As origens da alface frisée perdem-se no tempo! Acredita-se que ela seja originária da região do Mediterrâneo, um trecho que abriga países como a Grécia, Chipre, Egito, Turquia, Itália, Tunísia, entre outras nações que há pelo menos 4 séculos são grandes apreciadoras de um dos vegetais folhosos mais consumidos no mundo.
O que se diz é que essa variedade já teria sido bastante popular em épocas remotíssimas, desde a Antiguidade, quando era apreciada por fenícios, persas, egípcios, cretenses, entre outros povos, como uma das espécies que compunham os seus suntuosos jardins.
Mas se diz também que elas eram apreciadas por alguns povos do Império Romano, nesse caso, como acompanhamento de diversos pratos, os quais elas tornavam mais saudáveis, finos e digestivos.
No Brasil a alface frisée é indispensável! No estado de São Paulo, por exemplo, 128 mil toneladas saem dessa região para o restante do Brasil, onde também é conhecida como “alface crespa”, uma espécie de variação da Lacutca sativa, obtida após milhares e milhares de anos de mutações genéticas.
Não existem diferenças essenciais entre a alface frisée e as demais variedades desse gênero (inclusive quanto às suas origens), a não ser alguns detalhes básicos, como as suas inconfundíveis dobras ou “frisos” nas bordas, a característica de ser um pouco mais amarga e mais rica em alguns tipos de nutrientes (como a vitamina B, fosfato, ferro e cálcio, por exemplo), além do fato de apresentar-se, em algumas variedades, com uma singular com arroxeada.
Além das Origens, as Principais Características da Alface Frisée
A alface frisée possui características interessantíssimas. Além de ser uma das principais fontes de fibras na natureza, ela ainda pode ser plantada durante o ano inteiro, de preferência nos meses entre o outono e a primavera, pois é nesse período que elas encontram as temperaturas ideais para o seu desenvolvimento, e que lhes garantem o desenvolvimento dos seus principais nutrientes.
Quanto a esse último fator (os nutrientes), o que se diz é que a alface é a “bola da vez” entre os praticantes de dietas, principalmente devido à sua baixa caloria (não mais do que 10 ou 12 kcal por 100g), além da sua famosíssima capacidade digestiva e desintoxicante, que a tornou um dos principais componentes dos quase folclóricos “sucos “detox”.
As origens da alface frisée também lhe conferem uma certa autoridade quando o assunto é alimentação saudável, já que a popularíssima “Dieta do Mediterrâneo” conta com a sua participação, funcionando como uma espécie de “componente digestivo” de uma refeição à base dos principais ingredientes encontrados nesse trecho do planeta.
Os especialistas e admiradores dessa espécie também chamam a atenção para o fato de que os exemplares de uma alface precisam estar nas melhores condições possíveis para que possam verdadeiramente contribuir com tal vigor nutritivo.
Elas precisam, por exemplo, apresentarem-se com uma estrutura rígida, exuberante, com o seu verde bastante chamativo, sem máculas ou bordas amareladas; não podem estar murchas ou sem vida, entre outros detalhes que certamente indicarão a degradação dos exemplares.
As Origens da Alface Frisée
Como vimos, a alface frisée possui uma origem que pode muito bem ser considerada nobre e até mesmo lendária.
Há quem possa jurar que as suas propriedades medicinais e gastronômicas já eram conhecidas na Ásia e na África por povos primitivos em épocas remotíssimas, mas o que se tem como registro é o seu cultivo pela primeira vez na região Leste do Mediterrâneo, a partir de onde espalhou-se para o restante do mundo, até tornar-se o vegetal folhoso mais consumido em boa parte do planeta.
Há uma corrente que atribui à alface frisée a condição de uma mutação genética, a partir da variedade Lactuca serriola, bastante utilizada, segundo alguns historiadores, como alimento para rebanhos de bovinos, caprinos, suínos e ovinos nas distantes regiões da Grécia Antiga, assim como no Egito, Suméria, Pérsia, Mesopotâmia, Fenícia, entre outras regiões consideradas quase míticas.
Segundo eles, tal mutação foi o que na verdade permitiu à alface espalhar-se pelos quatro cantos do mundo, especialmente no entorno do Mar Mediterrâneo, para que, a partir de lá, pudesse ser apresentada aos romanos, e desses para as nações que lhes sucederam, até chegar aos nossos dias como um sinônimo de saladas em praticamente todo o mundo.
A História Recente do Brasil Com a Alface Frisée
Como não poderia ser diferente, a história do Brasil com alface frisée é a de um grandessíssimo êxito comercial, especialmente na região sudeste do país, que é considerada a principal produtora dessa variedade.
Tal é o seu sucesso aqui por essas bandas, que a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pequisa Agropecuária) lançou recentemente duas variedades apelidadas de BRS Leila e BRS Mediterrânea, com as mesmas virtudes da sua matriz, porém com a vantagem de ser praticamente imune a inúmeras doenças que são consideradas comuns nessa espécie.
O que os produtores afirmam é que agora o Brasil possui variedades de alface frisée que podem fazer frente às atuais mudanças no clima do planeta, já que ela é reconhecida por ser bem mais resistente ao calor e ao frio intensos, o que a torna ainda mais viável economicamente, além de candidatíssima a tornar-se uma variedade “tipo exportação.”
Aquele seu terrível amargor, tão característico, agora é amenizado graças à sua resistência a altas temperaturas, que em outras espécies resultam no seu florescimento antecipado, com consequente desenvolvimento dessa inconveniente característica.
Essas variedades Leila e Mediterrânea podem retardar bastante o seu florescimento; e mesmo expostas ao calor excessivo, ele ocorre na época certa – entre 7 e 9 dias após o florescimento das espécies tradicionais.
Agora temos variedades de alface frisée com resistência incomparável às temidas Hemipteras (os pulgões), à inconveniente Doru luteipes (as tesourinhas), mas também às lagartas-minadoras e a diversos tipos de fungos e demais protozoários que configuram-se como verdadeiros tormentos na vida dos produtores de alface pelo mundo afora.
Estas são pragas que aproveitam-se de uma certa fragilidade dessa espécie, que teve que adaptar-se rapidamente a um clima tipicamente tropical, em contraste com o clima mediterrâneo com o qual era acostumada.
Isso resultou, entre outras coisas, na sua suscetibilidade a pragas e a alterações repentinas do clima – inconvenientes que, se depender dessas novas variedades, serão coisas do passado! De uma época em que a engenharia genética ainda não estava tão avançada como nos dias atuais.
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