do processo, você deverá realizar um transplante da planta para um vaso menor, administrar vitaminas do complexo B a cada 8 dias, além de um enraizador.
5.Os Enraizadores de Plantas
Os enraizadores de plantas são espécies de adubos químicos compostos, basicamente, por micronutrientes como: zinco, cobre, cálcio, fósforo, boro, entre outras substâncias capazes de estimular a produção de hormônios nas plantas.
Esses hormônios é que serão os responsáveis pelo desenvolvimento das raízes e pela sua manutenção nas melhores condições possíveis.
Também existem outros produtos químicos enraizadores, como o Ácido naftalenoacético (ANA), o Ácido indolbutirico (AIB), entre outros, que são produtos sintéticos ou naturais capazes de estimular o desenvolvimento das raízes.
Eles devem ser utilizados de forma criteriosa e com total segurança, do contrário, o resultado poderá ser a completa deterioração da planta.
Completam-se esses cuidados com a administração de vitaminas do complexo B, que servem como espécies de coadjuvantes utilizados concomitantemente com os hormônios citados acima, a fim de tornar mais rápido esse processo de formação de raízes nas orquídeas.
6.Atenção ao Comprar as Mudas
Aqui estamos falando de prevenção! A escolha correta das mudas que deverão dar origem ao seu canteiro ou jardim.
Essa prevenção deverá ser levada a cabo por meio da atenção ao estado das raízes da planta, que deverão estar firmes, com uma cor viva, relativamente grossas, com bastante volume, além de, obviamente, não possuírem partes mortas ou visivelmente degradadas, pois será o indicativo de que todo o sistema radicular irá perecer em breve.
O curioso é que o mais comum é que os indivíduos, na hora da compra das mudas, prestem bastante atenção ao estado das flores (suas cores e vivacidade), do caule e das folhas, porém quase nunca dão a devida atenção às raízes que, como dissemos, representam a “alma” de uma orquídea; as responsáveis pela absorção de mais de 2/3 dos nutrientes presentes no solo.
Logo, é necessário saber que uma planta robusta com raízes atrofiadas é um mal sinal! Elas não serão capazes de absorver as quantidades necessárias de nutrientes, além do fato de que o processo de fotossíntese será totalmente comprometido.
Portanto, o recomendado é dar uma atenção especial às raízes na hora de adquirir as suas orquídeas, sob pena de jamais obter delas as características que lhes são tão próprias e peculiares.
Caso queira, diga-nos o que achou desse artigo. E aguardem as próximas publicações.