O caju-anão ou Anacardium occidentale L, var. Anão-precoce (seu nome científico), como vemos nessas fotos, possui um tamanho discreto (se comparado aos 10 ou 12 metros da espécie tradicional) e dificilmente atinge uma altura superior a 3 m.
Essa é considerada a “menina dos olhos” do segmento de cultivo do caju atualmente, especialmente a variedade “anão-precoce”, um clone do cajueiro-anão, e que chama bastante a atenção pela sua incomparável resistência a longos períodos de seca, ataques de pragas, alta produtividade, entre outras características muito bem vindas.
O semiárido agradece o advento dessa variedade, que vem dando um notável impulso à agricultura dessa região marcada pelo flagelo da seca e por dificuldades econômicas por demais conhecidas.
O Nordeste é o principal produtor de caju do Brasil, e está nas mãos dos estados do Ceará e Piauí o troféu de maiores produtores da fruta.
Mas o problema é que nos últimos 8 anos os produtores vêm observando, com desolação, a queda acentuada da produção em função da seca e de demais transtornos relativos à economia da região.
E é justamente nesse contexto que surge o caju-anão, uma variedade do Anacardium occidentale L (seu nome científico); um tipo que não atinge mais do que ¼ da altura da variedade tradicionalmente conhecida – como podemos ver nessas fotos – , e que por isso mesmo torna o cultivo incomparavelmente mais fácil, já que os frutos podem ser colhidos de forma manual e com bem menos riscos de perdas.
Caju-Anão: Altura, Tamanho, Nome Científico e Fotos
A seca que atingiu a região do semiárido brasileiro no período 2011/2017 foi a mais longa de todas as que já se abateram sobre esse importante, porém castigado, trecho do país.
O flagelo simplesmente despencou sobre o homem do sertão nordestino, destruindo lavouras, dizimando os já tão parcos recursos econômicos, frustrando expectativas e fazendo com que segmentos, como os do cultivo do caju – um dos mais importantes de toda a região –, assistissem, quase que de mãos atadas, a um período de queda acentuada da produtividade.
Mas em meio a tudo isso, uma variedade até parecia caminhar em paralelo, como um verdadeiro “oásis” em pleno inferno, com uma produtividade impressionante, até mesmo durante esse período.
Estamos falando da variedade “caju-anão-precoce BRS 226”, um tipo ainda mais rústico, resistente, suculento e capaz de resultar em uma produção de até 1 tonelada por hectare – um assombro!, quando se leva em consideração os não mais do que 250 ou 300 kg da variedade conhecida como a tradicional.
E como se isso não bastasse, algumas doenças típicas do cajueiro, como a famigerada resinose, ou mesmo como a Antracnose, o Oidium, o Mofo-preto-do-cajueiro, entre diversas outras, na BRS 226 encontram um adversário duro de ser batido, e que consegue resistir bravamente, tornando-se quase uma unanimidade dentro desse segmento.
O caju-anão-precoce BRS 226 (uma variedade da Anacardium occidentale, seu nome científico), como essas fotos nos mostram, possui um tamanho bastante modesto; a sua altura não ultrapassa os 2 metros quando plantadas em vasos, e 3 metros em áreas abertas – o que nada diz sobre a sua capacidade produtiva, que costuma enganar à primeira vista.
Além da Altura, Nome Científico, Tamanho e Fotos, Outras Particularidades do Caju-Anão
De acordo com os produtores (em especial, do Cerá e Piauí), não há nada com que se possa comparar a essa variedade “anão-precoce BRS 226”. Ela é uma verdadeira “máquina” de dar frutos! E estes começam a aparecer bem antes das demais variedades – e até parece não querer mais deixar de brotar!
A sua castanha, apesar de apresentar um tamanho menor do que as da tradicional, possui um alto valor de mercado, uma demanda impressionante, muito por causa da grande produtividade, que acaba compensando o seu tamanho.
Em alguma regiões do semiárido já há quase como uma “onda” de cultivo do caju-anão-precoce BRS 226, que consegue superar até mesmo as outras variedades da mesma forma clonadas, como se até fora criada especialmente para determinados trechos do semiárido.
A seca, que fez com que em um determinado período a produtividade e comercialização dos pendúnculos (o pseudofruto) e das castanhas diminuíssem cerca de 90%, agora parece que encontrou um adversário a altura, e que até faz com que os produtores comemorem alguns resultados bastante positivos.
A comercialização de uma caixa com 20 kg por cerca de R$34,00, em comparação com os não mais do que R$ 9 ou R$11,00 que se vendia durante o período da seca, já diz muito sobre o que ela tem a oferecer.
E se o caju é a benção do semiárido, e uma fruta que, quando nada mais é possível extrair da terra, está lá, forte e vigorosa, imensa e bela, como se até fora uma entidade mágica, parece que essas variedades clonadas (apesar das inúmeras controvérsias que cercam essa prática) vieram mesmo para ficar, e para dar ainda muitas alegrias para as próximas gerações de produtores desse seguimento no país.
A Importância de uma Espécie Símbolo do Semiárido
O caju-anão, à parte as particularidades com relação ao seu tamanho, altura e nome científico, como podemos ver nessas fotos, possui praticamente as mesmas características físicas da variedade tradicional.
Assim como esta, é uma fonte quase insuperável de vitamina C; produz um suco apreciadíssimo; da sua polpa pode ser produzida uma interessante variedade de vinho; sem falar na possibilidade – fruto de altas doses de criatividade – de se produzir até mesmo massas e carnes com qualidade inquestionável.
Sobre os doces e compotas de caju não é preciso nem falar! Os sorvetes, geladinhos (ou dim dim, sacolés, chup-chup…) e licores são casos à parte! Saborear o fruto debaixo da sua copa após uma corajosa incursão pelo ambiente inóspito, desolado, belo e magnífico do semiárido brasileiro é uma verdadeira experiência!
E as suas castanhas?, o seu verdadeiro fruto!, por mais difícil que seja acreditar! Com sabor incomparável, elas ajudam a colocar o Brasil entre os 10 (às vezes entre os 5) maiores exportadores de caju do mundo.
E quando se leva em consideração o uso integral que se pretende fazer do cajueiro, com o aproveitamento do bagaço produzido, das fibras, matéria orgânica obtida da sua folhagem decomposta, além de resinas, do líquido resultante do seu beneficiamento, entre outros produtos, podemos considerar, sem medo de errar, o cajueiro como uma das espécies vegetais mais importantes para o segmento do agronegócio brasileiro, e sem dúvida de toda a região Nordeste do país.
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