A árvore da fruta-condessa, com relação à sua morfologia, apresenta-se como uma espécie ereta, com folhas obovoadas, deciduais e alternadas, capaz de atingir respeitáveis 8 ou 10 m de altura, um tronco entre 20 e 25 cm de diâmetro, e de cujas raízes é possível extrair um poderoso analgésico e anti-inflamatório.
As inflorescências da Annona reticulata (seu nome científico) são pequenas e delicadas, com uma coloração creme e detalhes verdes-claros, discretas, com no máximo 3 pétalas, e que em combinação com uma copa que apresenta folhas com até 15 cm de comprimento e até 4 cm de largura, formam um todo bastante original.
Os seus frutos, na opinião dos seus admiradores, é um verdadeiro “manjar dos deuses”, na forma de uma polpa branca, com textura meio áspera, entre 7 e 15 cm, e que envolve inúmeras sementes; tudo isso envolto por uma casca lisa externamente, verde (quando imaturos) ou amarelada (quando maduros).
A fruta-condessa também pode ser a “cabeça de nego”, anona-lisa, “conde”, a seethaphal (na Índia), o mchekwa (na Tanzânia), entre outras inúmeras denominações que ela recebe de acordo com a localidade – mas, em todas elas, reconhecida, essencialmente, pelas suas poderosas substâncias farmacológicas.
São substâncias analgésicas, anti-inflamatórias e antimicrobianas, que podem ser extraídas por meio de um chá com as suas folhas – que é considerado quase imbatível quando o assunto é o combate a vermes intestinais – , enquanto essas mesmas folhas, amassadas, podem ser aplicadas como um eficiente cataplasma, capaz de combater furúnculos, abcessos, cicatrizar feridas, entre inúmeras outras utilizações.
Vês-se, portanto, que o prazer proporcionado pela fruta condessa pode muito bem ser considerado quase como um pequeno detalhe, tais são os diversos usos que se pode fazer dessa árvore, por meio da decocção das suas folhas, raízes, flores, cascas, e tudo o mais que possa ser aproveitado por essa verdadeira dádiva da natureza.
Árvore Da Fruta Condessa: O Poder Das Suas Raízes, Folhas E Demais Aspectos Morfológicos
Como dissemos, a fruta-condessa é reconhecidamente um medicamento natural. A espécie tem, supostamente, origem na América Central, mais especificamente na região do Caribe, de onde espalhou-se para o resto do mundo; e no Brasil, provavelmente nos idos do séc. XVII, tornou-se uma variedade bastante popular.
O que se diz é que nos países africanos as suas propriedades medicinais são o que mais chamam a atenção na fruta, à parte as suas qualidades nutricionais. Em Zâmbia, Congo e em Uganda, por exemplo, são as folhas, raízes, cascas e demais aspectos da morfologia da árvore da fruta-condessa os seus maiores trunfos.
Da mesma forma ocorre na Índia, Tailândia, Nepal, Indochina, entre outras regiões próximas, para as quais o pó da raiz da condessa é insuperável para o alívio imediato da dor de dente, enquanto uma infusão das suas cascas pode fazer milagres no combate à febre, diarreias, parasitas intestinais, disenteria, doenças venéreas, disfunção erétil, epilepsia, entre inúmeras outras afecções.
Na verdade difícil mesmo é descobrir uma parte dessa espécie que não possa ser aproveitada, já que do seu tronco pode ser extraída uma madeira bastante resistente para a fabricação de móveis, cabos de ferramentas, entre outros utensílios. As suas folhas podem compor bem uma receita como parte de uma salada.
Das cascas é possível extrair um corante para vários usos; e até mesmo das suas folhas, acreditem, é possível fazer algum uso! Nesse caso, como um ingrediente para dar sabor a cozidos, feijoadas, carnes, peixes, e onde quer que a sua criatividade possa lhe levar.
São tantos os usos, que até se esquece que estamos falando de uma fruta! Sim, uma fruta! Capaz de produzir um suco extremamente refrescante, ou mesmo um sorvete com sabor bastante singular! Entre outras formas de aproveitar-se dos seus predicados, que são muitos!, como é comum entre as espécies exóticas encontradas nas regiões não menos exóticas desse nosso imenso e biodiversificado planeta.
Uma Família Das Mais Originais
A árvore da fruta-condessa, além das suas características morfológicas, das propriedades farmacológicas das suas raízes, folhas, flores, cascas e frutos, chama a atenção também por pertencer a uma família considerada um verdadeiro sinônimo de frutas tropicais.
Essa comunidade abriga membros bastante populares, como a graviola, de sabor e refrescância, para muitos, considerados incomparáveis; a fruta-do-conde, que à parte os seus aspectos físicos, chama a atenção também pelas suas propriedades medicinais.
Além da biribá, atemoia, pimenta-de-macaco, pindaíba, chirimoia, entre inúmeras outras variedades, que da mesma forma destacam-se pelas suas incontestáveis propriedades farmacológicas, especialmente as digestivas, assim como também anti-inflamatórias, analgésicas, antiparasitárias, antimicrobianas, bactericidas, entre outras várias funções.
São cerca de 2.500 espécies dicotilédoneas, essencialmente arbustivas ou arbóreas, típicas dos climas tropicais e subtropicais – mais especificamente da América Latina e do Sudeste Asiático.
Regiões onde possuem importante valor econômico, especialmente para o seu consumo in natura, e em menor escala como temperos, ingredientes de infusões, para a composição de cosméticos, extratos medicinais, entre diversos outros usos que se pode fazer de uma espécie das mais versáteis da natureza.
Os Inúmeros Predicados Da Fruta-Condessa
As suas sementes, por exemplo, possuem substâncias semelhantes à morfina, como o benzil-isoquinolida, as oxoaporfinas, beberinas, além de esteroides, alcaloides, entre outras substâncias que, na forma de extratos, possuem ação analgésica, anti-inflamatórias, anestésicas, sedativas, entre outras.
Das raízes, folhas e cascas – entre outras partes que compõem a estrutura morfológica da árvores da fruta-condessa – podem também ser extraídas propriedades antioxidantes, flavonoides, alcaloides, c-benzilados, triterpenoides; substâncias que também atuam como agentes protetores das células, auxiliando-as a executarem os seus processos metabólicos adequadamente.
E como se não bastassem tais predicados, a espécie ainda caracteriza-se pela facilidade com que pode ser cultivada, só exigindo mesmo um ambiente típicos dos climas tropicais e subtropicais do planeta, que caracterizam-se por apresentarem chuvas abundantes, umidade relativa do ar alta (cerca de 80%) e solo extremamente rico em matéria orgânica.
Além de temperaturas médias que oscilem entre 23 e 25°C, ventos moderados e, obviamente, que abriguem diversas espécies de pássaros, morcegos e insetos, já que uma das principais características dessa família é à facilidade com que espalham-se pela natureza por meio da polinização e também da dispersão das suas sementes pelos mais recônditos rincões do continente americano.
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