A Bananeira do Mato
A Heliconia rostrata, ou simplesmente “bananeira do mato”, é uma espécie essencialmente tropical, com características de uma planta herbácea, que se desenvolve a partir de rizomas subterrâneos, de onde brotam uma erva que pode chegar a medir até 3m de altura.
A espécie é mais comum em territórios da América do Sul, especialmente em um vasto trecho que atravessa o México, estende-se por regiões da Venezuela, Colômbia, Equador, Bolívia, até espalhar-se por praticamente todas as regiões do Brasil.
Diferentemente do que o seu nome leva a crer, ela não pertence à mesma família das bananeiras tradicionais: a Musaceae, e sim da Heliconaceae.
E as suas semelhanças realmente param por aí, já que ela possui uma função basicamente decorativa, graças às suas variedades de cores e de formas, uma aparência extremamente exótica, além de uma estrutura bastante singular e característica.
Na verdade, os tons das suas flores, em vermelho e amarelo, que descaem levemente de sobre as folhagens, formam um contraste belíssimo com o verde que predomina na paisagem ao seu redor.
Estima-se que haja entre 150 e 200 espécies de Heliconias espalhadas por esse imenso Brasil. E em cada região ela recebe nomes como: bananeira-do-brejo, bananeira-de-jardim, caeté, papagaio, paquevira, entre outras inúmeras denominações.
Todas, porém, com praticamente as mesmas características e beleza incomparáveis, que as tornam um dos exemplares mais belos e exóticos da flora brasileira, a desenvolverem-se vigorosamente em matas ciliares, bordas de florestas, matas fechadas, independentemente de condições adversas.
Características da Bananeira do Mato
Apesar de tão bela, a bananeira do mato ainda é uma espécie pouco conhecida e envolta em bastante mistério. O que se sabe ao certo é que existem entre 40 e 50 espécies no Brasil e mais de 200 ao redor do mundo. Ela possui as características típicas de uma planta selvagem: resistência a variações climáticas, rusticidade, cores intensas, tolerância a condições adversas de transporte e armazenagem, entre outras características.
De acordo com relatos, também podem ser encontradas espécies na natureza com até 5 metros de comprimento, com tons de roxo e amarelo, folhagens de um verde intenso, entre outros detalhes, que até fazem-na ser comparada com uma aquarela produzida na natureza por algum grande artista.
Um conjunto de hastes esguias e que pendem da sua estrutura parece querer tocar o solo. As suas inflorescências, na forma de pequenos gomos, são leves e delicadas, como se realmente fossem feitas artesanalmente. E, para completar, uma textura macia, semelhante ao de um veludo, a torna extremamente agradável ao toque.
O curioso é que, apesar dessas suas excelentes qualidades, a bananeira do mato não é assim tão popular entre os brasileiros.
Ao contrário! É fora do país que ela faz um tremendo sucesso, seja por meio da exportação de exemplares, ou mesmo quando é transportada por turistas que, como se sabe, estão bem mais atentos aos nossos patrimônios naturais.
Paisagistas, jardineiros e decoradores são quase unânimes ao reafirmar as qualidades da Heliconia rostrata como uma excelente espécie para a composição de um jardim.
Em meio a rosas, margaridas, orquídeas selvagens, entre outras maravilhas da natureza, os seus tons em vermelho, amarelo, laranja e até mesmo roxo e violeta (em algumas espécies), criam um ambiente incrivelmente mágico.
E juntamente com a festa que fazem as abelhas, beija-flores, passarinhos e bem-te-vis, compõe um verdadeiro quadro fantástico, com cores, cheiros, sons e formas que conseguem comover até os que se dizem menos sensíveis.
Curiosidades Sobre a Bananeira do Mato
Helicon, do grego Helikon, de acordo com a mitologia grega, teria sido uma montanha nos arredores de Téspias, na Grécia Antiga, de onde, supostamente, inspirava políticos, poetas e artistas de um modo geral.
Mas, observando, de perto, a beleza das bananeiras do mato, não é difícil mesmo compreender de onde deriva o seu nome científico. Não há dúvidas de que ela seria uma excelente fonte inspiradora para os poetas da Grécia Antiga, ou de quem quer que tivesse o prazer de contemplar as suas cores e formas verdadeiramente encantadoras.
O mais curioso disso tudo é que, a pesar da sua exuberância, a bananeira do mato ainda é praticamente uma desconhecida. Foi somente em meados dos anos 80 que sociedades internacionais ligadas ao estudo de espécies exóticas passaram a dedicar uma atenção especial a essa variedade tão característica da América do Sul.
Apesar do seu nome bastante sugestivo, a Heliconia rostrata está longe de ser uma espécie oriunda da remota Grécia Antiga.
Na verdade, ela até pode ser considerada uma espécie tipicamente brasileira, tal a quantidade de variedades que espalham-se pelo norte do país, especialmente na Floresta Amazônica, onde, curiosamente, é tratada como se fora apenas mato imprestável.
Como Cultivar a Bananeira do Mato?
A bananeira do mato desenvolve-se a partir de rizomas (“caules subterrâneos”), que dão origem às suas folhagens – de forma semelhante ao que ocorre em uma bananeira comum.
Essa folhagem possui tamanhos e formas também variadas, de onde pendem flores delicadas, pequenas, sensíveis, porém bastante resistentes.
Dela também provêm frutos, na forma de bagos amarelos (quando estão em formação) e azuis-escuros (já na fase madura).
O cultivo deve ser feito através da separação das suas rizomas (ou caules subterrâneos), que devem ser plantados para que deem origem a novos brotos; e estes, por sua vez, a novas inflorescências, com folhagens e frutos não-comestíveis.
Mas as Heliconias rostratas também beneficiam-se, há séculos, da ação de pássaros, beija-flores, morcegos, roedores, entre outros polinizadores e dispersadores, que ajudam, e muito, a espalhar essa espécie pelos quatro cantos do país
O cultivo da bananeira do mato deve seguir a seguinte técnica:
Ela pode ser cultivada em parques, jardins, sítios, chácaras e fazendas, desde que o ambiente consiga equilibrar, adequadamente, períodos de sol e de sombra.
O solo deve ser rico em matéria orgânica e constantemente umedecido ou regado. Os rizomas devem ser plantados a uma profundidade entre 6 e 11cm, com uma distância entre 70 e 80cm de cada unidade.
Também é importante atentar para o fato de que temperaturas muito baixas, ventos fortes e geadas, impedem o desenvolvimento adequado das bananeiras do mato. Tais condições são capazes, até mesmo, de destruir por completo as suas folhas, flores e frutos.
No entanto, caso essas condições sejam devidamente observadas, o resultado será um magnífico esplendor da natureza!, com cores fortes, intensas e exuberantes! E que até parecem terem sido projetadas especialmente para a decoração de jardins, parques, muros, fachadas, entre outras formas de embelezamento paisagístico de forma totalmente natural.
Esse foi um pequeno resumo das qualidades e características da exótica bananeira do mato. Mas, e o seu? Deixe-o, em forma de um comentário. E continue acompanhando as nossas publicações.