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Bananeira do Brejo

A bananeira do brejo ou Heliconia rostrata pertence ao gênero Heliconia e à família Heliconaceae. Apesar do nome, ela é, basicamente, uma planta ornamental, com características típicas de uma variedade herbácea, que cresce a partir de caules subterrâneos, e capaz de atingir entre 1,5 e 3m de altura.

É uma espécie típica da Floresta Amazônica, também conhecida por essas paragens como bananeira-ornamental, bananeira-de-jardim, bico-de-guará, paquevira, caetê, entre outras denominações.

Bananeira do Brejo
Bananeira do Brejo

Ela também é comum em algumas regiões da América do Sul, como Chile, Peru, Colômbia, Equador, entre outras; e em todas elas foi inicialmente confundida com as espécies da famíla Musaceae, até que, mais tarde, fosse caracterizada como pertencente à família Heliconaceae.

As bananeiras do brejo são espécies que só se adaptam a um ambiente neotropical, por isso mesmo, das suas quase 250 variedades, não mais do que 2% são encontradas fora de um trecho que abarange o sul do México e o estado do Paraná; enquanto as outras distribuem-se por algumas regiões da Ásia e do sul do Pacífico.

Talvez por ser uma típica espécie selvagem, ela adapta-se bem a trechos com mais ou menos sombra e mais ou menos sol.

Podem desenvolver-se nas matas ciliares, bordas de florestas, matas fechadas, áreas com vegetação primária, além de não intimidar-se diante de solos mais argilosos ou mais secos, e nem mesmo com uma umidade um pouco elevada.

Vê-se, portanto, que estamos falando de uma das grandes representantes da força, vigor e resiliência da vegetação característica da Floresta Amazônica. Com suas flores exóticas, onde contrastam, maravilhosamente, o vermelho, amarelo e o violeta, e uma rusticidade típica dos ambientes selvagens.

Sem contar algumas características bastante particulares, como a sua capacidade de resistir bem aos inconvenientes do transporte e armazenamento, uma incrível durabilidade após ser colhida, as suas modestas exigências de cuidados, entre outras características inigualáveis.

Bananeira do brejo: a Delicadeza de Uma Espécie Rústica

A bananeira do brejo é realmente uma variedade bastante singular. Elas, por exemplo, brotam a partir de um rizoma subterrâneo (caules subterrâneos), que, entre outras coisas, potencializam a sua capacidade de extrair nutrientes do solo.

Elas também possuem brácteas (estruturas que protegem as flores em desenvolvimento) que pendem graciosamente da sua estrutura, e que bem que poderiam ser confundidas com as próprias flores, tal é a beleza e a exoticidade das suas cores e formas.

Para bem-te-vis e beija-flores a bananeira do brejo é um convite ao paraíso!, e por isso eles não fazem cerimônia alguma na hora de saborearem o seu néctar, e ainda ajudar a espalhar a espécie pelo continente, e com isso contribuir para perpetuar essa verdadeira dádiva da natureza.

Os seus frutos são semelhantes a uma baga, não comestíveis, amarelos (quando não maduros), azuis-arroxeados (quando já estão maduros) e geralmente medem entre 10 e 15cm.

Bananeira do Brejo Frutos
Bananeira do Brejo Frutos

Uma curiosidade sobre as bananeiras-do-brejo, é que elas podem reproduzir-se por meio das suas sementes, mudas ou até mesmo através do cultivo dos seus rizomas subterrâneos – uma característica típica das chamadas espécies “geófitas”.

Dessa forma, a partir da oportuna ajuda dos agentes polinizadores, da colheita de alguns exemplares, ou ainda pela transposição dos seus caules, é possível obter belas variedades da Heliconia rostrata, sempre no começo do verão – o período onde elas exibem toda a sua exuberância –, até que o outono/inverno chegue e leve embora todo seu vigor.

Apesar de tantas qualidades, a Heliconia rostrata ainda não pode ser considerada popular no Brasil. Longe disso!

No entanto, internacionalmente, ela já começa a mostrar todo o seu potencial, muito por conta do crescente interesse dos países latino-americanos em produzir essa espécie na forma de híbridos, como as exuberantes H. wagneriana, H.stricta, H. bihai, H. chartaceae, H. Caribaea, entre inúmeras outras variedades.

Como Cultivar a Bananeira do Brejo?

As bananeiras do brejo caracterizam-se, entre outras coisas, por não exigirem cuidados especiais para o seu cultivo. Apesar de se desenvolverem mais rápido e com maior vigor a temperaturas entre 20 e 34° C, elas também podem ser cultivadas em locais com pouco sol – como em casas e apartamentos, por exemplo.

No entanto especialistas recomendam evitar locais com temperaturas abaixo de 10° C e com baixa umidade, para que ela não perca esse potencial de alta produtividade que a caracteriza.

Para cultivos em canteiros, o recomendado é a disponibilização de espaços com pelo menos 1m² e com distâncias entre 1 e 1,5 m de um canteiro para o outro.

Esse cuidado permite a melhor absorção da água, luz e dos nutrientes do terreno de onde elas se desenvolvem, além de evitar a formação de plantas atrofiadas e com deformações resultantes da ausência de luz solar.

A partir daí, em um ciclo em que os pseudocaules mais antigos morrem, para dar lugar a exemplares mais novos, a Heliconia rostrata desenvolve-se, geralmente 1 mês após o plantio, com suas folhagens vistosas, flores coloridas e enigmáticas, um ar nobre e rústico, entre outras qualidades consideradas únicas nessa espécie.

Os Cuidados com a Heliconia Rostrata

Três Heliconias nos Vasos
Três Heliconias nos Vasos

Apesar de resistente, a bananeira do brejo, como qualquer espécie ornamental, também exige cuidados quanto à adubação e irrigação.

Ela, por exemplo, prefere alguma acidez no terreno onde estão plantadas, por isso um Ph entre 4 e 6 é o ideal; e ele pode ser obtido com a aplicação de calcário dolomítico junto com adubos orgânicos antes do cultivo.

Outra preocupação que se deve ter é com relação à irrigação. Como se sabe, as Heliconias rostratas exigem um solo úmido (sem excesso), portanto, uma rega pelo menos duas vezes por semana, por meio de técnicas como a de gotejamento e aspersão, é suficiente para garantir as quantidades necessárias de água para os seus rizomas subterrâneos.

Ainda quanto à rega ou irrigação das plantas, o recomendo é evitar a chamada “aspersão alta”. Devido às suas características, o comum é que as partes aéreas da planta sejam afetadas, especialmente as suas folhagens, brácteas e flores.

E o resultado poderá vir na de uma necrose dessas partes, com o consequente desenvolvimento de fungos e demais micro-organismos patológicos.

Um composto orgânico, como forma de adubagem, aplicado 1 vez por ano nos canteiros onde estão as bananeiras do brejo, também é recomendado.

Adubagem
Adubagem

E com relação às pragas que, inevitavelmente, acometem as espécies vegetais, deve haver um cuidado especial com os fungos, especialmente os da espécie Phytophtora e Pythium, por meio da constante nutrição do solo onde as espécies estão cultivadas.

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