A banana caipira (também chamada de banana ourão) é uma espécie cultivar, ou seja, é obtida através de melhoramento genético.
É originária da África Ocidental, local na qual é conhecida pelo nome de Yamangabi Km 5. Aqui no Brasil, foi trazida pela Embrapa, mais precisamente pela unidade localizada no município de Cruz das Almas, no Estado da Bahia, conhecido como Embrapa Mandioca e Fruticultura.
Ao ser introduzida no Brasil, algumas áreas de cultivo estão presentes no Estado do Amazonas. A bananicultura tem sido uma excelente fonte de renda para pequenos, médios e grandes produtores. A banana caipira ainda não é muito conhecida, mas já é uma grande promessa de inserção nesse mercado.
Neste artigo você conhecerá algumas particularidades da espécie banana caipira.
Venha conosco e boa leitura.
Banana Caipira: Cenário de Cultivares no Brasil
No Brasil, as espécies de banana mais consumidas são a banana ouro, banana nanica, banana da terra, banana prata e banana maçã.
Outras variações menos conhecidas também estão inclusas nesta classificação. Para o abastecimento do mercado interno, as espécies mais comuns são a banana prata, prata anã, Pacovan, maça, da terra, Mysore. e D’angola. Destinadas à exportação, as espécies que se destacam são a banana nanica, nanica e Grande Naine.
Além da banana caipira, outras espécies foram inseridas no cenário agrícola nacional nos últimos anos, são elas a banana Thap Maeo, FHIA-18, Prata baby, Pacovan Ken, Prata gaúcha, Preciosa, Maravilha e Tropical.
A espécie Thap Maeo apresenta frutos pequenos, e é muito similar à espécie de banana Mysore. No entanto, tem uma grande resistência à infestação por fungos e por nematoides.
FHIA-18 é uma espécie híbrida originada da banana prata anã. Tem resistência à Sigatoka Negra.
A banana prata baby (também chamada de “Nam”) popularizou-se no estado de Santa Catarina, graças ao seu sabor adocicado e polpa de coloração rosada. Nos mercados, tem um preço superior à banana prata anã.
A banana Pacovan Ken é resultante do cruzamento da banana Pacovan com a espécie híbrida M53. A banana prata gaúcha é resultante do cruzamento entre a banana prata anã e a espécie SH 3393.
A espécie de banana preciosa tem frutos grandes, e é resultante do cruzamento da banana Pacovan e do híbrido M53. Assim como a maioria das espécies descritas aqui, ela tem resistência à Sigatoka-negra, o que torna o seu cultivo altamente recomendável para o Estado do Acre, no qual há uma grande incidência desse fungo.
A banana maravilha foi originada a partir do cruzamento da banana prata anã e do híbrido SH 3142. Em relação à espécie prata anã, ela tem frutos maiores e sabor mais ácido.
A banana tropical tem uma polpa com sabor muito semelhante à banana maçã, e também pode ser cultivada nas regiões produtoras desta espécie. Não é resistente à Sigatoka-negra. No entanto, é resistente à Sigatoka-amarela e ao Mal-do-Panamá. Foi obtida através do cruzamento entre as espécies Yangambi e o híbrido M53.
Banana Caipira: Características
Assim como a banana maça, os frutos de banana caipira são ligeiramente arredondados, e contém uma concentração elevada de açúcares.
A banana caipira também pode ser chamada de banana ourão. Apesar da semelhança no gosto (sabor adocicado) e no nome, seus frutos usualmente são maiores que os da banana ouro.
Cada cacho comporta um total de 130 frutos, com um peso estimado em 17 quilos.
A bananeira apresenta um porte baixo. Seu pseudocaule tem tonalidade verde-amarelo pálido.
O formato das folhas é ereto e estreito. O pecíolo da folha (ou seja, o eixo de sustentação central) tem as margens avermelhadas.
Banana Caipira: Cuidados em Relação ao Plantio
Em relação ao plantio, o pé de banana caipira é considerado uma planta com excelente vigor vegetativo, ou seja, cresce e se desenvolve em uma grande potência e velocidade. No entanto, apesar dessa vantagem, o seu cultivo deve ser realizado em solos profundos, bem drenados e com um aporte favorável de matéria orgânica.
Uma observação importante é que o Nitrogênio liberado pela decomposição da matéria orgânica presente no solo otimiza o vigor vegetativo.
Além do Nitrogênio, a matéria orgânica também favorece a absorção de outros nutrientes essenciais ao vegetal, a exemplo do Potássio e Fósforo. Leia mais sobre o assunto no artigo Deficiência de Fósforo na Bananeira.
A produtividade desta bananeira é alta, atingindo até mesmo 19 a 25 toneladas por hectare. Porém, para atingir esses resultados, é indispensável que seja manejada corretamente. É necessário realizar capinas, adubações, desfolhagens e desperfilhamento.
Entre o plantio e a colheita, o tempo estimado é, em média, de 361 dias.
Convém lembrar que, antes de escolher a espécie de banana a ser cultivada, é importante contratar um serviço especializado para fazer a análise química do solo, de modo a conhecer as potencialidades e carências nutricionais.
O cultivo de bananas, de forma geral, deve ser realizado em solos planos, de modo a facilitar o cultivo, e evitar a geração de focos de erosão, principalmente se esse cultivo for destinado à comercialização. No entanto, a maioria das maiores regiões produtoras de banana no Brasil estão localizadas em áreas de declive. Nesses casos, convém lembrar de recobrir regularmente o solo com matéria orgânica.
Banana Caipira: Vantagens Trazidas Pelo Melhoramento Genético
Além do grande potencial de produtividade, o pé de banana caipira também é resistente à Sigatoka Negra (fungo Mycosphaerella fijiensis), considerada a doença mais grave para a cultura de bananas, e endêmica na América Central, América do Sul, África e Ásia.
A espécie também é resistente à Sigatoka Amarela (fungo Mycosphaerella musicola) e ao Mal-do-Panamá (fungo Fusarium oxysporum f. s. cubense).
Banana Caipira: Suscetibilidade à Moko
Apesar da espécie ser resistente a outras pragas, ela é suscetível à infecção Moko, causada pela bactéria Ralstonia solanacearum. Esta bactéria é endêmica na Região Norte (com exceção do Estado do Acre); e endêmica no Estado de Sergipe.
O Moko provoca maturação desigual entre os frutos do cacho; além do escurecimento do pseudocale, dos frutos e do engaço (suporte que sustenta o cacho de bananas).
A disseminação da bactéria pode ocorrer pelo uso de ferramentas infectadas, pela contaminação do solo ou pela contaminação raiz a raiz.
Agora que você conhece um pouco mais sobre a banana caipira, continue conosco e conheça outros artigos do site.
Até as próximas leituras.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Embrapa. Banana caipira cultivar resistente à Sigatoka Negra. Manaus-AM. Set 2000. Disponível em: <https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/674326/1/folderbananacaipiracultivarresistente.pdf>;
Curso CPT- Centro de Produções Técnicas. Produção de banana- principais variedades tradicionais e híbridas. Disponível em: <https://www.cpt.com.br/cursos-fruticultura-agricultura/artigos/producao-de-banana-principais-variedades-tradicionais-e-hibridas>;
TALAMI, V. Cultivar. Saiba mais sobre o Moko da bananeira. Disponível em: <https://www.grupocultivar.com.br/artigos/saiba-mais-sobre-o-moko-da-bananeira>.