O Caju-rasteiro (Anacardium nanum – seu nome científico), como podemos ver nessas fotos, possui basicamente as mesmas características que são típicas da tradicional espécie que ajuda a compor a não menos tradicional vegetação da Caatinga.
Na verdade, para muitos, é uma grata surpresa saber que, diferentemente do que se imaginava, a Caatinga não tem, de forma alguma, o privilégio de ser a “casa” desse gênero de plantas, pois eis que surge o original Caju-rasteiro, uma espécie típica do Cerrado, e que especialmente no estado de Goiás possui quase um status de patrimônio regional.
Não é à toa que a flora brasileira é conhecida em todo o planeta pela sua diversidade, e mais que isso, por estender-se de norte a sul do país, com cada canto trazendo variedades das mais singulares e exóticas, e com propriedades farmacológicas e medicinais reconhecidas mundialmente.
Não confundir com a sua outra parente, a Anacardium humile, outra variedade típica do Cerrado, mas que possui características que as diferenciam sobremaneira.
Basta saber que o Caju-rasteiro, como o seu nome logo nos leva a supor, dificilmente ultrapassa os 20 ou 30 cm, enquanto a variedade humile pode atingir até o dobro desse tamanho, com espécies capazes de chegar até os 40 ou 60 cm.
Além disso, ambas possuem nomes científicos diferentes e os frutos da variedade “Caju-rasteiro” são amarelos, em contraposição aos pequenos frutos avermelhados da “humile”, entre outras características que tão bem nos mostram essas fotos e imagens.
À Parte O Seu Nome Científico, Fotos E Singularidades, Quais as Demais Características Do Caju-Rasteiro?
Na língua tupi ele é o “Acaju-peva”, a “Fruta do caroço que se come”, em uma clara alusão à sua característica de, além de oferecer-nos o seu delicioso pseudofruto, ainda, de quebra, nos presentear com as suas inconfundíveis e saborosíssimas castanhas – o seu verdadeiro fruto – , uma das preciosidades dessa exuberante vegetação brasileira.
O Caju-rasteiro é uma espécie que também chama a atenção pelo vigor e exuberância das suas raízes.
Como verdadeiras “máquinas” de extrair propriedades do solo, elas geralmente apresentam entre 30 e 50 cm de comprimento por 15 ou 25 cm de diâmetro, de um conjunto de fibras que mergulha, vigorosamente, no solo em busca de água e nutrientes.
O resultado de tamanho vigor, é que as raízes do Caju-rasteiro configura-se como um verdadeiro “estoque natural” de água; uma manancial do líquido precioso; que em tempos bastante remotos eram também fonte de vida para tropeiros, sertanejos, ou mesmo para solitários andarilhos, que por meio delas conseguiam garantir a sobrevivência em meio ao ambiente desolado e hostil daquelas regiões.
Essa espécie apresenta folhas com um formato de elipses, discretas e acanhadas, coriáceas, dispostas alternadamente e com características simples.
Ramos delgados, com não mais do que 20 ou 25 cm, com uma coloração meio acinzentada, abrigam essas folhas alternadamente dispostas, com cerca de 7 ou 8 cm de comprimento e 1 a 2 cm de largura.
Essa configuração confere ao Caju-rasteiro as características de uma espécie com partes aéreas pouco exuberantes, em contraste com as suas raízes – as suas verdadeiras preciosidades –, como podemos ver nessas fotos; além de um nome científico, Annacardium nanum, que é um verdadeiro sinônimo de suculência e dulçor incomparáveis.
Uma Espécie E Os Seus Predicados
É praticamente impossível não se impressionar ao deparar-se com ele, inadvertidamente, em uma incursão por esse original e extravagante bioma do Cerrado.
Viajantes, andarilhos, aventureiros, e quem quer que ande por aquelas paragens, são praticamente obrigados a dar uma espécie de “pit stop” para contemplar e saborear o fruto. Principalmente os que já são de alguma forma familiarizados com o seu parente mais famoso – o Anacardium occidentale – , uma espécie capaz de atingir vertiginosos 10 ou 12 m de altura.
À parte as diferenças relacionadas com o seu nome científico e tamanho (como vemos nessas fotos), no mais, esse gênero possui praticamente as mesmas características: uma fonte importante de vitamina C, com grandes quantidades de vitaminas A e B, além de zinco, cálcio, magnésio, fósforo, entre outras substâncias importantes.
Mas como se não bastasse tais predicados, o Caju-rasteiro ainda é uma excelente fonte de carboidratos, gorduras e proteína vegetal, o que o tornam uma das espécies mais importantes do Cerrado Brasileiro, e sem dúvida um verdadeiro aliado dos atuais projetos que visam a manutenção da segurança alimentar do brasileiro.
Completam algumas das suas principais características, um desenvolvimento floral na forma de cone, de onde pendem entre 16 e 40 flores, com belíssimos tons de rosa em suas pétalas e um exterior esverdeado, suficientemente protegidas por um conjunto de sépalas com uma aparência meio leitosa, e que ajudam a formar um “todo” bastante original.
Caju-Rasteiro: Uma Espécie Cujas Características E Nome Científico Dão a Medida De Um Verdadeiro Revigorante Natural
O caju-rasteiro pode muito bem ser considerado um tonificante natural, tais são as suas quantidades insuperáveis de água, sais minerais e carboidratos.
Ele junta-se ao seleto grupo formado por espécies como a melancia, acerola, graviola, entre outras variedades desse imenso continentes brasileiro, para compor uma comunidade conhecida por produzir verdadeiros isotônicos naturais.
Na forma de suco, ele é inconfundível! Em compotas, doces e sorvetes, não há nada igual! Saboreá-lo in natura, depois de uma longa investida em meio à vegetação típica do Cerrado Brasileiro, é uma das experiências gastronômicas mais recompensadoras.
Mas infelizmente o caju-rasteiro é uma espécie em vias de extinção! Questões ligadas à dificuldade de dispersão e polinização dessa espécie (entre outras particularidades biológicas) têm feito com que se torne cada vez menos comum encontrá-las, inadvertidamente, em meio à vegetação local.
Mas como uma técnica de plantio que pode ser levada a cabo, com o objetivo de assegurar a sobrevivência dessa espécie para as gerações futuras, recomendamos a seguinte:
Em primeiro lugar, saiba que uma das características do Caju-rasteiro, além da semelhança entre o seu nome científico e o de outras variedades, é que ele pode ser considerado uma espécie rústica, como podemos ver nessas fotos.
Logo, certifique-se de que pode oferecer a ele um solo arenoso/argiloso, com boa quantidade de matéria orgânica e terra vermelha, com pH entre 4 e 6, em um ambiente com temperaturas que oscilem entre 16 e 28°C, além de ventos moderados.
Por fim, plante as sementes individualmente e aguarde até que elas comecem a germinar por volta de 18 ou 30 dias. Entre 7 ou 9 meses as mudas já apresentarão um porte capaz de resistir ao transplante para um local definitivo, de preferência amplo, com sol pleno e ventos moderados.
Caso queira, deixa a sua opinião sobre esse artigo. E aguarde as nossas próximas publicações.