Toda e qualquer fruta é suscetível de ser atacada, em alguma ocasião, por fungos e larvas de insetos que, literalmente, destroem a fruta ou até mesmo a planta onde ela esteja. Uma das que pode sofrer com isso é a romã, através de uma praga que chamamos de bicho da romã.
Vamos descobrir, então, quais os principais tipos de fungos e pragas que podem atacar essa fruta?
PRAGAS: Bicho Furão (Nome Científico: Ecdytolopha Aurantiana)
Além da romã, esse bichinho pode ser bastante prejudicial para culturas de abacate, abacaxi, cacau, cupuaçu, mamão, manga e maracujá. Essa praga também tem como sinônimo científico Gymnandrosoma aurantianum.
Trata-se de um problema que geralmente acomete o pé de romã (e as outras plantas citadas aqui) no mês de novembro, com um pico populacional desses bichinhos acontecendo entre os meses de fevereiro e março. A precipitação de chuvas é um dos fatores climáticos mais propícios para o aparecimento desse tipo de praga.
Os ovos desse inseto são depositados nos frutos ainda saudáveis, e ao eclodirem, as lagartas penetram nos frutos e se alimentam de sua polpa, provocando, assim, a perda total do fruto. O ataque dessa praga é relativamente fácil de identificar, pois as larvas depositam seus excrementos na parte de fora do fruto.
Para evitar esse problema, o controle consiste em fazer averiguações frequentes no pomar a fim de identificar rapidamente o foco de ataque dessa praga. Em caso de ser constatada a infestação no pé de romã, o mais indicado é fazer aplicações de inseticidas que seja m feitos à base dos seguintes elementos: Bacillus thuringiensis, carbamatos e piretróides.
PRAGAS: Percevejo Escuro (Nome Científico: Leptoglossus Gonagra)
Como sinônimos científicos, essa praga também pode ser chamada Anisoscelles antica, Anisoscelles gonagra, Anisoscelis praecipua, Cimex gonagra gonagra, Cimex grallator e Theognis gonagra.
O inseto que provoca a destruição do fruto é um percevejo que, quando adulto, possui uma coloração marrom escura, medindo cerca de 20 mm de comprimento. As pernas posteriores são mais largas, apresentando a tíbia provida de expansões laterais.
Os danos provocados por esse inseto, tanto na fase adulta, quanto mais jovem, consiste no fato dele sugar a seiva dos ramos, e também dos frutos mais novos. Quando sugam a seiva, eles acabam injetando também uma toxina que acaba prejudicando o desenvolvimento da cultura.
Em se tratando dos frutos em si, a região picada por esse inseto fica empedrada, e com algumas manchas. Bastam alguns dias para que o fruto caia. Já para o controle dessa praga, alguns inimigos naturais são recomendados, como é o caso das joaninhas e de algumas espécies de moscas. Fazer pulverizações com inseticidas específicos ajuda bastante também.
PRAGAS: Pulgão do Algodoeiro (Nome Científico: Aphis Gossypii)
Além da romã, esse tipo de pulgão pode ser uma praga bastante irritante para as plantações de abacate, abóbora, amendoim, batata, crisântemo, girassol, maracujá, pepino e pimentão.
Essa espécie de pulgão é bem pequena, e cuja coloração pode variar do amarelo claro ao vermelho escuro. São insetos que vivem sob folhas e brotos novos das plantas, sugando a sua seiva. Ao fazerem isso, eles picam a planta com o seu aparelho bucal, o que acaba produzindo o encarquilhamento das folhas e a deformação dos brotos.
Tudo isso prejudica seriamente o desenvolvimento da cultura, deixando a planta sensivelmente depauperada. Fora que ao expelirem um líquido açucarado na hora de sugar a seiva, esses insetos atraem formigas, o que causa o surgimento de fumagina, o que acaba por dificultar tanto a respiração, quanto a fotossíntese da planta.
Tudo isso sem contar que os pulgões são diretamente responsáveis pela transmissão de vírus causadores de diversas outras enfermidades. Por isso, o controle dessa praga se faz muito necessário, e ele pode ser feito através de inseticidas sistêmicos que sejam específicos para esse tipo de praga.
FUNGOS: Antracnose (Nome Científico: Colletotrichum Gloeosporioides)
Fora os pés de romã, esse tipo de fungo pode atacar facilmente plantações de abacate, acerola, alho, caju, cará, feijão, figo, graviola, maçã, mamão, melancia, melão e siriguela.
Essa doença aparece mais em regiões onde o verão seja bem quente e chuvoso, criando condições favoráveis para a proliferação desse fungo, seus danos podem ser ocasionados ainda na planta, ou mesmo após a colheita.
Inicialmente, esse fungo se manifesta na forma de manchas de coloração pardo-avermelhadas, que acabam se estendendo por todo o fruto. Logo depois, pontuações escuras, e que são levemente salientes, formam-se pelos acérvulos do fungo, e que aparecem na casca do fruto atingido.
É nesse estágio, por sinal, que a doença pode ser confundida com outra: a podridão amarga. E, quando o ambiente apresenta alta umidade, os conídios acabam ficando expostos e envoltos por uma massa mucilaginosa de coloração rosada. Só nesse momento é que dá pra distinguir entre uma doença e outra. Os frutos afetados ficam enrugados, e acabam por cair.
Para se fazer o controle correto da antracnose, é preciso proceder com a remoção e a queima dos frutos mumificados, bem como das partes podadas no inverno. Dessa forma, o inoculo inicial da enfermidade é reduzido. Quando os verões estão mais úmidos, o mais correto é pulverizar a cultura da plantação de romã, com a devida reaplicação de acordo com o fungicida usado.
FUNGOS: Cercosporiose-da-Romã (Nome Científico: Pseudocercospora Punicae)
Com sinônimo científico de Cercospora punicae, essa doença causa intensa queda das folhas da planta, além de manchas foliares. Esse fungo tem como característica manchas negras irregulares localizadas nas folhas, na região do cálice e nos frutos de um modo geral, podendo progredir para manchas de coloração marrom escuras deprimidas.
Alguns fatores favorecem bastante o surgimento dessa doença, como, por exemplo, chuvas, uma umidade muito elevada, e temperaturas que ficam entre 20 e 27°C. Já para o controle dela, o mais recomendável é o uso de produtos defensivos que sejam registrados especificamente para essa cultura.
Obviamente que existem outros problemas de fungos e pragas que acometem a romã, mas, estes aqui são, no geral, os problemas mais comuns que podem aparecer. O ideal mesmo é ficar sempre de olho, checando se a planta e os frutos em si apresentam alguma coisa estranha, e, ao menor sinal de que algo está errado, combater o problema.