Como Enraizar Orquídea na Água?
O enraizamento de orquídeas na água, bem como a retirada de mudas e posterior cultivo, por mais que pareça algo fantástico e até mesmo surreal, não tem absolutamente nada de extravagante!
Essa é a tão famosa, propalada e conhecida “hidroponia”, que consiste no cultivo de plantas em um ambiente aquático repleto dos nutrientes necessários para o seu desenvolvimento.
Há quem garanta que a técnica já era utilizada pelos povos da Antiguidade – como os míticos “jardins flutuantes” dos Incas e dos Astecas, por exemplo -, mas foi somente nos anos 30, a partir das pesquisas desenvolvidas pelo professor da Universidade da Califórnia, W.F Gericke, que a técnica passou a ser vista como algo concreto, inclusive com direito à criação de um sistema hidropônico para produção em larga escala.
Espécies como o Epipremmum (as jiboias), o lírio-da-paz (o Spathiphyllum), algumas espécies de petúnias, os tinhorões, o Narcisus, entre outras espécies, estão entre as que apresentam os melhores resultados com essa técnica. Mas o segmento de produção de alimentos também possui uma história bastante importante com a hidroponia.
Com relação às orquídeas, a coisa não difere tanto! O primeiro passo, obviamente, é a escolha da espécie, que deverá ser saudável e ter as suas raízes completamente limpas (os restos de terra e de adubo farão com que a água com nutrientes torne-se imprestável), o que garante o seu desenvolvimento em meio aquático da mesma forma como ocorreria em ambiente terrestre.
Será necessário manter a água permanentemente limpa. Por isso, as orquídeas devem ser colocadas em um vaso de vidro transparente.
Também deverá haver um cuidado para que só as raízes tenham contato com a água, pois, caso contrário, o resultado será a deterioração das suas folhas e flores, como ocorre com algumas espécies racemosas.
Uma Técnica das Mais Sutis Entre as Existentes
Agora é a hora do desafio: Encontrar um produto industrial que contenha todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento das orquídeas. E mais: que possam ser administrados em meio aquático – pois, como se sabe, os materiais fertilizantes mais facilmente encontrados são aqueles utilizados para a nutrição do solo.
Porém não há motivo para grandes preocupações! Será possível, certamente, enraizar as suas orquídeas na água, fazer mudas e cultivá-las!
Para tal, basta utilizar um bom adubo industrial (com as maiores quantidades de nutrientes possíveis) e administrá-lo em doses moderadas na água, tendo o cuidado de renovar essa água a cada 36 horas, a fim de evitar a sua deterioração.
Engana-se quem pensa que é uma tarefa fácil enraizar orquídeas na água, retirar mudas e logo após cultivá-las!
Durante o processo, caso a água não seja – como dissemos – renovada constantemente, logo surgirão um exército de algas estimuladas pela luz e pelos nutrientes que encontrarão nesse meio aquático.
As raízes poderão facilmente corromper-se, caso a água esteja contaminada. Poderão desenvolver-se fungos e demais parasitas. Sem falar, obviamente, na morte da planta por falta de uma correta oxigenação.
Na verdade, o que a maioria dos admiradores dessa técnica afirma, é que o cultivo de orquídeas na água é uma tarefa para poucos!
Apenas para aqueles que possuem verdadeira paixão por essas espécies, e principalmente apresentem as características da paciência e leveza da alma; indivíduos que tenham tempo para desenvolver um trabalho que requer espíritos suscetíveis a serem tocados pelo prazer de praticar uma atividade que consome tempo, exige paciência e o desejo por um resultado bem elaborado.
Mais uma vez, é importante ressaltar que a água com as orquídeas deverá ser constantemente trocada (até mesmo por conta da evaporação à qual estará suscetível).
E, por fim, há também um risco maior de frustração no uso dessa técnica, já que o desenvolvimento de orquídeas em meio aquático não é tão garantido quanto por meio da cultura no solo.
E o Cultivo, Como Ocorre?
Uma das principais preocupações que deverá ter quem quer que pretenda saber como enraizar orquídeas na água, produzir mudas e cultivá-las, é atentar para os fatos relacionados com a rega e com as condições ambientais.
É preciso saber, por exemplo, que as orquídeas são apreciadoras de altos níveis de umidade do ar (entre 60 e 70%), mas, diferentemente do que se imagina, não será por meio da rega frequente (ou indiscriminada) que conseguirá esse resultado.
Elas são espécies típicas dos países entre os Trópicos de Capricórnio e Câncer, por isso costumam conviver com altas taxas de chuvas, ventos e umidade de forma natural. Mas, curiosamente, tais condições não afetam, drasticamente, as suas raízes – é como se elas tivessem a tendência de serem “flutuantes”, e, dessa forma, receberem também o auxílio do sol que, de alguma forma, controlam a sua umidade.
Portanto, a dica aqui é evitar o abafamento da planta nos vasos com água, facilitar a sua ventilação, trocar a água constantemente (e os nutrientes), entre outras preocupações.
Observados esses cuidados, será possível garantir a produção de espécies extremamente belas e vigorosas; e ainda com a facilidade de um cultivo bem mais limpo, pouco invasivo, que exige menos espaço, entre outras características que são típicas da hidroponia.
Além de Enraizar Orquídea na Água (e Cultivá-las) Como Fazer Mudas?
A retirada de mudas, assim como o enraizamento e cultivo das orquídeas em água, irá depender, essencialmente, da espécie escolhida. Isso porque cada uma irá exigir as suas quantidades de luz solar, rega e nutrição.
As mudas das orquídeas poderão surgir nos segmentos das hastes mais compridas ou poderão ser retiradas, já crescidas, a partir da extração de um rizoma ou de um desenvolvimento constante dos talos, que deverão ser cortados corretamente.
Essas são características de algumas espécies, como as Dendrobium, as Catleias e as Racemosas, respectivamente.
Mas o mais importante mesmo, para o correto transplante das mudas, é ter a certeza de que elas possuem raízes fortes, hastes compridas e bom desenvolvimento.
Assim, poderão adaptar-se corretamente ao seu novo ambiente: o ambiente aquático. Onde se desenvolverão de forma diferente da que até então estavam acostumadas.
Enfim, para um bom resultado com essa técnica, será necessário manter o adubo com nutrientes devidamente úmido (para que este não roube a água das raízes das mudas), manter a necessária ventilação (das raízes e partes vegetativas), em alguns casos lançar mão do que é conhecido em botânica como “líquido enraizante”, entre outras técnicas capazes de fazer com que o resultado ocorra a contento.
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